Celine Price
Algumas horas tinham se passado, nesse curto período de tempo tomei um banho, guardei minhas roupas no pequeno closet que tinha no meu quarto e limpei a casa. Mesmo que ela já estivesse limpa, eu limpei.
Tenho uma certa agonia quando se trata de sujeira.
Eu limpei tudo, a casa ficou brilhando. Como por enquanto não tenho um trabalho, vou colocar meu nome na lista de babás ou de faxinas. Não seria fixo, mas pelo menos eu teria dinheiro para poder me sustentar.
Entrei dentro do banheiro e liguei o chuveiro, esperando a água esquentar. Tirei a roupa que eu estava usando e coloquei no cesto. Prendo meu cabelo em um coque folgado e entro dentro do box, fico alguns minutos na água quente, estava muito boa.
Relaxo meus músculos e encosto na parede fechando meus olhos. Solto um suspiro e logo em seguida desligo o registro. Me enrolo na toalha e olho para cima.
Espero não me decepcionar com minha escolha.
❀
Já era fim da tarde, eu estava no supermercado com Hanna. Eu já havia perdido a loira de vista, eu andava pelos corredores com o carrinho pesado, Hanna sumia e aparecia com cinquenta alimentos diferentes para colocar no carrinho.
A maioria das comidas eram veganas, eu não ligava muito para isso. Eu aceitava tudo, menos carnes vermelhas. Só de imaginar na minha cabeça me bate uma ânsia de vômito. Sinto toda minha pele se arrepiar com esse pensamento.
Cruzes.
— Celine, prefere comidas prontas ou ingredientes para fazer? — Me desperto dos pensamentos com Hanna, que aparece na minha frente com mais coisas nas mãos.
— Ingredientes. Acho mais saudáveis, comidas prontas facilita nossas vidas, porém prejudica nossa saúde. Prefiro comer porcarias em situações precárias. — Tento andar sem bater em ninguém com aquele carrinho.
— Ok. — Hanna some da minha visão novamente. Como eu já estava cansada de empurrar aquele peso, paro em um canto e me sento no chão, isso mesmo, no chão. Não tinha nenhum banco por perto, como eu já tinha desistido de empurrar o carrinho, só aceitei sentar no chão.
Já sentei em lugares muito piores que o chão.
As pessoas que passavam por mim me olhava como se eu fosse de outro mundo. Por acaso eu tenho duas cabeças? Até parece que nunca viu ninguém sentado no chão de um supermercado.
Eu já estava cansada de me humilhar e me levantei do canto que eu estava sentada. Andei pelos corredores procurando pela Hanna, já tinha bastante coisa no carrinho, estava parecendo um estoque para dois anos, já dava para ir embora.
Procuro a Hanna por todos os lugares possíveis e não consigo encontrar a mulher. Onde ela havia se metido? Procuro mais um pouco, avisto uma cabeleira loira perto do balcão conversando com uma pessoa.
Hanna sempre foi muito comunicativa, desde que me lembro. A primeira vez que conversei com ela, Hanna estava no seu primeiro dia na escola, a menina não conhecia ninguém, mas no intervalo já tinha vários amigos.
Ela começou a falar comigo por causa de uma caneta.
Não sei porquê, mas logo no seu primeiro dia de aula ela não levou uma caneta para a escola. Não sei se ela só inventou isso ou realmente se esqueceu, mas eu não posso duvidar de nada.
Fico longe das duas, mas próxima o suficiente para Hanna poder me enxergar. Ela me viu e encerrou a conversa com a mulher e se aproximou de mim com alguns vegetais na mão.
— Acho que já está bom, vamos pagar. — Falo antes da loira chegar perto de mim. Me bateu um cansaço e dor de cabeça do nada. Passo minha mão na minha cabeça, jurando que com aquilo passaria.
— Tudo bem, acho que já peguei tudo que eu queria. — Hanna da um pequeno sorriso e empurra o carrinho. Agradeço mentalmente. — Vem.
Ela me puxa para um caixa e pega as compras passando pelo leitor de código de barra. Pego uma sacola e começo a colocar os alimentos dentro dela.
— Hanna. — Chama a atenção da cacheada. — O que você fez com a sua vida? — Ela me olha confusa. Merda, a frase saiu um pouco errada. — Digo, depois do colegial. O que você fez depois que nos formamos?
Acabo me embolando para explicar.
— Fui para a faculdade. Quando me formei comecei a trabalhar em um escritório. — Hanna finaliza a compra e olha para o meu rosto. — Minha ex namorada trabalha na empresa dos O'Connell's, ela me recomendou e fui aceita, depois de longos meses.
Ela mostra um pequeno sorriso e me ajuda a guardar os alimentos na sacola.
— Então você vai trabalhar com ela? — Pergunto levando as compras para o carrinho.
— Sim. — Hanna suspirou. — Mas está tudo bem, sou bem profissional. — Ela mostrou um sorriso. — Vou saber conviver com isso. — Ela me ajudou a levar o carrinho para fora.
— Com certeza você vai! — Abraço Hanna de lado e puxo levemente sua bochecha. Ela solta uma gargalhada e me dá um leve tapa. — Ai! Sua mão é pesada sabia?! — Reclamo passando minha mão no local.
— Você mereceu! — Reviro os olhos e mostro a língua. — Sua criança.
— Sou. — Empurro o carrinho até um táxi parado. — Vem cá me ajudar. — Hanna vem correndo me ajudando a colocar as compras no porta-malas.
— Você só reclama, Celine! — Hanna entrou no carro logo em seguida. Solto uma risadinha e olho as mensagens que tinha em meu celular.
❀
Abro o armário e passo um pano nele, eu não queria esperar até amanhã para organizar tudo, já era 1:36 da madrugada. Hanna já estava dormindo, ela começaria a trabalhar amanhã. Ela iria trabalhar na área de robótica, ela sempre foi inteligente, nem fiquei surpresa quando ela me contou.
A cozinha está uma bagunça. Chegamos bastante tarde do supermercado, Hanna caiu na cama e dormiu. Ela parecia bem ansiosa, ela conseguia disfarçar, mas não tão bem.
Como eu não estava com sono, fui guardando tudo, coloquei alimentos na geladeira e guardei alguns nos armários. Essa casa é bem grande, a cozinha era o maior cômodo da casa. Faltava poucas coisas para guardar, o que faltava eram besteiras.
Fecho a porta do armário e pego todas as sacolas que estavam espalhadas pela cozinha, finalizo passando uma vassoura.
Subo para o quarto e entro no closet pegando um pijama. Entro no banheiro e tomo um banho rápido, arrumar as compras me deu um cansaço gigante.
Escovo meus dentes e passo um hidratante pelo meu corpo, eu amo dormir cheirosa. Levo minha roupa para o cesto e ligo o alarme.
Coloco meu telefone na mesa de cabeceira, ligo o ar-condicionado e me jogo na cama. Relaxo meus músculos e fecho meu olhos.
Preciso urgentemente procurar um emprego.
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I Found You (G!P) B.E
ФанфикCeline Price, depois de descobrir uma traição pela pessoa que mais amou na sua vida, se vê desolada. Celine não aguentava sair de casa e relembrar os bons momentos que teve com seu ex parceiro. Por isso, por um ato de impulso, resolve se mudar da p...