Nossos Filhos - Draken

Karaokê

— Da onde tiraram essa ideia?

— Eles viram em um folheto que davam para alugar uma sala.

— Meu Deus, e quanto tá a sala? — Ken pergunta apreensivo.

Yuzuha lhe entrega o folheto e, se não tivesse encostado na parede, ele cairia de susto.

— Não. Não vamos. — Ele se vira para as crianças — Quem sabe numa próxima, perto de casa tem um, vocês sabem, podemos ir quando voltar.

Você tocou nas costas dele e Emi não gostou muito, porém não disse nada, ela soube que você a ajudaria no momento em que piscou para ela.

— Ken, dinheiro não é problema.

— Imagina que irá gastar seu dinheiro com isso.

— Quem disse que é o meu dinheiro? — Você sorri e se aproxima de Yuzuha — Já voltamos, nos espere aqui.

Você pegou no pulso de Yuzuha e a puxou consigo. Ela sorriu perversa e te acompanhou. Finalmente iriam tocar nas cédulas que haviam sacado há uns dez dias.
Claro, a ideia de sacar o dinheiro da conta de Kokonoi não havia sido sua, mas que bom que Yuzuha pensou.

Ao fecharem a porta do quarto, e ir direto à mala de dinheiro — como se tivesse cometido o maior crime possível para tanta agilidade —, pegou uma quantia razoável e a separou. Voltando a mala em seu lugar misterioso e imprevisível; debaixo da cama.

— Achei que iria deixá-lo mofando.

— É que bem, normalmente eu não preciso gastar dinheiro dos outros.

— Oras, então gaste o seu e me dê esse.

— Pode pegar, não conseguirá gastar nem um terço, mesmo indo em todas as atrações.

— Não para euzinhal. Foi fácil estourar o limite do cartão dele.

Você sorriu. Quando se tratava de torrar dinheiro alheio Yuzuha se tornava uma expert. Mas mesmo assim você tinha suas dúvidas, era muito dinheiro, mas muito mesmo que até mesmo a ruiva não daria conta de gastar.

Voltando para onde os loiros se encontravam, você sorriu ao perceber Emy com os olhos gigantes sobre a bolsa média que você trazia, ele com toda certeza sabia do que se tratava, como uma boa observadora.

— Vamos? — perguntou para as crianças, elas imediatamente deram as mãos para Ken e seguiram a trilha invisível para a ala de karaokê.

— Crianças, devagar. — Elas se acalmaram — Devemos esperar as meninas, não? Afinal elas que irão realizar esses desejos.

Sussurrando a última parte, Ken conseguiu que as crianças o obedecessem. Chegando até a pedir para que Ryuguji parasse de andar e esperasse Yuzuha e você.

— O que estão esperando? Vamos, vamos.

Você os apressou e se dirigiram com fervor — se não fosse Ken segurando as crianças, elas virariam foguetes —. Alugaram uma sala e deixou que as crianças se divertissem pelo tempo que for necessário.

E, enquanto se divertiam com Emy e Kenny, Yuzuha se sentava ao lado de Ryuguji. Mais do que pronta para bater um papo com ele.

— Se você machucar ela eu te quebro a cara e pego suas crianças para mim!

— Não vou. Mas tirar minhas crianças de mim é um pouco demais, não acha?

— Não ligo. Só não faça ela chorar.

— Fica tranquila, ruiva, você tem a minha palavra. Tô começando a achar, na verdade, que ela é areia demais para o meu caminhãozinho. — Ri

— E é mesmo! Te cuida, ou seu corpo vai parar debaixo da igreja do meu irmão.

Olhou para ele de maneira fria e sorriu segundos depois de ver a expressão assustada dele.

Ele estava bem avisado agora. Tinha feito seu papel como sua melhor amiga e estaria de olho nele a todo momento.

Você voltou sorrindo e ofegante, não era fácil ficar tomando conta de crianças e aparentemente Emy estava disposta a te cansar o máximo possível. Pedindo suco, lanche, chocolate enquanto Kenny cantava uma música infantil, sendo a única que sabia.

Ken mal havia percebido quando elas dormiram. Em meio àquele som exorbitante, o cansaço sempre vence e por fim, elas se renderam ao sono pacífico.

— Eles dão o maior trabalho. — Ken riu e concordou.

— Eu consigo manter eles na linha rapidinho. — Yuzuha olhou brava para vocês, mostrando sua face diabólica antes de sorrir.

Assim como fez com o loiro que quando a olhou novamente, engoliu em seco.

— Vai acabar assustando elas assim.— Você se senta no meio deles e se aconcheda no estofado macio. Ken passa o braço em seus ombros e Yuzuha segura sua mão, mexendo no telefone com a outra.

— Conhece a educação positivo? Eu faço assim, só que do meu jeito. — Ela sorriu e você teve suas dúvidas.

— Nossa, Yuzu, eu preciso falar com a minha psicóloga. Faz um tempo desde a última sessão, já deve ter passado um mês, não?

— Verdade. Bem, acho que sim.

O silêncio de instaurou, e vocês apenas aproveitaram para curtir e descansar os últimos trinta minutos da reserva da sala.

— Quando desembarcamos? — Ken perguntou e isso gerou uma dúvida genuína entre vocês.

— Ah, bem, acredito que essa semana ainda. Não deve demorar muito.

— Então é assim que os piratas se sentem quando estão em alto mar? Perdidos no tempo?