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Tradução: "O poder tem um preço"
Miguel
Marcus.
Marcus.
Esse nome repete na minha mente diversas vezes. Tento processar o que está acontecendo, mas não faz sentido. Não faz sentido eu estar aqui, ajoelhado, amarrado e machucado diante dele. Não faz sentido que ele seja o líder desses caras, que atirou em Caleb e nos ameaçou. Não faz sentido ele estar ajudando Angel...
Por um segundo, um clarão de teorias explode dentro da minha cabeça e eu tenho que me manter para manter a minha compostura.
Angel... Angel que não estava sozinha como eu pensava. Angel, que procurou ajuda de alguém poderoso para ajudá-la num plano que eu não queria fazer parte. Ela fugiu de mim para ir até ele...
Respiro fundo e olho mais uma vez para a figura quase entediada de Marcus. Ele está sentado preguiçosamente de forma desleixada na poltrona que foi deixada no meio do cômodo, e que do ângulo que estou, mais parece um trono. Marcus está usando um terno elegante preto. Diferente de quando o conheci, ele está com o cabelo curto, raspado. Seu olhar e maxilar mais marcante. Há uma cicatriz que parece velha em sua bochecha: uma linha fina que vai até perto do seu olho.
Eu já imaginava... Sabia que ser amigo dele era como estar em uma corda bamba. Sabia que se desse um passo em falso, eu poderia cair bem feio. Nunca tive muito certeza da sua lealdade, mas ele sempre esteve me ajudando. Até mesmo há dois dias atrás... porra! Que porra de jogo ele está jogando?
Por acaso ele queria me ferrar desde o início e tudo o que fez, foi pensando em acabar comigo nesse momento?
Penso, penso, penso, penso.
Não faz sentido...
Me sinto traído e com uma raiva que se acumula nas profundezas do meu peito, borbulhando, faiscando para ser libertada. Mas ainda estou com as mãos armadas para bater nele.
— Devo pedir desculpas pelo tiro que seu amigo levou, não foi minha intenção machucá-lo. — Ele diz com um olhar preocupado na minha direção.
Uma risada amarga escapa pelos meus lábios. Olho para ele com ódio.
— Tarde demais para pedir desculpas.
Ele franze o cenho.
— Não seja assim. Não sou seu inimigo. Realmente não tive intenção de deixar que meus homens ferissem os seus, mas... negócios são negócios. Não podia deixar que vocês explodissem mais uma bomba e chamasse mais atenção desnecessária para esse lugar. Também devo me desculpar pela forma grosseira como meus homens trouxeram você, mas vocês não escutariam caso tentássemos dialogar, então... essa foi a única forma de trazer vocês até aqui.
