CAP.3

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POV BILLIE

Estamos paradas em um estacionamento de um supermercado, dividindo um sorvete vegano de morango.

— O que te fez chorar? — Ela pergunta me olhando. Eu desvio meu olhar dela, olhando para os meus pés. Penso bem antes de responder.

— Nada, eu só estava meio cansada e nervosa. — Forço um sorriso tentando não parecer triste. Ela sorri para mim e pega outra colher de sorvete.

— Enfim, o que quer que tenha sido você é uma mulher foda, ninguém deveria te fazer chorar. — Ela fala olhando para frente e colocando a colher com sorvete na boca.

— Eu não sou nada disso. — Digo corando com suas palavras, desviando meu olhar dela.

— Billie, pelo amor de Deus — Ela se vira para mim. — Você é incrível. Eu sei pelo oque você passou, mas entenda você fodona sim. — Diz, olhando nos meus olhos e balançando a cabeça. Sorrio cobrindo o rosto e balançando a cabeça.

— Tá! — Falo respirando fundo e ela ri. — Não sei oque dizer — Solto uma risada nervosa sem a-olhar.

— Me deixa em casa, Billie — Ela diz rindo e batendo no meu ombro.

— Coloca aí o seu endereço. — Entrego meu telefone para ela no WAZE. Ela pega e coloca me devolve logo em seguida.

O caminho foi silencioso, às vezes trocamos olhares ou apenas cantarolamos uma música aleatória da rádio. Paro em frente a uma porta preta, em um prédio de dois andares.

— Muito obrigada! — Ela diz se inclinando para o banco de trás e pegando sua bolsa — Seu carro tem um cheiro estranhamente bom. — Ela fala franzindo as sombracelhas e olha para o painel, solto uma risada nasal — Eu já vou, tchau! — Ela se vira e abre a porta do carro, bate a porta e se apoia na mesma — Boa noite, Billie. — Ela sorri e acena se virando.

— Calma, Ashley. — Chamo ela de dentro do carro, que se vira imediatamente. — Não vai me passar seu número? — Coço a nuca meio desconcertada. — Sei lá sabe, hoje foi legal, pra gente sair de novo. E também pro trabalho, óbvio! — Dou um riso nervoso e reviro os olhos, com a mão em minha nuca puxando alguns fios de cabelo. Ela sorri e se volta para janela do meu carro.

— Tá, calma aí — Ela se apoia na janela e limpa a garganta. — Você, a Billie Eilish, quer o meu número? — Ela arregala os olhos e balança as mãos, de novo me fazendo rir, só que de nervosismo. — Caralho, a Billie Eilish quer sair comigo, jesus quando eu vou acordar! — Joga as mãos contra a porta do carro.

— É, eu quero. — Afirmo, mais relaxada agora — Eu, Billie Eilish, quero sair com você de novo e quero o seu número. — Falo mais devagar e apontando para ela.

— Tá bom, calma. — Ela diz meio afobada, mexendo em sua bolsa. — Tá, pega aí! — Ela me entrega seu celular, desbloqueado e com seu número na tela. Anoto no meu já adicionando ela.

— Pronto! — Devolvo seu celular, sorrindo para ela. — Eu te pego outro dia pra gente sair. Agora, vai dormir Ashley Nickole são 3 da manhã já!

— Tá bom, tá bom, Eilish. — Ela revira os olhos e depois sorri.

— Me manda mensagem! — Grito quando ela se vira e anda até a porta.

— A gente mal começou a amizade e você já é assim grudenta, gostei. — Ela pisca, abrindo a porta. Dou uma risada.

— Boa noite, senhorita Nickole! —  Arranco com o carro indo em direção a casa da minha mãe, tô passando uns dias lá enquanto minha casa reforma.

Sigo o caminho todo sorrindo igual uma boba, lembrando dos momentos que tive com Ashley, foram poucos mas eu me senti tão bem e feliz. Como se sorrir quando estava com ela fosse uma coisa que eu fazia toda hora. Fiquei muito feliz no tempo que passei com Ashley, uma sensação que não sinto a um tempinho, a barriga doer de tanto rir, meu rosto doer por conta de ficar sorrindo toda hora.

Chego em casa, abro a garagem e estaciono meu carro lá.

Subo as escadas, tomo um banho rápido e me deito. A primeira coisa que penso é em Ashley; seus cachinhos, sua risada alta, seus lábios rosados e carnudos, seus olhos verdes e lindos e no seu sorriso meigo e fofo.

Meu sorriso bobo se desmancha quando penso em Austin, ele deve estar furioso. Pego meu celular vendo um monte de mensagens de Austin, não vejo nem respondo nenhuma apenas bloqueio o telefone e suspiro. Coloco meu telefone no criado-mudo do quarto.

Minha noite com Ashley foi boa de mais para eu voltar a me sentir mal, então me permito ignorar e ir dormir relembrando do meu pequeno tempo com Ashley.



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