— Puta merda, [Nome].
— Eu sei. E me sinto mal por tudo isso, Yuzu. - Você choraminga.
Claramente afetada pelo o que havia acabado de contar a Shibba. Porra, porque você tinha que ser tão idiota e prepotente?
— Olha amiga eu não quero te julgar, mas eu tenho que fazer isso. - ela sorriu ladino — Você foi burra pra caralho.
— Eu me sinto tãão maalll.
Apesar de toda aquela conversa sobre passado, conflitos e relacionamento antigo, vocês não se constrangeram, ficou um clima não tão agradável, mas ainda sim, leve.
Momentos antes Ken havia te dito sua história com sua ex-mulher, Emma.
Ela havia sido uma grande parceira pra vida dele, e no começo do relacionamento eles eram muito apegados um ao outro. Outros diriam que eles tinham desenvolvido dependência emocional um pelo outro.
Se conheceram desde novos, seu melhor amigo era irmão dela, Ken desconfiava que ela gostava dele muito antes do segundo médio, onde essa história - que você achou- romântica e comovente acontecer.
Assim que começaram a ter algo a mais do que beijos, Ken contou tudo para Manjiro, este que se opôs um pouco, mas logo sucumbiu e deixou que a irmã passasse longas horas nos braços de Ryuguji. Se isso a faria feliz e contanto que Ken a faria feliz, por que não?
Mesmo ele estando minimamente enciumado.Começando a faculdade, houve uma pequena distância entre o casal, enfrentaram um relacionamento conturbado a distância, se encontrando poucas vezes. E quase no fim do último período, Emma descobre a gravidez de Emi.
Apavorados e com medo. Assim se encontravam os pais precoces, apenas com 23 anos e quase formados.
Era de longe uma gravidez planejada, nunca havia passado pela cabeça deles serem pais antes de terminar a faculdade. Mas bem, o último período estava aí, faltava coisa de poucos meses para encerrar essa fase.
Emi nasceu e ao longo dos meses, Ken trancou seu curso para cuidar da menininha. Talvez seja por isso que ela seja tão apegada ao pai.
Quem contou que a diferença de idade das duas crianças é de apenas dois anos, Emi tem cinco anos e Kenny apenas três.
Assim que terminou o curso, Emma não perdeu tempo e corre a procura de um emprego, o qual conseguiu sem demora. Ela se sentia esgotada, embora Ken fizesse toda a parte doméstica, Emma se sentia um fardo, como se ele tivesse desistido de seus sonhos por ela e não pra ela viver o seu.
Eles sabiam que ser pais cedo iria requer tempo, responsabilidade, carinho, atenção e várias outras coisas que no momento eles não podiam disponibilizar para Emi. Portanto foi pensado e calculado que se Ken , ou ao menos um deles adiasse o seu futuro, a criança teria teoricamente tudo o que deveria ter, falando da parte emocional.
Emma não concordou muito com a ideia, por ser mãe e ter um instinto materno ela recusou na hora e disse que ficaria com Emi, que afinal não havia problema para ela.
E pulando um pouco os meses, tudo se encaixou, Ken conseguiu ser um pai presente e atencioso, claramente não como sua mulher seria, mas ele deu seu jeito.
Quando Emma conseguiu se estabilizar em seu novo emprego, descobre uma nova gravidez.
Dessa vez quem estava por vir era um menininho de línguinha presa. Kenny.Ao contrário da personalidade da irmã, ele era quieto e reservado, tendo um apego emocional mais com a mãe do que com o pai.
E embora Emi não gostava de ver seu pai com outras mulheres, Kenny se sentia na obrigação de o proteger delas. Como se alguém fosse tomar lugar de sua mãe.Com um ano e meio de vida, Kenny perdeu sua mãe em um acidente de moto. A caminho de casa, pronta para descansar nos braços de Ken, ler uma história para seus filhos e os dar beijinhos de boa noite.
