Mamãe?

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Após todo aquele acontecimento, no meio da palestra, tinham, no mínimo, três pessoas olhando pra você. E todas faziam o mesmo ato, te olhavam logo após ler algo no telefone e comentavam baixinho com alguém da mesma mesa.

Isso estava começando a te frustar, fala sério, Kokonoi foi o mais errado dessa história toda e você tá pagando o pato? Isso nem está certo!

- Se acalma, você está nervosa e está tudo bem. Não é sempre que eles vêm uma mulher empoderada assim, em um lugar aleatório. Aquele bosta está errado, mas por ser homem rico, tudo o que puder pra se ocultar da mídia ele vai fazer. Não fica chateada, pensa que daqui a pouco vão vir vários patrocínios.

- A vida não é só feita de dinheiro, Yuzu.

- Mas quanto mais, melhor.

Ela te lançou uma piscadela e um sorriso. As palavras que a boca dela formou te trouxe uma sensação de conforto. Ela é seu lugar de descanso, te deixa confortável e confiante consigo mesma sem fazer esforço.

- Titia, não ligue para esses povos... - Kenny olhou para um lado e para o outro antes de concluir: - Eles são invejosos.

Você sorriu e balançou a cabeça, como quem quer dizer que entendeu.

Assim que o buffet foi liberado, segundos depois a fila estava enorme. Parece que os petiscos da mesa não foram o suficiente. Nem para vocês, nem para o restante das pessoas ali.

- Papai, estou com fome.

Emi reclama, colocando a mão em cima da barriga sobre o vestido lilás que usava.

- Eu vou pegar comida para vocês, fiquem aqui, a fila está gigante e vocês podem facilmente se perderem.

- Eu vou com você, não vai conseguir trazer dois pratos tão fácil.

Yuzuha ficou na mesa conversando com as crianças enquanto você se levantou e foi em direção a Ken. Ele te acompanhou até o final da fila, realmente demorariam uma eternidade.

- Eles parecem estarem com fome.

- E estão, com fome, com sono e cansaço. Assim que eles comerem eu vou colocá-los para dormir novamente.

- É uma ótima ideia. Eles não devem ter descansado nada.

- Sim.

Vocês estavam andando cinco centímetros a cada segundo e mesmo assim parecia que não chegava nunca.

- Sabe, eu sei o que deve estar pensando e eu não me importo tanto com os "paparazzis".

Ele riu.

- Eu te admiro, não saberia como agir. E, não querendo parecer chato, me sinto incomodado com as pessoas simplesmente olhando para nós. Como se tivéssemos algo.

- Concordo. Eles são um pé no saco. Mas é meu preço a se pagar.

- Ei! Eu não tenho nada a ver com isso, vá pagar em outro lugar.

Ele brincou, soltando uma de suas frases irônicas. Você riu antes de revirar os olhos.

- Eu só quero fugir daqui.

Ken concordou levemente com a cabeça e pegou um prato de porcelana, havia chego sua vez. Você o ajudou a fazer o prato das crianças e os levou até a mesa ansiosa e faminta.

— Comam sem fazer bagunça.

— Do jeito que a Emi tá é peligoso ela  domi no pato.

Kenny tinha uma característica marcante, ele falava embolado quando sonolento. E embora a frase tinha sido para alfinetar a irmã, você duvidava que ele dormisse antes que ela.

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