Capítulo 10

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Billie Eilish

Um barulho insuportável de telefone começa a tocar. Olho para cada rosto que estava na minha frente com a pior cara possível.

O homem moreno que estava do outro lado da mesa me olha nervoso e desliga a ligação. Até que o barulho volta, novamente.

Passo minhas mãos na minha têmpora tentando ter calma, aquilo já está me deixando estressada.

— Desculpe, senhora O'Connell. — O homem desliga seu telefone e olha para todos os lugares menos para meu rosto.

— Poderia continuar, Montez? — O rapaz acena com a cabeça e logo retorna a explicar sobre o projeto que estamos há meses tentando convencer os homens que estão bem à nossa frente.

Já fazia exatamente 4 meses que estou em Londres tentando fechar um contrato com os Lee, eles são bem orgulhosos e não estão aceitando nada. Eles estão perdendo dinheiro, tudo pelo o novo CEO que não soube administrar.

— E o que minha empresa ganharia com isso? — O homem moreno perguntou diretamente para mim.

— Simples. — Entrelaço minhas mãos uma na outra e apoio meus cotovelos em cima da enorme mesa. — Milhões de dólares. — Viro um pouco minha cabeça para o lado direito e dou um pequeno sorriso de canto. — Sem ofensas senhor Lee, mas o senhor é péssimo em liderar alguma coisa. Sem nós, o senhor vai cair em falência, sou sua única esperança Lee.

— Quem te garante isso? — Lee pergunta, ele  estava vermelho, provavelmente de raiva.

— Preciso garantir? — Minha expressão era bem neutra, mas por dentro eu estava morrendo de ódio. Por causa desse homem fiquei mais que o previsto. Me desviou do meu foco principal. — A decisão é sua.

Lee pensa um pouco e fica em silêncio.

— Vou pensar.

— Quero a resposta até hoje à noite. — Levanto-me da cadeira e abro um sorriso irônico. — Reunião encerrada.

Ando em direção a porta sem nem olhar para trás. Com a resposta dele ou não eu ira embora amanhã de qualquer jeito. Se ele não aceitasse eu não perderia nada a não ser meu tempo que gastei com esses marmanjos.

Qual é, Billie? Relaxa, já resolvi. — Levanto uma sobrancelha e franzo os lábios.

— O que você fez, Finneas? — Me deito na cama da minha suíte de hotel, que tinha virado minha casa nesses últimos 4 meses.

Nada de mais, só contratei uma secretária para você. — Levanto rápido do colchão.

— Você o quê? — Pergunto um pouco alto. — Finneas, você sabe que sou a única que pode decidir isso.

Relaxa, maninha. Você vai amar ela.

— Amar? Finneas, eu vou te matar! — Me deito novamente na cama.

Vai nada, até agora não voltou. — Solto uma risada.

— Vou voltar amanhã. Eles finalmente aceitaram. — Ouço Finneas ficar em silêncio do outro lado da ligação.

Logo quando cheguei no hotel recebi uma ligação do Lee, ele me avisou que aceitaria e que assinaria o contrato.

Finalmente. — Finn se pronuncia depois de longos segundos em silêncio.

— Sim. — Olho para o horário em meu celular vendo que já era 02:00 da madrugada. — Vou desligar, preciso dormir.

Bom sono. — Desligo a ligação e fico olhando para o teto.

Agora tenho uma nova secretária. A última se demitiu, não aguentou a pressão. Eu estava para contratar alguma, mas tive um imprevisto.

Finneas nunca contrataria ninguém sem eu saber, ainda mais se for alguém que vou trabalhar lado a lado. Ela deve ser muito boa mesmo.

Fecho meus olhos e sinto o sono me consumir.

Eu já estava no avião, acordei cedo para ir levar os papéis para Lee assinar e logo fui para o aeroporto. Entrei no meu jatinho e passei longas horas nele. Aproveitei e terminei alguns trabalhos que estavam pendentes.

— Senhora O'Connell? — Olho para a aeromoça loira que estava ao meu lado. — Já vamos descer, poderia colocar o cinto?

Assinto com a cabeça e logo prendo o cinto. Eu tinha dormido um pouco, nem percebi que já tinha chegado. Até que o voo foi rápido para 11 horas. Acho que eu dormir mais que um pouco.

Ando até o carro e entrando no mesmo, vou direto para minha casa, preciso descansar. Meu telefone começa a tocar, olho para o nome na tela e vejo que é o Finneas.

— Oi. — Atendo logo falando.

Já chegou? — O carro passava pelas ruas movimentadas de Los Angeles.

— Sim, estou indo para casa. — O motorista para em um sinal. — Por quê?

Só queria saber.

— O que está acontecendo em, Finneas? — Pergunto logo de uma vez.

Só estou preocupado com minha linda irmã. — Solto um suspiro e olho para a janela.

— Vou desligar. Tchau.

Me deito no acento do carro e fico olhando pela janela. Agora eu não estava tão estressada, os Lee estavam tirando toda minha paz.

Nos primeiros passos que dou, todas as pessoas correram para seus lugares. Sigo reto até o elevador e apertando no último botão, iria direto para meu andar.

Não demorou muito, eu já estava saindo do elevador. Olho para o balcão e não vejo ninguém, olho as horas e percebo que ainda está cedo. Caminho para minha sala, me sentando na cadeira e ligando meu computador.

Eu teria muito trabalho para fazer.

Alguns minutos havia se passado, escuto batidas na porta. Permito a entrada e ouço barulhos de saltos, a pessoa fica em silêncio, me fazendo tirar minha atenção da tela do computador e olhar para a pessoa.

Era uma mulher com cabelo castanho escuro, seu rosto era fino, seus olhos eram da cor mel. Ela tinha duas pintas no rosto, uma abaixo do seu olho direito e uma um pouco acima de sua boca, do lado esquerdo. Era fofo. Ela está usando um vestido preto colado em seu corpo, mostrando suas curvas.

— Bom dia, senhora O'Connell. Sou sua nova secretária, me chamo Celine Price. — Sua voz estava confiante, mas suas ações lhe entregaram. A mulher não parava de mexer nas suas mãos.

Volto meu olha para seu rosto, ela me é familiar. Como era mesmo o nome dela? Droga.

— Bom dia, senhorita. — Finalmente respondo seu bom dia, eu estava com uma expressão confusa e a mulher estava ficando pálida. — tenho algo para hoje?

A mulher olha para um pequeno tablet que estava em sua mão e começa a mexer, em seguida me olha.

— Pela manhã não haverá nada, pela tarde terá uma reunião criativa e alguns projetos pelas pessoas da robótica, no fim da tarde terá outra reunião com Promising Creation. — Ela tira seus olhos do tablet e olha para mim. — Quer algo para beber?

— Não, pode se retirar. — Ela assente com a cabeça e logo sai da sala.

Me encosto na cadeira e tento lembrar de onde vi ela. Volto a fazer o que eu estava fazendo, mas ainda pensando na minha secretária.

Aquelas pintinhas, aqueles olhos...

Celine.


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Finalmente Billizinha apareceu! 🥳

A primeira interação foi meio bosta, mas juro que o resto vai ser bom 😭

I Found You (G!P) B.EOnde histórias criam vida. Descubra agora