Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Tradução: "Você não pode acordar, isso não é um sonho."
Angel
Um tempo se passou enquanto eu esperava acordar do pesadelo. Minutos, horas, dias... eu não tenho certeza. Talvez tenha se passado anos, ou talvez... só uns segundos desde que Marcus saiu do meu quarto, me deixando sozinha.
Não importa quanto eu tente raciocinar, me sinto presa dentro da minha própria mente, acorrentada pela minha dor. E eu nunca acordo desse pesadelo. Me sinto apática, como se minha vida tivesse sido sugada de mim.
Não vejo mais sentido em comer, tomar banho ou me levantar dessa cama. Não me importo em passar o resto dos meus dias deitada aqui, vendo o tempo passar e a morte me levar. Também não me incomodaria em acelerar isso, talvez me jogando da janela do segundo andar da mansão de Marcus, ou talvez cortando os meus próprios pulsos, quem sabe colocando uma corda em meu pescoço. Mas se estou mesmo em um purgatório como acho que estou, eu provavelmente sobreviveria como uma deficiente.
A morte seria bom demais para uma merda como eu.
Iris, a mulher que Marcus contratou para ficar no meu pé está sempre aparecendo no meu quarto. Ela me ajuda a ir ao banheiro todas as manhãs, me ajuda a tirar minhas roupas, me incentiva a escovar meus dentes, a tomar banho, e quando eu volto enrolada em uma toalha de algodão, ela tenta me animar com roupas bonitas e até penteia o meu cabelo. Acho que ela é uma enfermeira. Ela é gentil, sorridente e paciente.
Eu gosto dela. Mas eu a odeio. Queria que ela me deixasse morrer em paz.
Durante o dia, não faço nada, trancada nesse quarto esperando que Miguel entre pela porta e diga que tudo foi um engano, que ele não morreu, que não foi explodido diante dos meus olhos e nem que culpa a mim.
Mas isso não acontece.
Quando a noite aparece e meus pesadelos se fazem presentes, Marcus é quem vem me ajudar. Eu grito todas as noites, sentindo o meu coração acelerado enquanto água vermelhas como a minha dor jorram dos meus olhos. Ele me abraça, faz carinho em minhas costas e diz que vai ficar tudo bem. Eu nunca me sinto bem. Mas não reclamo por ele fazer isso. É melhor que sentir a falta de ar e o coração tão acelerado que parece que vou morrer.
