Estávamos andando de um lado para o outro diante do sofá. Diante do culpado porco rosa de pelúcia. Com uma mão no queixo e um olhar de puro pensamentos profundo, eu e Ino tentávamos descobrir o que aquela pelúcia significava. Talvez houvessem passado cinco minutos quando Ino parou, as mãos se apoiando delicadamente na cintura.
— É... — ela deu um longo suspiro ao me encarar. — Ele está tão na sua amiga.
Fiz uma careta.
— É claro que não, Ino.
— Bom, claramente esse suíno purpurinado sobre o meu sofá é uma contradição — Ino apontou para a pelúcia. O vestido lilás florido oscilou com o movimento.
— Ele não significa muito — falei com pouco caso. — Afinal eu disse que gostava de porcos e o senhor Uchiha disse que pensou em mim quando viu ele.
— Não senhora, senhora — Ino praticamente avançou sobre mim, o indicador se mexendo tão freneticamente de um lado para o outro que eu mal conseguia vê-lo com nitidez. — Ele disse que estava pensando em você quando viu o porco e não que viu o porco e pensou em você. São duas coisas completamente diferentes.
Me joguei no sofá, fazendo uma careta de choro. Provavelmente eu tinha feito uma péssima escolha ao contar pra Ino tudo que havia acontecido na semana que havia passado. Mas eu precisava contar pra alguém. Se não fosse para a minha — única — melhor amiga gestante, pra quem mais seria?
— Com certeza o senhor Uchiha estava apenas preocupado comigo, por isso estava pensando em mim.
— Esse toicinho é muito caro pra alguém que estava só preocupado — Ino cruzou o braços, me encarando. — Você sabe quanto custa esse porco? — fiz que não com a cabeça. Ela digitou algumas coisas no celular antes de se jogar ao meu lado. — Olha só!
Com o celular praticamente pressionado contra o meu rosto, eu chequei o valor do meu toicinho cor de rosa. Ele era caro o suficiente para eu comprar um porco de verdade, se quisesse.
— O senhor Uchiha é ridiculamente rico, então esse dinheiro não deve significar nada pra ele.
— Para de dar desculpas! — Ino disparou, chateada.
— Eu não estou dando desculpas. Só que não faz o menor sentido essa sua conclusão. Eu e Sasuke não nos tornamos tão próximos ao ponto dele desenvolver qualquer coisa por mim.
— Como se fosse necessário conhecer alguém pra se apaixonar — Ino rebateu, sentando com dificuldade por causa da enorme barriga. — Se fosse assim, os fandom de ídolos não existiriam.
Rolei os olhos, pegando meu corpo e tapando a minha cara. Odiava quando Ino tinha razão. Embora tivesse certeza que o caso de Sasuke fosse uma exceção.
— Vamos, não seja teimosa. Admita que eu estou certa.
— Não está — tirei o porco do rosto ao encara-lá. — Porque não há motivos para o senhor Uchiha gostar de mim. Pelo menos não no sentido que você está insinuando.
— Não sei se você é sonsa ou burra.
— Sonsa eu não sou.
— Ótimo, então é burra — Ino se levantou do sofá. Foi tão rápida que mal parecia que ela estava com uma bola de Yoga na barriga. — Burra o suficiente pra não perceber que ele gosta de você sim.
— Me dê um motivo pra eu achar isso — foi a minha vez de levantar. — Apenas um, Ino, e eu começo a considerar — encarei os olhos azuis com desafio. Para minha surpresa, Ino sorriu.
— Será um prazer — ela levantou uma mão, preparando uma contagem nos dedos. — Primeiro, ele te salvou de um pato. Segundo, ele é muito gentil com você. Terceiro, ele cuidou de você e de seu pulso, sem contar com várias outras ocasiões que supus que eram apenas desculpas pra te tocar. Quarto, o cara memorizou o seu peso — Ino fez uma careta impressionada. — Você tem ideia do quanto isso é importante? Nem eu percebi que você tinha engordado até ver você desabotoar a calça depois de comer.
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Me, him and the Kids - SASUSAKU
FanficTrabalhadora e ambiciosa, Sakura Haruno sonha um dia abrir sua própria doceria. Porém, seus planos tomam rumos diferentes quando ela se percebe sem emprego e com uma nota de despejo embaixo da sua porta. Tentando resolver os problemas que haviam atr...