uma semana e contando

255 21 3
                                    

— Agora, como quer o vestido?

— Bom, eu quero com pouco decote, e nessa área é bonito ter uma renda.

Conforme Kokonoi foi dizendo o estilista foi desenhando o esboço no papel. Você estava ao lado deles, em pé em uma espécie de mini palco redondo, lugar onde estava sendo tirada suas medidas por duas meninas, aparentemente adolescentes das quais sabiam o que faziam.

— Aqui as medidas.

Você mal conhecia o homem que faria seu vestido, Kokonoi deve ter o conhecido sabe sei lá de que lugar. Kokonoi apenas disse para você confiar nele e que o profissional era de qualidade.

— Posso perguntar o que porque você está dizendo como quer o vestido de sua noiva? - Indagou de maneira até que informal.

— Isso é coisa minha e dela, fique tranquilo.

— Eu não tenho muitos planos para o casamento, nunca me imaginei escolhendo um vestido de casamento. Então deixei essa parte com Koko. - Você o respondeu de maneira simpática, totalmente o contrário da grosseira de Hajime.

— Entendi, desculpem pela pergunta. A saia, como quer?

[. . . ]

Kokonoi dirigia o carro em velocidade alta na pista, um mão constava no volante e a outra em cima da sua coxa, entrelaçada com sua mão. O destino era simples, depois de resolverem o vestido estavam indo resolver a lua de mel.

— Esse cruzeiro?

— Não, muito simples, amor.

— Então, que tal esse?

— Esse é legal, olha tem suítes distantes dos outros quartos. Isso é bom, né?

— É, é sim.

Hajime tinha sua mão na sua cintura, enquanto vocês viam um panfleto sobre os horários, o estilo de navio, o que havia nele, os entretenimentos que teriam... E essas coisas. Ele estava tão empolgado, puta merda, você o via e no fundo você sentia dó.
Mas era bem pouca, ele não teve dó de você enquanto fodida Akane na cama que você também dormia.

Mas cara, ele te olhava sorrindo. Igual a  primeira vez que ele te olhou, apaixonado. Agora, com o casamento marcado parece que ele voltou com toda a sua paixão adolescente. Isso te fazia relembrar os velhos tempos, em que eram apaixonados e tinham uma puta química.
Você queria muito ser ruim com ele, mas, é seu primeiro amor.

Você não estava com dó dele, mas estava se sentindo mal, não é do seu feitio fazer umas coisas dessas, mas Hajime precisava.
Você precisava.
Yuzuha precisava ver a cara de coitado dele.
Todos que sabiam da traição precisavam e queriam ver o que você faria, se abaixaria a cabeça, se apenas se separaria dele ou se faria um show.
Você escolheu fazer o show da separação, se é que podemos dizer assim. Sem sua presença.

Kokonoi sempre foi acostumado a ter você nas mãos dele; antes de saber da traição, ele chegava estressado, e descontava em você com palavras rudes. Você ficava ofendida, passava algum tempo sem falar com ele, mas era a primeira a quebrar essa greve de silêncio.
Quando vocês se separavam — aconteceram poucas vezes —, você era a primeira a voltar e implorar por perdão, mesmo sem ter feito nada de errado.

Então era mais que necessidade que você mostrasse que conseguia ser pior que ele. Hajime precisava entender que você mudou, que a escolha dele de pegar Akane enquanto estava com você foi a coisa mais fodida que ele fez na vida dele.

E não, você não vai pegar o amigo dele. Isso faria você ser farinha do mesmo saco que ele, o caráter de vocês andariam lado a lado. E quando saíssem nos jornais, ficaria difícil do público entender quem é o errado da história, e como uma boa vítima, você queria que ficasse bem esclarecido.

— [Nome]? Está tudo bem? Você está meio avoada.

— Pensativa, apenas.

— Você anda bem pensativa esses dias. Posso saber o porquê?

— Essas coisas do casamento enchem minha cabeça. Mas, bem, estava pensando, vamos ter despedida de solteiro?

— Melhor não, estamos gastando bastando com essa lua de mel.

Você deu de ombros e seguiram a fila da cabine, onde quem atendia era uma mulher cuidada porém velha.

— Boa tarde, tem quarto disponível no cruzeiro 1805?

— Boa tarde, temos sim. Querem quartos ou suítes?

— Qual a diferença?

— Os quartos são menores e compartilhados, eles têm duas camas beliches, ou duas camas de casal, dependem de como preferirem, e o banheiro também é menor, porém é dentro do cômodo, é como uma suíte, mas menor e compartilhada. Já a suíte é maior, e tanto o quarto quanto o banheiro são somente para vocês.

— Vamos ficar com a suíte.

Ela entregou um folheto, quase um livro, com mapa de quartos, corredores, refeitório, sala de descanso, saunas, diversões, entretenimentos, e essas coisas. Vocês escolheram um quarto seguindo a lógica do mapa.

— Como vão querer o combo?

— Com todos os pacotes inclusos, por favor.

— Certo, posso fazer o cadastro no nome de quem?

— No meu mesmo, [Nome].

Kokonoi pagou com notas altas. E após contar todas as cédulas, a moça liberou a passagem.

— O dia está programado para daqui a uma semana, as 17h com destino a Havaí, como devem ter visto no cartaz.

— Se adiantarmos a cerimônia podemos vir direto para cá.

— E deixar os convidados sozinhos?

— Amor, é nossa lua de mel, eles têm que saber se virar, e outra nossos contratados estariam lá para apartar qualquer briga, tanto faz.

— Tudo bem então. Obrigada, moça.

— Imagina. Qualquer coisa é só ligar na central.

— Ok, obrigada de novo.

Você saiu sorrindo, segurando as passagens.
Perto do carro, você pulou de de felicidade, viajar de cruzeiro é uma experiência surreal e era seu sonho. Ir para o Havaí era o sonho de Kokonoi, então os dois estavam bem animados com a lua de mel.

— Vai ser perfeito!! — Kokonoi te abraçou e te beijou.

No calor do momento você retribuiu o beijo, animadíssima.

— Vai sim!!

— Ah, me desculpe. Eu sabia do seu voto de beijar e ter relações depois do casamento e eu te beijei.

— Amanhã eu passo na igreja para pedir perdão e começar de novo.

— Você pode fazer isso toda vez?

— Apenas se eu estiver arrependida, de nada vale pedir perdão de algo que não sente culpa.

Kokonoi ficou quieto, apenas sorriu e balançou a cabeça em concordância. Abrindo a porta do carro e entrando em seguida.
Esperou você entrar e colocar o cinto, para então colocar a chave na ignição e dar partida no carro.

O clima estava estranho, você estava feliz e ansiosa para contar a Yuzuha, Kokonoi estava feliz e ansioso para tomar as ações do seu pai para ele, afinal o velho estava para se aposentar e passaria as coisas no seu nome, consequentemente iria pro nome dele também.

Ambos estavam felizes, felicidades por motivos diferentes, nenhum de vocês se amavam mais. E só isso basta para que vocês encontrem caminhos diferentes.

─━━━━━━⊱✿⊰━━━━━━─
Só pq hj estou feliz e com a criatividade a mil. 🥰💁🏽‍♀️

Nossos Filhos - Draken Onde histórias criam vida. Descubra agora