Capítulo 23

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Celine Price

Semanas havia se passado e eu estava evitando Billie a todo custo. A mulher era insistente, nos nossos diálogos ela sempre tinha que estar tocando em alguma parte do meu copo. Seja elas mão, cabelo, braço, perna, coxa.

Mas eu segui firme e forte tentando ignorar ela. Em vez dela desistir, ela só disse que ficou ainda melhor de me ter de volta. Essa mulher é louca.

Uma mulher gostosa, porém louca.

Toda vez que ela vinha falar comigo sobre alguma coisa sem ser sobre o trabalho, eu me esquivava. E ela percebeu, mas não parou.

Agora, nesse exato momento, estamos em uma sala de reunião. E isso me faz lembrar do que aconteceu nessa mesa. Balanço minha cabeça tentando tirar esses pensamentos.

Eles falavam sobre um patrocínio em algumas escolas, sobre um sistema de segurança e computadores. Eles sorteariam e iriam lá para da um breve discurso.

— As dez escolas escolhidas foram essas. — Um senhorzinho mostrou dez papéis com nomes de escolas. — Só basta escolher um dia para poderem ir, ou mandarem alguém.

— Para mim pode ser nessa semana mesmo. — Finneas se pronunciou.

— Para mim também. — Billie falou, ajeitando sua franja.

— Ótimo. — O senhorzinho abriu um sorriso e pegou suas coisas. — Então é isso.

— Reunião encerrada. — Billie se levantou e veio para perto de mim.

Ela esperou que todos saíssem, mas dessa vez Finneas não tinha ficado.

— Se lembra do que aconteceu aqui a algumas semanas? — Billie falou perto do meu ouvido.

— Ah, não. De novo não. — Sussurrei e sai de perto dela, indo para o elevador.

— Não adianta fugir tanto de mim, eu não mordo. — Olhei para meus pés e percebendo que nunca mais eu viria com esse salto que estou usando agora. — Esse elevador me traz lindas lembranças.

Mordo minha língua para não falar nada. Ela está me atentando de novo, mas não vou cair. Faz semanas que ignoro essas suas falas que não me traz nada de sentimentos.

— Não negue dizendo que você não se lembra. — Billie se encostou na parede de metal. — Se quiser, eu posso refazer a cena. Eu posso refrescar sua memória. — O'Connell deu um sorriso sacana e me olhou.

— NÃO! — Gritei um pouco desesperada. Corei e olhei para o lado. — Não. — Falo mais baixo dessa vez. Eu estava morrendo de vergonha por ter gritado com minha chefe.

— Está com medo? — Ela se desencostou da parede e deu dois passos para minha direção.

— Por que eu teria medo? — Eu deveria me bater agora por gaguejar no começo.

— Medo de se entregar, querida. — Ela não tinha chegado perto de mim, mas mesmo assim ela me fez ficar arrepiada dos pés a cabeça.

— Não me chama assim, por favor. — Ela abriu um pequeno sorriso e virou a cabeça para a porta que se abriu.

— Não gosta que eu demonstre meu carinho, babe? — Disse, saindo do elevador.

Aperto meus dedos na palma da mão e solto um suspiro longo. Está ficando cada vez mais difícil de ignorar ela. Parece que ela sabe como me fazer entrar em um estado de perversidade. Ela está me corrompendo.

— Vai ficar aí dentro, Price? — Respiro fundo novamente e peço a Deus forças. Forças para poder aguentar esse pedaço de mau caminho.

Ando em passos devagar, tentando ignorar a todo custo a palpitação em meu peito.

I Found You (G!P) B.EOnde histórias criam vida. Descubra agora