A ausência era capaz de aniquilar os corações mais fracos.
Os anos perdidos jamais voltariam porque o tempo era cruel e o passado imune ao arrependimento e perdão.
Lágrimas derramadas por jovens solitários, com anseio de amor verdadeiro, fidelidad...
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Das nossas 16 primaveras Pequena flor de amor Você sempre vai florescer Para mim
Petite fleur
Alina esgueirou-se pelo corredor escuro sem fazer barulho. O som da chuva a assustava. Era uma tempestade. Ela nascera em um país onde era comum momentos em que a natureza se enfurecia com a presença dos humanos e tentava destruí-los, mas Alina odiava a sensação de vulnerabilidade.
Abriu a porta do quarto da mãe, vendo o quarto ser iluminado por uma luz branca que vinha do céu e tomado por um som assustador do trovão. Hope estava deitada na cama completamente torta, um dos braços agarrado a um pedaço de papel como se sua vida dependesse daquilo. A menina aproximou-se e segurou a revista com cuidado para não rasgar.
Era sua mãe vestindo uma roupa vermelha justa. Ela era a mesma pessoa, sem nenhuma mudança. Passou as páginas com cuidado, conseguindo identificar algumas palavras.
— Modelo cobiçada. – leu com dificuldade, usando o dedo indicador para contornar as letras grandes. – Referência de beleza na For... – as letras desapareceram quando a revista foi tirada de sua mão repentinamente. Alina ergueu a cabeça, encontrando o azul pálido dos olhos maternos.
— O que eu falei sobre privacidade? – Hope a avisou ríspida.
— Estou com medo. – respondeu como sempre fazia desde que aprendeu a falar.
— Feche os olhos e imagina que está longe. Agora saia.
— O que é cobiçada?
— Eu era cobiçada antes de você aparecer.
— Desculpe, mamãe. Posso dormir aqui?
— Não!
Alina apertou o macio lençol da cama de sua mãe com força, sem compreender porque era expulsa e o que havia feito para sua mãe deixar de ser cobiçada.
— Por favor, mamãe. – implorou, ouvindo a tempestade piorar do lado de fora, e o vento fazer assustadores barulhos no sótão.
— Sabe o que seu nome significa? – Hope perguntou, inclinando a cabeça para o lado de forma elegante, fazendo os cabelos dourados caírem como cascatas de ouro muito bonitas, algo que Alina sonhava possuir quando fosse alta como sua mãe.
— Nobre. – respondeu contente, pois seu avô lhe disse em uma tarde típica de areia e mar.
— Essa é apenas uma parte da tradução. – sussurrou na escuridão.
— Nobre é princesa.
— Alina significa serpente nobre. Você. – apontou acusatória.
Um vinco formou-se entre as sobrancelhas de Alina, fazendo Hope soltar um som de repulsa.