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Tradução: "Sempre você".
Angel
Trocamos de roupa e conseguimos sair dali sem dificuldades. Pelo o que eu vi, a gangue que me trouxe até aqui, percebeu o que eu fiz e foram embora. Os guardas que estavam na sede, provavelmente inconformados por terem perdido um de seus prisioneiros, o seguiram. Acham que Miguel está com eles, e agora vão persegui-los até conseguirem colocar as mãos neles.
Eu deveria me sentir aliviada, mas há um grande peso em meu peito. Isso só vai deixá-los ainda mais furiosos comigo. Não quero ter que pensar no que vai me acontecer se eu for pega por eles.
Deixo esses pensamentos de lado e respiro fundo, buscando por fôlego enquanto caminho pela estrada. Uma fumaça de ar gelado escapa dos meus lábios com essa ação. Miguel está do meu lado, estamos caminhando pela beira da estrada há meia hora. Nenhum carro passou por aqui, o que é um alívio, mas também me deixa nervosa, pois sei que estamos longe de chegar a próxima cidade.
Levou uma hora e meia para eu chegar até essa sede de carro com os outros. Não quero nem imaginar quanto tempo teremos que andar de pé. Por um segundo eu me questiono se esse é o nosso carma por ter deixado o irmão e a ex mulher do assassino de Tobias nessa mesma situação, mas essa dúvida passa quando avisto um carro preto se aproximar.
Miguel segura o meu braço e me coloca atrás dele. Eu congelo com a possibilidade de ser algum inimigo, e não temos nada para nos proteger se quiserem atirar na gente, mas relaxo quando o carro para do nosso lado e o vidro do motorista abaixa.
— Por favor, entrem. — Um homem mais velho, talvez com seus quarenta e poucos anos, está na frente do volante com uma postura rígida e expressão séria.
Eu o reconheço.
— Vamos... — Digo para Miguel que está olhando para o homem com desconfiança.
Puxo a barra de sua camiseta, chamando a sua atenção. Ele desvia o olhar para mim e eu sorrio.
— Está tudo bem. Estamos seguros. — Ele parece tenso, mas concorda e entramos na parte de trás do carro, sentando lado a lado.
O carro parte na mesma direção que estávamos indo, numa velocidade média e confortável. Consigo ver a neve caindo através da janela. O chão está começando a ficar branco, salpicado por esses pedaços de neve. Acho que o clima está tentando combinar com o nosso humor.
Suspiro e sinto a mão de Miguel se entrelaçar à minha. Olho em sua direção, nos seus olhos e entendo que ele tem bastante coisa para perguntar, várias dúvidas não respondidas, e me olha como se avisasse que mais tarde precisamos conversar. Eu assinto.