A última vez que as crianças a viram, foi de manhãzinha, quando ela os arrumavam para ir à escolinha. Depois, a viram em cima de uma maca, sem qualquer sinal de vida.
Foi traumático, e desde então, Ken tenta ser um pai presente para "cobrir" o espaço vazio de Emma. Levando as crianças a lugares incríveis, shows de circos. Ou até mesmo cozinhando com elas, não deixando que elas caiam no poço escuro e profundo do luto.
Claro, todos ali ficaram mal, uns menos que outros. Mas logo após, Ken Ryuguji deu o máximo de si para que elas não pensem na perda.E o que ninguém sabe, é que quando as crianças estão dormindo, ele chora. Chora como se fosse um bebezinho com dor. Como se isso fosse trazê-la de volta.
Manjiro era quem mais suportou ver seu cunhado nesse estado, às vezes sem dormir direito mas dando duro pra que suas crianças estivessem bem. Ele que às vezes ligava no meio da tarde e dizia que iria buscar elas na escolinha, para que Ken ao menos respirasse um pouco
Ele saia com as crianças para ir ao parque enquanto Ken chorava no banho e se deixava ser vulnerável por longos minutos.Não é fácil pra ninguém ser forte o tempo todo, até o mais másculo dos homens precisam chorar, conversar ou até mesmo abraçar alguém em quem confia. E está tudo bem não ser forte o tempo todo.
Claro, ele não queria desmonstrar sinais de que o pai das crianças estavam cada dia mais pra baixo, entrando quase em uma depressão.
E era por ideia de Manjiro que Ken estava naquela embarcação no meio do oceano, como destino o Havaí, prontos para quase dois meses de férias.
— Yuzu, fazem apenas sete meses que a mulher dele morreu — Você voltou a se lamentar — E eu dei em cima dele, porra. Depois de escutar tudo o que ele disse.
— Burra pra caralho.
— Não tá ajudando.
— Eu não te dei nenhuma garantia que iria ajudar, apenas que não iria julgar.
— Você já faz isso diariamente.
Ela deu de ombros.
— No fim, se ele não falou nada e levou como uma brincadeira está tudo bem.
— Não Yuzu, para de ser retardada, porra. — Você se senta — Ele ainda usa aliança de casamento dele, e mesmo depois de poucos meses ele não superou ela.
— [Nome], não é fácil perder alguém. Principalmente se essa pessoa cresceu com você e do nada some da tua vida pra nunca mais voltar.
— Mentirosa hipócrita — Você apontou. — Com seu irmão foi assim.
— Isso é uma caso a parte. Taiju sempre descontava a raiva dele em mim e no Hakkai. Mais nele do que em mim. Então aquele merda não merece mesmo voltar pra casa e se morrer não vou ter remorso nenhum. Que ele apodreça numa vala e que o próprio capeta venha lhe buscar, não sei porque o expulsou de lá.
Ela começa a ficar irritada.
— Aquele resto de bosta deveria ser comido por larvas.
— Eu concordo. Quando voltar vamos jogar ele num lixão, vai ser mais fácil. — Vocês fazem um high five.
— Enfim. — Ela suspira — O caso é que Draken ainda é muito apegado na história de amor com a mulher. Se você tiver interesse nele, só deixe que o tempo cure essa ferida dele, amiga. Não vai ser fácil, mas se der tempo ao tempo, acontece.
Você sorriu em meio ao conselho de Yuzuha.
Não sabia se realmente tinha interesse nele pra ser levado pra fora desse vasto oceano, quero dizer, ele é gente boa, bonito e um bom pai, mas talvez você não queria um relacionamento logo em seguida do que aconteceu.
E embora você não saiba, já tem vários rumores sobre vocês dois na internet.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nossos Filhos - Draken
FanfictionVocê estava na sua pior fase da sua vida, pela segunda vez sua cabeça alucinógena mentiu pra vocês. Você não estava grávida, era a porra de uma infertil. E Kokonoi não tinha mais cabeça para aguentar essa sua ilusão e se afundou nos trabalhos. "Tr...