CAP.18

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1 semana depois...

POV BILLIE

Acordo ao lado de Ashley, que dorme com as duas mãos embaixo do rosto, com uma expressão suave e calma.

Me sento na cama e começo a distribuir vários beijos em sua bochecha e em sua boca, primeiro ela resmunga, mas depois aceita.

— Bom dia! — Abraço ela e faço um carinho em sua bochecha.

— Por que tá tão animada? — Questiona escondendo o rosto na coberta, e eu apenas abro um sorriso largo.

— A gente vai sair hoje! E vai ser incrível, eu prometo. — Conto animada.

Decidi mudar a data do pedido, eu tô ansiosa, quero fazer isso o quanto antes.

— Ai, Billie, não tô muito afim. — Tira a coberta do rosto e faz um biquinho.

— Mas, amor...— Afino a voz e me deito de frente para ela. — É importante, por favor! — Brinco com as suas mãos e ela concorda com a cabeça, se levanta e pega minha camisa que estava jogada no chão, colocando a mesma em seguida.

— Eu vou fazer isso só porque eu te amo. — Sai do quarto e eu fico em choque.

Ela disse eu te amo. Ela me ama. Ela disse: eu te amo.

Sorrio igual uma boba. Ela me ama.

É bobo, muito bobo. Ela só falou "Eu te amo", o que que tem? Eu também não sei, mas minhas bochechas doem por conta meu sorriso largo.

-

— Eu tenho a última seção de fotos hoje. Ai quando eu acabar eu passo aqui e te pego, pode ser? Às 17h?

— Sim, sim. — Ashley afirma e sorri. — Aonde a gente vai? — Arqueia as sombracelhas e eu balanço a cabeça sorrindo sem mostrar os dentes. Me levanto da cadeira e vou até ela.

— É surpresa, meu amor. — Abraço ela pela cintura. —Tchau, Ash! — Dou um selinho demorado nela. E por fim mais alguns. — Leva roupas. — Grito da porta.

Saio de sua casa e entro no carro. Observo a rua calma antes de sair. Vejo um carro preto parado entre a casa da Ashley e do vizinho dela, pelo escuro dos vidros é blindado.

Cerro os olhos encarando o carro, isso é estranho. Mas só ignoro e saio do bairro. Pode ser apenas o carro de um vizinho qualquer, eu tenho coisas mais importantes para me preocupar.

-

Termino a seção a seção de fotos as cinco e meia. Merda.

Saio correndo do estúdio, indo para casa o mais rápido possível. Me arrumo, coloco minhas bolsas na mala e peço para Ashley me encontrar no restaurante.

Ok, ok, não tá tudo saindo como eu esperava, mas ainda dá para dar certo.

Chego no restaurante e me sento na mesa reservada, esperando Ashley. Começo a bater meu pé inquietamente contra o piso do restaurante.

18h, 18:30, 18:55, 19h, 19:15.

As horas se passavam e nada da Ashley. Me levanto da mesa andando nervosa em direção a saída, pego meu carro e ligo para Ashley dando na caixa postal.

Mas que porra.


Chegando perto da rua de Ashley, carros estão parados em fila, uns buzinando outros apenas parados.

O que que tá acontecendo?

Abro meu aplicativo de mensagem e vejo as mensagens de Ashley.

Ash/Srt.Nickole

-Billie, me ajuda
-Por favor, vem me buscar

Porra. Eu deixei a porra do telefone no silencioso. Não pode ser, não pode ser.

Saio do carro e corro até o meio dos carros, vendo ambulâncias e pessoas em volta, empurro algumas pessoas,para chegar ao meio, e, quando consigo, Ashley está deitada no chão, com sangue a sua volta e alguns corte por seu corpo; um paramédico está em cima dela, colocando uma daquelas bombinhas de oxigênio nela, com outro paramédico ao seu lado. Ela está com os olhos fechados e sua mochila está jogada na calçada.

Minha visão fica embaçada e lágrimas quentes começam a rolar de meus olhos de forma descontrolada, minhas mãos ficam trêmulas e minhas pernas também.

Não, não, não, não. Por favor, não! Não, por favor, não!

Murmuro desesperadamente, para qualquer Deus que possa me ouvir.

O barulho da ambulância fica abafado e as pessoas ao redor tentam falar comigo. Só balanço a cabeça, me sentindo aérea a tudo.

— A gente vai ter que levar ela. — Um dos paramédicos fala baixo e o outro nega com a cabeça.

— Não dá! Ela perdeu muito sangue, pode morrer. —

Morrer? As palavras dele me atingem como se fosse uma facada bem dada em meu estômago.

Não, não, não, não, não, não.

Me afasto dali e me sento na calçada, coloco minha cabeça entre os braços e começo a chorar.

O que eu faço? O que eu faço agora?

-

Não lembro em que momento exatamente a ambulância se foi, e outros carros desapareceram, mas uma moça me deu um papel com o nome do hospital.

Me levanto da calçada me sentindo tonta, cambaleio até meu carro e sento no banco me sentindo vazia.

Era assim que deveria me sentir? Vazia? Meu peito tá apertado, como se alguém estivesse o esmagando.

Deixo minha cabeça pender para trás, encostando minha cabeça no banco.

Era pra ser uma noite feliz e legal, olha oque aconteceu. Que porra. Uma lágrima solitária escorre pelo meu rosto.

Olho para a rua e percebo que o carro blindado não está mais lá.

Será? Não pode ser. Pode?

Ele não fez isso, ele fez? Eu vou matar o Austin.

Cravo minhas unhas em minhas mãos, tentando aliviar a raiva que sobe a minha cabeça.

A que ponto ele chegou, eu não acredito. Eu vou fuder com a vida dele, vou pelo menos tentar.

𝑳𝑶𝑺𝑻 𝑪𝑨𝑼𝑺𝑬 ☾︎Onde histórias criam vida. Descubra agora