CAPÍTULO 58

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- O que você está fazendo? Perguntei logo após entrar na cozinha de Rebecca e me deparar com a mesma agachada atrás do balcão, mastigando alguma coisa. Ela pulou de susto ao ouvir minha voz e um pouco do que estava em sua boca caiu no chão.

- Nada! - Ela respondeu levando o que eu julguei ser uma peça de queijo parcialmente embalada para trás das costas. As emoções em seu olhar divergiam entre surpresa, medo e culpa por estar fazendo merda.

- Não seria mais fácil cortar um pedaço de queijo invés de morder tudo? Outras pessoas vão comer isso. - Ela sempre escolhia o modo difícil ou estranho. Ela levantou-se e guardou o queijo de volta na geladeira.

- Você não viu nada. - Ela resmungou fechando a geladeira.

-Eu não vi, mas seus pais vão ver a marca dos seus dentes no queijo.

-Ratos gostam de queijo, sabia? - Ela perguntou pegando uma garrafa de leite e bebendo direto do gargalo.

- Você não vai fazer isso quando tivermos a nossa casa. -Eu sentenciei com uma careta ao ver a cena.

-Vou sim! - Ela guardou o leite de volta na geladeira. Enquanto eu refletia sobre o fato de cada vez mais descobrir mais coisas que eu não deveria descobrir, mas ainda sim queria descobrir sobre minha namorada.

-O leite vai azedar porque você encostou a boca na garrafa. - Eu avisei enquanto a via se aproximar de mim com um sorriso e um bigodinho de leite.

- Não vai azedar -Ela beijou meus lábios pela primeira vez naquele dia, -sabe, desde que eu conheci Noah, eu tenho consumido muita lactose, sabe o que isso significa? -Eu nunca acertava as respostas para aquelas perguntas estranhas dela, mas eu arrisquei.

-Significa que você quer voltar a ser um... bebê? - Ela meneou a cabeça enquanto eu enlaçava a sua cintura.

-Não, significa que meu relógio biológico está gritando e minha vontade de ser mãe está no mínimo um trilhão de vezes aflorada. -Eu preferiria que ela tivesse vontade de voltar a ser um bebê -Quando vamos ter nossos filhos?

Mal havia se passado uma semana desde que havíamos tido o nosso baile e sempre que podia (e que não podia) Rebecca vinha com aquele assunto sobre filhos.

-Eu já falei que temos que ir para a faculdade, arrumarmos emprego, termos uma casa e nos casarmos para começarmos a pensar em sermos mães.

Eu expliquei aquilo pela milésima vez, mas intimamente muito me agradava a ideia de ver a Becky grávida, digo, sei que iríamos precisar de fluidos masculinos para o processo, mas eu também participaria com uma parte de mim. Sim, talvez aquela insistência da minha namorada em falar daquilo o tempo todo, tenha me feito fazer algumas pesquisas na internet, mas eram apenas pesquisas curiosas que iriam ser usadas dali a alguns anos.

- Para de destruir os meus sonhos - Ela resmungou.

- Nós já temos uma filha. Eu a lembrei - Por enquanto, vamos apenas direcionar o nosso amor maternal para a Lacinho II. &Ela ficou em silêncio por alguns instantes antes de assentir.

- Você tem razão, nossa filha está crescendo e precisamos dedicar o nosso amor a ela. Já está arrumada? -Ela perguntou se afastando e me fitando de alto a baixo.

- Não parece que eu estou? Perguntei olhando a minha roupa que consistia em uma calça preta com alguns rasgos no joelho, uma camiseta de uma banda que eu nem escutava (ela tinha uma estampa legal) e um coturno de cano baixo.

- Você está parecendo uma vândala - Eu fechei a cara e ela continuou, abraçando a minha cintura novamente - Uma vândala sexy e eu estou com vontade de arrancar as suas roupas. Vamos para o meu quarto?

Isso Seria Mais Um Clichê- FreenBecky Onde histórias criam vida. Descubra agora