Terapeuta substituta

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- Ah qual é, amor. Me deixe entrar?

- Koko! Nós já conversamos sobre isso.

- [Nome], vida, eu quero fazer xixi.

- Use o banheiro do corredor. Nós conversamos que você não me verá nua antes do casamento.

- Perdi até a vontade de mijar, chata. Mas eu respeito isso, se isso faria você ficar comigo eu faço esse sacrifício.

Kokonoi se afastou da porta quando seu telefone começou a tocar.

Você soltou o ar aliviada, mesmo sentindo sua cabeça doer um pouco em duas pontadas, você não aguentava mais Kokonoi no seu pé. Agradecendo a Deus por ele ter saído.

Se afundou na banheira.
Alguns fios do seu cabelo caíam do coque e flutuavam pela água com sais e perfumes.

No intervalo de uma música à outra, se pode ouvir um “Não posso falar agora, Akane”.

Como você foi cega, o óbvio estava bem debaixo do seu nariz e você não o via. Se não fosse por Yuzuha, ainda estaria enfeitiçada por todas as coisas bonitas que Kokonoi te falava, todas da boca pra fora.

Sentiu seus olhos e pálpebras esquentarem e um leve dor na cabeça ao engolir o choro e respirar fundo. Contando até dez várias e várias vezes, como se fosse para se acalmar.

Entender Hajime, e fazer com que ele a entenda é uma tarefa difícil com base na situação atual.

Hoje seria dia de ir à terapia, se sua terapeuta não estivesse pego férias nesse mês.
Bufou, justo hoje quando várias merdas aconteceram na semana, ela decide tirar férias, num mês extremamente importante para o seu casamento.

Saiu do banheiro e se trocou, colocando um shorts jeans e uma blusinha de manga.
Pegou seu celular, seus documentos e os colocou na bolsa cara e de marca, valendo quase cem mil.

- Onde vai? - Koko perguntou aparecendo na sala de estar com duas taças de vinho nas mãos.

- Tenho sessão com a psicóloga. Eu tô precisando muito. Beijos, até breve.

- Eu achei que não ia, temos várias coisas pra se fazer hoje.

- Koko, ainda são dez da manhã. Temos a tarde toda livre. Eu volto às duas, vou passar na Yuzuha.

- Tinha que ser. Se não voltar às duas horas eu escolho qual vai ser seu buquê.

- Engraçadinho, faça isso e você fica sem ir na lua de mel.

-Tsc. Lua de mel, sem o noivo, não é lua de mel.

- Você quem sabe.

Você deu um selinho nele e saiu, indo pegar as chaves de seu carro.

Como sua psicóloga estava de férias, rumou pra casa de Yuzuha direto. Precisava de alguém pra desabafar, sendo profissional ou não.

- a quanto tempo.

- Sabe, ontem fui no restaurante do Taiju e ele nos disse a mesma frase.

- Deve ser da genética ter educação com os outros e sermos porres com os de casa.

- Hakkai não é porre com você.

- Ele é adotado. Entra.

- Ao menos tem educação.

- Eu te disse, coisa de genética.

Você se jogou no sofá retrátil dela, puxando o assento e deitando confortavelmente, tirou as rasteirinhas e colocou o pé pra cima. Como se realmente estivesse em uma sessão.

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