CAP.19

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Austin vê Billie saindo da casa de Ashley, oque o deixa furioso, mas ao mesmo tempo o fez pensar. Dentro daquele carro, Austin, pensava se a espancaria ou a mataria. De um lado seu punho cerrado e do outro uma pistola, quem será que vai vencer e ajudar na obsessão de Austin?
A resposta é nenhum dos dois.

A porta da casa é aberta e Ashley maquiada, com um vestido sexy sai da mesma, com uma mochila nos ombros.

Ashley para na porta para chamar o Uber enquanto Austin a observa.

Foi aí que uma ideia apareceu em sua mente, foi como uma lâmpada se acendendo na cabeça de Austin. Ele não vai espanca-lá, vai atropelar ela, ou os dois.

Austin dá ré no carro, saindo para rua de trás, fazendo o contorno e voltando para a rua que estava. Ele para o carro na frente de Ashley que conversava com Payton pelo telefone. Buzina, chamando a atenção dela, que sorri fraco e começa a ir até o carro.

Chegando bem perto, Austin dá ré, deixando Ashley bem no meio da rua, faz uma volta e pisa fundo no acelerador. O carro corre até Ashley, que tenta sair da rua mas é tarde demais. Austin apenas viu o rosto confuso de Ashley e um forte clarão.

Austin sai do carro. Ashley está no chão, gritando de dor, suas pernas sangravam e um de seus joelhos estava torcido. Por um mínimo segundo Austin pensa em ajudar Ashley, mas passou. Ele se lembrou do porquê fez aquilo.

Anda até Ashley que grita e chora desesperadamente no chão e começa a socar sua cara, depositando toda a sua raiva nela. Chuta seu estômago e costelas, tira um canivete de seu bolso e enfia na barriga de Ashley. E por fim agarra em seu pescoço. A esse ponto Ashley vomita sangue, a dor é insuportável e sua visão já está turva. Ela já aceitou que vai morrer ali.

Austin aperta o pescoço de Ashley, mas não consegue fazer. Será que é isso mesmo que ele quer? Será mesmo que ele quer matar ela?

Ele dá um grito, mas parecido com um grunhido ou rosnado, e solta Ashley contra chão.

— Eu não posso, eu não posso! Eu não posso matar você! Eu não posso fazer isso! — O homem agarra os próprios cabelos andando de um lado para o outro. — Tá! Cadê seu celular? — Olha para Ashley jogada no chão, ela nem ao menos consegue ouvir direito. — Puta que pariu! Sua puta burra! — Olha ao redor da rua e encontra o celular jogado perto da árvore que havia na calçada. Corre até o mesmo, o celular já estava desbloqueado, Austin pega o celular. E para pra pensar, ele não pode ligar para polícia, nem para emergência, então ele liga para Billie, cerca de 15 vezes, nenhuma delas é atendida.

Então manda uma mensagem, suas mãos estão trêmulas e ele lembra que Ashley chamou um uber.

Abre o aplicativo e vê que faltam 10 minutos para ele chegar. Ele precisava sair dali.

— Desculpa, desculpa! É tudo culpa sua! Se você não tivesse se metido no meu relacionamento, isso não teria acontecido! — Ele passa a mão nos cabelos. — Mas me desculpa! — Se ajoelha ao lado de Ashley que já está começando a ficar inconsciente.

Austin coloca o telefone de Ashley ao lado de sua cabeça, em um lado em que não havia sangue. Se levanta corre até seu carro e sai correndo com o mesmo pelas ruas. Fugindo e deixando a garota lá para morrer.

Os olhos de Austin lacrimejam enquanto ele dirige.

Eu não queria mata-lá, eu não queria mata-lá! Repete puxando seus cabelos.

A culpa, pela primeira vez, o consome. Austin sempre foi agressivo, ele tem problemas mentais e não se trata, não aceita isso. Por isso acaba sendo um monstro. Em uma crise de raiva Austin quase matou ou matou alguém, no caso Ashley. E isso estava começando a consumir ele, o peso da culpa estava começando a cair em seus ombros, coisa que ele nunca sentiu antes.

Ele ficou obcecado, possuído por isso, fez tudo tão cegamente que não sabe nem quando tudo isso começou. Nem sabe quando entrou nesse loop tóxico e destruidor. A verdade é que nem a Billie sabe em que momento ele deixou de ser um namorado amoroso para um agressivo. Nem oque desencadeou isso.

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Ashley sente seus pulmões se encherem de ar novamente.

Eu não morri? Deitada naquele asfalto com pessoas fofoqueiras, curiosas e preocupadas, Ashley só conseguiu "focar" em uma. Um par de olhos azuis, em meio a multidão,  aqueles olhos arregalados e assustados, que a olhavam incrédula. Sussurrando algo que ela não entendia e nem ouvia, mas que Billie estava surtando era perceptível.

Um dos paramédicos mexe em seu joelho e Ashley grita de dor, e todo aquele ar que ela ficou por alguns minutos sem, sai de seus pulmões novamente. Tudo fica preto de novo, Ashley desmaia.

E acorda com as luzes fortes da ambulância.

— Calma, você vai ficar bem, tá? — Um homem fala para ela. Ele está agitado e isso a deixa nervosa.

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Ashley abre os olhos com dificuldade, se acostumando com a claridade. Escuta um "bi-pi", forte e agudo em seu ouvido. Seu corpo dói, tudo dói.

— Senhorita Nickole, vejo que acordou. — Um homem com a barba por fazer e jaleco branco entra no quarto. — Como se sente? — Olha para as páginas de uma prancheta.

— Bem. — Ashley sussurra, percebendo como sua boca estava seca.

— Ok, eu já te examinei, eu vou deixar sua namorada falar com você. Você come e ai eu te dou as notícias, tá bom? — Olha para Ashley que assente com a cabeça.

O médico sai da sala e, segundos depois, Billie entra.

— Ashley... — Billie passa a mão por sua bochechas e a abraça forte, até mesmo machucando Ashley um pouco, mas ela não se separa queria que Billie a abraçasse que apertasse ela, se sentia segura nos braços dela.

Elas se separam e Ashley percebe os olhos inchados e o nariz vermelho de Billie, ela também tem algumas olheiras.

— Você tá bem? — Billie segura a mão dela, tentando passar segurança para mesma.

— Não muito, Bill, mas eu vou ficar.  Prometo. — Ashley força um sorriso e Billie apoia a sua cabeça na mão de Ashley. Ashley não sabe, e nem tem certeza se vai ficar.

— Foi o Austin, não foi? — Billie pergunta com a voz trêmula e lágrimas nos olhos. Já Ashley estremece na hora, seu coração acelera, automaticamente aumentando os "bi-pis" da máquina.


𝑳𝑶𝑺𝑻 𝑪𝑨𝑼𝑺𝑬 ☾︎Onde histórias criam vida. Descubra agora