CAPÍTULO 16

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"Puta que pariu, estou cega"

Por que eu não consigo abrir os olhos? Chutaram minha cabeça e estômago? Será que eu fui espancada e estou em coma? Pessoas em coma sentem vontade de vomitar? Será que quando eu acordar do coma eu vou estar velha e minha mãe vai ter outra filha porque perdeu as esperanças de eu me recuperar? E se quiserem desligar os aparelhos como no filme E Se Fosse Verdade? E se eu morrer enquanto estiver em coma? Eu deveria estar pensando tudo isso enquanto estou em coma? Vou pesquisar na internet depois que eu acordar, isso é, se eu acordar.

Espera! Senti o movimento do meu corpo. Gosto assim, merda! É agora que eu acordo e surpreendo os médicos!

Com um esforço descomunal, consegui mover os músculos das minhas pálpebras e separa-las, fazendo com que um clarão imenso queimasse meus olhos. Pronto! Eu estava morta e fui para o céu, mas como eu estava sentindo muita dor de cabeça e no estômago, talvez eu não houvesse ido para o céu. Será que eu fui castigada por ter desejado a morte da Freen algumas vezes?

Aos poucos, aquele clarão começou a se misturar e tomar a forma de um... cômodo? A dor de cabeça me impedia de raciocinar com clareza. Tudo o que eu havia imaginado durante o meu coma que não era coma, divergia da realidade. Era para eu estar em um hospital e não em uma cômoda.

Após identificar o lugar como um quarto, eu comecei a tomar consciência do meu espaço pessoal. Ok, eu estava deitada em algo macio. Tateei minha mão direita, que estava pousada numa protuberância dessa coisa macia e apertei. Era firme e bom de apertar. Eu constatei sem olhar para a minha mão, ainda fitando a parede. Eu senti uma protuberância menor nessa protuberância grande. O que era aquilo? Sem conseguir adivinhar o que era, eu levei meus olhos até minha mão e...

- Que porra! Todo o meu corpo despertou em milésimos de segundo e eu pulei de susto, me estatelando no chão. Por que eu estava apertando um peito? De quem era esse peito? Por que um peito feminino? Tentando entender tudo o que estava acontecendo, eu me ergui lentamente olhar a cama, identificando a dona daquele peito macio, digo, daquele peito estúpido. Peito estúpido igual da dona. Por que eu estava dormindo com a Freen?

Será que ela me dopou? Meu corpo poderia muito bem estar dolorido por conta das drogas que ela me deu ou... Imediatamente abaixei a cabeça e senti meu cérebro chacoalhar. Pelo menos eu não estava nua e não havia sido estuprada pela satanás.

Até que ela não parecia tão maligna quando estava dormindo. Meus olhos acompanharam todo o corpo que estava descoberto pelo lençol. As pernas torneadas estavam quase totalmente expostas e pareciam bastante firmes. Será que seria bom apalpa-las? Não que eu quisesse fazer aquilo. Foi só um pensamento aleatório que surgiu por causa da minha cabeça dolorida pelas possíveis drogas que eu ingeri, mas não tenho certeza. Continuei vagando meu olhar por seu corpo enquanto me levantava sem tirar olhos dela, parando por alguns instantes em seus seios. Eles eram firmes, eu apertei um há poucos segundos então... então nada! Meu olhar subiu por seu torso, pescoço, queixo e boca, parando naquele ponto específico por alguns instantes. Seus lábios estavam entreabertos e dois de seus dentes superiores de lhama invertida se sobressaiam por eles. Como uma boca tão bonita conseguia falar tanta merda? E beijar tão bem?

Os beijos... umedeci o lábio inferior com a língua ao
me lembrar deles. Era melhor não pensar neles e continuar meu estudo de terreno de corpo inimigo. Nariz bonito da porra! Era bastante fino. Será que ela conseguia limpá-lo com o dedo sem arregaça-lo? Melhor não pensar naquilo

também. Subi meu olhar e...

- Misericórdia! -O grito involuntário escapou pela minha garganta e eu caí sentada mais uma vez, com o coração batendo a mil. A maldita esteve o tempo todo olhando para a minha cara!?

