A Guarda-Costas

MISSÃO CUMPRIDA

LAUREN

    O som da invasão explodiu no ar. Portas sendo arrombadas, vozes gritando ordens, disparos ecoando no caos. Mas para mim, tudo era um borrão. Meu olhar continuava fixo no corpo de Camila, distante, imóvel no chão.

    Harry se aproximou apressado, agachando-se ao meu lado. Ele parecia falar comigo, mas sua voz era abafada, como se estivesse vindo de um lugar muito longe. 

    — Lauren! Você está bem? Fala comigo! — Ele balançou meu ombro, os olhos cheios de preocupação.

    Mas eu não conseguia responder. Meu corpo estava ali, mas minha mente estava presa em um redemoinho de memórias e dor.

    Foi quando ouvi um policial próximo falar com Harry. 

    — Robert está sob custódia, mas Pine está tentando escapar pelos fundos!

    As palavras me atingiram como um raio. De repente, tudo fez sentido novamente. A dor, a culpa, a raiva, tudo convergiu para um único propósito. Pine. Ele não podia sair impune.

    Minha visão clareou e, antes que Harry pudesse me segurar, eu me levantei de repente e corri.

    — Lauren, volta aqui! — Harry gritou, mas eu não parei. Não podia parar.

    Pine não podia escapar. Não depois de tudo o que ele fez.

    Eu passei pelos corredores abandonados do prédio, minha respiração pesada, o som dos meus passos ecoando nas paredes destruídas. Eu sabia que estava perto. Ouvi um ruído adiante, uma porta batendo.

    — Pine! — Gritei, minha voz cheia de ódio.

    Eu o encontrei em um corredor estreito, correndo em direção a uma saída de emergência. Ele parou e se virou, surpreso ao me ver.

    — Você é realmente persistente, Jauregui. — Ele sacou uma arma, mas eu fui mais rápida.

    Corri na direção dele, desviando para o lado quando ele atirou. O disparo acertou a parede atrás de mim, e eu me joguei contra ele com toda a força, derrubando-o no chão.

    A arma deslizou para longe, e começamos a lutar. Ele era forte, treinado, mas minha raiva era maior. Cada golpe, cada movimento era alimentado pela lembrança de Alexa e Camila, pela dor e pela culpa que me consumiam.

    Pine consegue se levantar e tentou me imobilizar, mas eu consegui me desvencilhar. Dei um soco com toda minha força, fazendo-o cambalear para trás. Aproveitei o momento e peguei a arma dele que estava no chão, apontando diretamente para ele.

    — Acabou, Pine. — Minha voz tremia de exaustão e fúria, mas era firme. — Você não vai fugir dessa.

    Ele sorriu, com o rosto manchado de sangue.

    — Você acha que isso muda alguma coisa? Eu já ganhei, Jauregui. Matamos quem importava pra você. Não sobra nada.

    O ódio me preenche e acerto uma coronhada em seu rosto.

    Pine riu, mesmo caído no chão, o rosto ensanguentado e cheio de cortes. O som do riso era odioso, provocador.

    — Você vai fazer isso, Jauregui? — Ele cuspiu sangue antes de continuar. — Vai acabar comigo agora?

    Meu dedo tremia no gatilho. Tudo dentro de mim gritava para acabar com ele ali, para colocar um fim em sua existência miserável. Ele merecia. Pelas vidas que tirou, pelas mentiras, pela dor que causou. Alexa. Camila.