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Tradução: "O diabo sempre protege seu anjo"
Angel
Quando acordamos, mais tarde naquele mesmo dia, a lua estava brilhando como uma grande bola amarela no centro daquele vasto céu azul. Poucas estrelas poderiam ser vistas e as árvores estavam manchadas com o branco da neve.
Toda vez que eu olhava para fora das janelas da casa, ficava surpresa com o quão bonito era esse lugar.
Nós mesmo preparamos nosso jantar, como estávamos acostumados a fazer lá no Brasil. Tinha algumas coisas na geladeira, então foi fácil, além de que foi divertido passar esse tempo juntos em meio a risadas e brincadeiras.
Jantamos lado a lado na mesa de jantar, falando ocasionalmente sobre algum momento bom que vinha de repente na nossa mente. Depois do jantar, percebemos que não havia muito o que fazer naquela casa, e como estava de noite, não poderíamos sair. Ainda estávamos cansados por conta de toda a nossa bagagem passada, mas não exatamente com sono, por isso pegamos travesseiros e cobertores e levamos até a sala com a fogueira. Nos sentamos no tapete, entre os sofás e a fogueira, com as costas apoiadas no pé do sofá e as pernas esticadas na direção da fogueira. Eu esquentei sua mão entre as minhas, minha cabeça deitada em seu ombro.
Ficamos conversando lá por horas. Lembramos de momentos que eu tinha apagado da minha memória, rimos sobre coisas idiotas que o outro falava e de vez em quando eu me pegava o beijando sem querer parar ou levar para outro caminho. Eu apenas queria... ficar ali para sempre. Sem mudar absolutamente nada.
Foi um momento gostoso. Acabamos pegando no sono durante a madrugada e acordamos pela manhã com a boca doendo de tanto sorrir e o corpo dolorido por conta da nossa posição. Eu tive uma noite sem pesadelos, mas o mesmo não aconteceu com Miguel.
Durante a madrugada eu senti o seu corpo sentar em um susto. Lembro vagamente, porque estava com bastante sono, de sentar e o acalmar até ele dormir. Acho que a expressão em seu rosto partiu o meu coração, mas voltamos a dormir minutos depois, com ele agarrado em meu corpo como se eu pudesse sumir a qualquer instante.
Mesmo agora pela manhã quando eu olho para ele, ainda vejo resquícios do medo que o deixou naquele estado. Mas não comentamos nada sobre aquilo. Tudo o que eu entendo é que os últimos acontecimentos foram difíceis para ele, que precisa de um tempo para se ajustar antes de voltar ao mundo real.
