Eu, o inacreditável e o Plot Twist

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— Eu sei o que vocês escondem!

Yuki e Yuri quase morreram de susto quando eu simplesmente surgi atrás deles na lavanderia. O casaco praticamente voou da mão de Yuri.

— Meu Deus, babá Sakura, você não pode chegar de fininho assim! — Yuki argumentou, os olhos arregalados e a mão apoiado sobre o peito.

Eu sequer me importei com sua argumentação ao pegar o casaco que havia caído aos meus pés.

— Vocês mentiram pra mim. O garoto do sexto ano ainda está sendo um problema.

— O termo certo seria omissão e não mentira — Yuki disse simplesmente, a mansidão voltando a marcar as linhas de seu rosto. Eu rolei os olhos.

— Que seja...

Completamente chateada, eu me aproximei do cesto de roupa suja ao lado da máquina de lavar, pegando o casaco de Yuki escondido ao fundo. Eles haviam saído logo após terminaram o café da manhã. Estavam tão distraídos que não perceberam quando os segui até a lavanderia.

— Isso não pode continuar assim, não é o certo. Olha só como está o casaco de vocês — eu indiquei os dois casacos sujos de terra e suco nas minhas mãos. — Tínhamos um acordo!

Os gêmeos se encolheram com a minha repreensão. Eu respirei fundo.

— Olha... eu sei que vocês tentaram resolver as coisas sozinhos, mas já que não deu certo eu não tenho outra opção a não ser contar para o senhor Uchiha.

Os olhos de Yuri brilharam com lágrimas, mas antes que ela pudesse dizer qualquer coisa Yuki deu um passo à frente.

— Ela tem razão irmã, não podemos omitir isso do papai. Definitivamente, essa situação está intragável, então precisamos tomar medidas mais significativas.

Poderia passar anos, mas eu nunca me acostumaria com o modo formal de Yuki. As vezes ele parecia algum tipo de apresentador de jornal.

— Eu sei... — Yuri disse com um embargo. — Mas eu não queria que o papai soubesse.

— Não fique tão preocupada, tenho certeza que seu pai ficara do nosso lado — eu tentei soar o mais reconfortante, porque, bom, era verdade. Sasuke estava do nosso lado, mas as crianças ainda não sabia disso.

— Eu só queria que as coisas se resolvessem sozinhas, mas... — Yuri bufou, limpando o rosto com irritação. — é tão difícil! O que podemos fazer para que Devon nos deixem em paz? Eles foram atrás de nós até no banheiro.

Então eles passaram os últimos dias se escondendo na hora do intervalo, pelo jeito. Aquilo me deixava tão...

— Eu conseguia fazer com que os garotos que mexiam comigo me deixassem em paz — eu disse ao colocar os casacos dentro do cesto antes de seguir para fora da lavanderia.

— Seus pais falavam com os professores? — Yuki perguntou curioso enquanto atravessávamos a área da piscina em direção a casa. Eu ri.

— Não. Eu resolvia tudo sozinha.

— Sozinha como? — Yuri saltitou para o meu lado. Eu parei e me virei para encara-lós.

Ah... eu tinha um ótimo jeito de resolver isso.

— Quando me chamavam de testuda, eu simplesmente fechava o meu punho e batia — eu cerrei os punhos e levantei em frente ao rosto, mostrando os movimentos de luta que eu fazia. — Ninguém tinha coragem o suficiente para mexer comigo depois de experimentar o sabor dos meus socos. Eles não tinham a menor chance! E eu não tinha a menor piedade! — eu gargalhei quase me engasgando. Aquela parte da minha infância era muito legal.

Me, him and the Kids - SASUSAKUOnde histórias criam vida. Descubra agora