Capítulo 18

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CONTEÚDO A SER REVISADO









Capítulo 18




Aélis




Dirigimos por um longo tempo até que chegamos em uma cabaninha isolada. O sol está desaparecendo lentamente no horizonte, com tons alaranjados e eu estou prestes a surtar, pronta para fazer de tudo para não ter que ouvir esses gritos abafados do porta-malas do carro.

Quer dizer, eu entendo que pegamos uma estrada esburacada e que eles devem ter se debatido neste lugar minúsculo, mas tudo isso é por uma boa razão. Tudo porque ninguém pode saber o que estamos fazendo e porque esse lugar é perfeito.

Acho que tenho uma conexão com lugares isolados e velhos como esse, ao menos quando estou sucinta para torturar. Afinal, esse lugar me lembra bastante o local em que meu pai morreu.

Desço do carro e olho para a pequena cabaninha e o enorme galpão. Eu não consigo evitar de me lembrar daquela época, quase um ano atrás, onde tudo começou, onde conheci Tobias e realizei a minha primeira vingança.

— Deixa eles comigo. — Miguel sai do carro e vai em direção ao porta-malas.

Eu aceno em concordância e vou na direção da cabaninha, mas antes pego a minha arma, assim garantindo que terei o necessário para o que estou prestes a fazer.

Querendo me familiarizar com o local, abro a porta e sou surpreendida com a quantidade de poeira. Coloco uma mão sobre meu nariz e dou alguns passos para dentro. Essa cabaninha é pequena, mas se não fosse por estar tão empoleirada e se encontrar nessa localização isolada, seria um lugar aconchegante para se viver.

— Puta merda! Isso está precisando de uma faxina e uma pesada. — Comento pegando meu lencinho para segurar contra meu nariz, caminhando até o que me parece ser o sofá.

Pego uma almofada e sacudo ela e o sofá, fazendo uma quantidade inacreditável de poeira cair no chão.

— Tudo bem aí? — Miguel chega segurando nossos convidados que caminham na sua frente.

Os dois, tanto a mulher quanto o cara estão amarrados com fitas na boca e um saco preto na cabeça, os impedindo de enxergar. Apesar do clima frio, eles estão suando bastante.

Acho que passar horas dentro de um porta-malas minúsculo com uma outra pessoa não deve ser uma experiência muito agradável.

Os dois estão trêmulos. Medo ou fraqueza? Talvez os dois, considerando o tanto de tempo que estavam presos no carro em nossa viagem.

— Vai ficar quando essa poeira sumir — Deixo a almofada de lado. — Não precisam ter tanto medo, nós não vamos machucar vocês... — Os tranquilizo e vejo seus ombros relaxando. — ... se vocês forem sinceros e nos ajudarem, é claro.

Miguel arrasta duas cadeiras para o meio da sala e os coloca sentados lado a lado. Eu puxo o saco preto da cabeça dos dois e tiro as fitas de suas bocas, fazendo-os buscarem fôlego como se estivessem sufocando enquanto analisam o lugar ao nosso redor.

Aélis - Alerta Perigo! - Parte 2 (CRIMINOSOS EM SÉRIE)Onde histórias criam vida. Descubra agora