Aélis - Alerta Perigo! - Parte 2 (CRIMINOSOS EM SÉRIE)

Capítulo 28

CONTEÚDO A SER REVISADO

Capítulo 28

Aélis

Meus pés estão pesados enquanto os arrasto pelo asfalto da estrada. Não faz muito tempo que estou caminhando após fugir da pousada, na verdade, se eu tentar me esforçar, olhando por cima do ombro ainda consigo enxergar um pouco do prédio que eu estava apenas alguns minutos atrás.

Estou com uma mochila pesada nas costas que guarda meus poucos pertences. Tenho quase tudo o que preciso para realizar a minha vingança.

O céu está tão escuro, banhado por poucas estrelas e uma lua familiar que eu lembro de ter observado sentada na neve, um sorriso em meus lábios e o calor familiar de Tobias ao meu lado. Hoje, o céu está um pouco mais escuro e há menos estrelas, mas não consigo evitar de comparar com aquela noite. Tem algo nesse momento, uma tristeza no fundo do meu coração que me faz lembrar daquela noite...

Suspiro e me forço a continuar caminhando para longe da pousada. Longe de Miguel. Miguel... Miguel que deve surtar quando notar a minha falta, se ele notar, obviamente. Ele não veio me procurar mais cedo depois daquela discussão, e tenho um palpite de que ele não pretendia conversar comigo pelo resto da noite, pela forma como me olhou tão friamente quando apareci nos degraus da escada.

Após alguns minutos, o frio começa a parecer insuportável. Um calafrio percorre a minha espinha e eu olho de um lado para o outro, temendo que a escuridão me machuque. Quem sabe o que ela esconde? Eu não acredito em coisas sobrenaturais, na verdade, tenho muito mais medo das coisas que são reais. Das pessoas e do quão más elas conseguem ser. Em outras circunstâncias, eu temeria elas. Odiaria a ideia de um homem se aproximar de mim com más intenções e me deixar na mesma situação que uma vez eu me encontrei quando aquele homem maldito tentou me pegar a força no bar e eu só consegui escapar porque Miguel apareceu.

Mas agora...

Caralho! Eu desafio qualquer um a chegar perto de mim. Desafio a qualquer um a achar que pode ser mais forte que eu. Desafio quem acha que pode me forçar a qualquer coisa. Eu os desafio. Aprendi muito bem a usar a arma que está guardada dentro do meu casaco e fui treinada suficientemente bem para não ter medo ou remorso de estourar a cabeça de qualquer um que tente me machucar. E mesmo que a arma não estivesse aqui, sei usar minhas mãos, meus punhos, meus joelhos, meus dentes.

Não sou deus. Mas eu não me chamo de Aélis a toa.

Interrompo meus passos quando um som distante de motor surge e aumenta gradativamente.

Está se aproximando...

Dou um passo para o lado, saindo do caminho de quem quer que esteja prestes a passar pela estrada. Uma repentina luz branca vinda do horizonte cega os meus olhos. Eu coloco um braço na frente do rosto, sentindo meu coração acelerar com certa ansiedade. O carro continua a se aproximar, diminuindo a velocidade à medida que fica mais perto de mim. Eu prendo a respiração, decidindo se ter vindo até aqui e enfrentar isso foi mesmo uma ideia razoável.