Eu, a decisão e a realidade

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O clima estava relativamente frio e as nuvens que se formavam no céu mostravam que choveria no final daquela manhã, o que tornaria às temperaturas mais baixas. Contudo, ao contrário do clima lá fora, o meu apartamento tinha uma atmosfera quente, conforme eu e Deidara nos mexíamos entre os lençóis da minha cama.

Com ele sobre mim, eu o beijava enquanto Deidara fazia investidas intensas o suficiente pra fazer minha cama ranger e os vizinhos saberem o que estávamos fazendo. Porém, eu não me importei. Nem mesmo quando eu gemi alto, à medida que aquele prazer intenso percorria todo meu corpo, e Deidara se movimentou mais intensamente na busca do próprio prazer.

Ofegantes, nós ficamos nos encarando. Eu me virei de lado, apoiando a cabeça na mão e o cotovelo no colchão, observando Deidara sair da cama e se limpar calmamente antes de começar a se vestir.

Apesar de não ser grande e pouco definido, Deidara tinha um corpo muito agradável de se olhar. Ele era magro, tinha um abdômen reto e a entrada da pelve demarcada, além de ter um peitoral de tamanho o suficiente para ser notado. Na minha humilde opinião, ele era muito gostoso.

— Você não vai se vestir? — Deidara perguntou ao se aproximar de mim na cama. — Ainda temos muita coisa pra fazer.

Eu respirei fundo e afundei o rosto no colchão, criando coragem pra me livrar daquela letargia e começar a fazer o que realmente eu tinha vindo fazer: desocupar o apartamento.

— Acho que eu preferiria um round 2. — eu disse com a voz abafada. Ouvi uma risada em seguida.

— É uma ótima oferta, mas precisamos desocupar isso até meio dia. Então, vamos, levante.

Com um beijo seguido de um leve tapa na minha bunda, eu levantei a contragosto e fui tomar um banho antes de me vestir. Com um short e blusa surrados, eu comecei a fazer o item número um na minha lista de coisas que eu detestava fazer: mudança.

Era segunda-feira, o último dia para eu deixar o apartamento. Assim eu teria que tirar todas as minhas coisas — que eram basicamente nada — e entregar as chaves para o senhor Pinguim. Como eu iria morar com Ino, a única coisa que eu realmente precisava levar era a minha cama e as roupas, então a cômoda, a bicicleta e a cadeira eu vendi por um valor mixuruca na intenção de ao menos conseguir algum dinheiro extra.

Quando finalmente terminamos de colocar a cama na carroceria do carro que Deidara pegou emprestado do pai, e eu deixei as chaves do apartamento com o porteiro da vila, nós seguimos até a casa de Ino no bairro da glória.

Eram quase duas da tarde quando eu finalizei a organização do meu quarto compartilhado com o futuro bebê de Ino e me deitei no sofá com a cabeça apoiada nas pernas de Deidara. Sentindo o afago no meu cabelo, eu pus em mente que a única coisa boa que havia acontecido comigo nessas últimas semanas havia sido ele.

Eu gostava de Deidara. Muito mais do que eu queria admitir. E embora eu soubesse que nossa relação não passaria de uma amizade colorida — onde, infelizmente, eu era a pessoa com sentimentos nessa droga — eu aproveitava cada momento que passávamos juntos, sem alimentar esperanças sobre uma possível relação. Afinal, Deidara deixara claro que ele não tinha essa intenção.

— Hoje vai ter o ensaio da minha banda... — ele disse calmamente — E eu queria que você fosse comigo se não tiver ocupada.

Eu sorri e fiz uma cara pensativa ao colocar o dedo no queixo.

— Deixa eu checar a minha agenda.... Huuum... acho que pelas próximas horas, assim como pelos próximos dias, eu não terei absolutamente nada pra fazer. Então, acho que dá pra encaixar você na minha agenda.

Com uma careta divertida e um leve beliscão na ponta do meu nariz, Deidara sorriu ao se abaixar o suficiente pra me beijar nos lábios.

— Nós podemos ir pro round 2, se você ainda quiser...

Me, him and the Kids - SASUSAKUOnde histórias criam vida. Descubra agora