- Bom dia, Becky! Como você está se sentindo? -A voz mais rouca que de costume chegou aos meus ouvidos, se misturando com o som das batidas frenéticas do meu coração. Eu fiquei olhando para sua figura parecendo um leão que havia acabado de se sentar na cama com um sorriso no rosto. Então eu comecei a tomar consciência de que estava no quarto da garota que eu odeio e que havia dormindo com ela. Perguntas que não haviam surgido antes, começaram a pipocar na minha cabeça.

Como eu fui parar ali? Por que eu estava ali? O que havia acontecido? Por que meu corpo estava daquele jeito?

A única certeza que eu tinha era tudo culpa da Freen.

- O que você fez comigo, sua idiota? -Ela franziu as
sobrancelhas.

-Eu te salvei de um coma alcoólico, sua idiota.

-Não me chama de idiota.

- Você começou!

Que seja! -Eu resmunguei me levantando rapidamente, mas senti meu corpo tombar para o lado direito quando a sensação e vertigem me atingiu. Antes que eu caísse, meu corpo escorou em alguma coisa.

-Você é uma idiota. -Freen falou enquanto me guiava até a cama. Fique aqui que vou pegar um remédio para você e te explicar o que aconteceu, ok? -O olhar dela parecia tão preocupado que eu até assenti em silencio enquanto a via se mover em direção à porta. O short preto soltinho e curto mostrava o quanto seu traseiro era bonit... idiota igual a dona. Permiti-me apoiar na cabeceira da cama, sentindo minha cabeça doer como o inferno enquanto tentava me lembrar dos acontecimentos da noite anterior.

Minhas lembranças estavam claras até o primeiro copo de bebida que Nop me entregou, a partir dali, tudo não passava de flashs de memória e cada vez que eu tentava forçar minha mente a lembrar do que aconteceu, a dor de cabeça piorava.

-Becky eu trouxe um comprimido para dor de
cabeça e outro para enjoo, isso vai fazê-la se sentir melhor. Freen anunciou entrando no quarto e me entregando dois comprimidos, que eu imediatamente levei à boca estendendo a mão logo em seguida para pegar o copo com água, mas fiquei surpresa quando Freen se aproximou de mim e ela mesma me serviu a bebida. - Vai demorar um
pouco para os remédios farão efeito, mas você ficará bem.

- Você é alguma especialista em ressacas? - Eu perguntei observando-a se afastar e contornar a cama com um sorriso nos lábios antes de se sentar ao meu lado.

- Digamos que eu tive algumas ressacas. -Ela respondeu fitando as mãos em cima do colo.

- E quem cuidou de você? - Eu perguntei observando-lhe o perfil. Como alguém conseguia ser tão bonita de manhã?

-Minha mãe sempre cuidou de mim antes de me deixar de castigo. -Ela riu e eu acabei acompanhando o seu sorriso, antes que dele se desmanchar e ela se virar para mim com o olhar translúcido de tão claro. -Rebecca, eu sei que você não se lembra da noite passada e provavelmente não vai acreditar no que eu vou te dizer, mas o Nop a embebedou.

Mas que porra ela estava dizendo? Eu me perguntei se me afastava dela e levantava da cama com todo o cuidado por causa da minha cabeça.

- Mas é claro que ele não me embebedou. – Eu esbravejei enquanto a vi a inspirar profundamente antes de se levantar.

- Rebecca, o que você conhece sobre o Nop? Ontem quando eu cheguei à festa, você já estava completamente alterada e o idiota a levou para a cozinha e ia te entregar um copo completamente cheio de vodka. Você sabe o teor alcoólico daquela merda? Levando em conta o quanto você estava bêbada, se você bebesse aquilo, com certeza poderia acabar morta. Morta, Rebecca! -Ela gritou.

- Quem garante que você está falando a verdade? - Eu retruquei ainda sem poder acreditar naquilo.

-Por que eu mentiria sobre isso? -Ela rebateu.

- Porque você odeia o Nop. -Eu gritei

- Sim, eu o odeio, mas eu tenho meus motivos e não
quero você andando com ele.

- Você não manda em mim! Caralho! Por que está tão preocupada comigo? -Eu gritei como eu nunca havia gritado antes.

- Porque eu te amo, porra!

Tchu birau daw daw....hey gaysss🩷🌈🫶digam se não sou uma autora maravilhosa....maratona de caps aí pra vocessss

Isso Seria Mais Um Clichê- FreenBecky Onde histórias criam vida. Descubra agora