CAPÍTULO 21

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Fazia cerca de um ano que a Freen e eu enfrentávamos a detenção em salas separadas. Esse foi o último recurso que o coordenador da detenção, senhor Lewis, encontrou para não ficar louco. Uma vez ele chegou a mencionar que preferia a morte a ter que aturar Freen e eu numa mesma sala durante duas horas. Eu particularmente achei isso muito exagerado, mas eu não iria reclamar porque eu também preferia a Freen longe de mim.

Aproveitei meu tempo na sala de detenção para pintar as unhas. Era proibido, mas eles não tinham como me enviar para a detenção da detenção. De acordo com a embalagem do esmalte a cor era "ousadia intensa", mas para mim não passava de vermelho, mas eu iria precisar de uma ousadia intensa para o meu encontro daquela noite, por isso, resolvi acreditar na ousadia intensa da cor do esmalte

Depois da detenção, resolvi não contar para a minha mãe sobre o que aconteceu porque da última vez ela me fez limpar o banheiro durante um mês. O diretor Montgomery havia estabelecido um limite de duas detenções antes de comunicar meus pais e como aquela era a primeira detenção em dois meses, eu estava safa.

As antas da Irin e da Ally não iriam me ajudar com meu figurino para a encontro, por isso, a única ousadia com a qual eu podia contar era a do esmalte na minha unha então optei por jeans, tênis e camisa.

06:54 PM - FUTURO MARIDO

Becky eu estou ti esperando aqui fora.
Beijos

Aquele "ti" estava me deixando louca, mas eu tentei relevar porque ninguém era perfeito. Peguei minha bolsinha, coloquei uma balinha de menta dentro, dinheiro (o resto da minha mesada), meu celular e uma banana para o caso de eu sentir multa fome durante o filme. Estaria escuro, o Nop não iria ver se eu comesse uma banana, além disso, se eu empurrasse com o dedo, eu conseguiría acabar com ela em duas mordidas.

- Estou indo ao cinema com a Irin! -Eu gritei para os meus pais e sai correndo pelo quintal antes que eles me chamassem. Eu havia percebido o desconforto da última conversa que Nop teve com eles e eu não queria que aquilo se repetisse, então talvez eu tenha contado uma pequena mentirinha para os meus pais e dito que iria ao cinema com Irin.

- Oi, Becky! -Nop me cumprimentou com um belo brijo no rosto assim que eu entrei no carro. Homão cheiroso da porra

-Oi!-Eu fiquei rindo igual uma idiota enquanto ele arrancava com o carro.

-Qual é o nome do filme? -Bem, pelo menos eu não teria que escolher filme nenhum.

-Eu não vou dizer

- Ah! Conta... -Eu insisti com um sorriso no rosto, mas no fundo eu torcia para não ser aquelas merdas de terror.

- Não, quando chegar lá você vé. -Ele respondeu e eu resolvi não insistir porque não queria passar por chata. Ao chegarmos ao cinema, eu me lembrei da última vez que estive ali com Freen, naquela mesma fila e ela segurou a minha mão enquanto aguardavamos a nossa vez. Olhei para o Nop e o vi concentrado no celular enquanto sua outra mão estava escondida no bolso da jaqueta, bem, talvez ainda fosse muito cedo para darmos as mãos. Corri meus olhos para pelos cartazes até o caixa e... que porra era aquela?

Eu só podia estar ficando louca ou alguém estava fazendo uma brincadeira muito sem graça comigo. O que a Freen e a demônia dois estavam fazendo no mesmo lugar que eu?

Dos tres cinemas que haviam na cidade, ela havia ido parar justo no mesmo que eu, no mesmo
horário, só podia ser castigo divino! As idiotas estavam no guichê do caixa, rindo como se aquela não fosse a quarta do terror... espera! Era a quarta do terror! Puta que pariu! Quer saber, foda-se isso também, a presença das babaconas já havia estragado a meu humor maravilhoso e eu estava tão puta que seria capaz se chutar a cara de uma assombração se ela aparecesse para mim,

Isso Seria Mais Um Clichê- FreenBecky Onde histórias criam vida. Descubra agora