Cap. 13 - Agridoce

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Quanto tempo alguém demora para se apaixonar?

Um segundo? Uma semana? Um ano?

É a mesma coisa que perguntar quanto tempo alguém leva para cair no sono. Algumas pessoas dormem assim que a cabeça toca o travesseiro. Outras ficam deitadas ali por horas e só quando a mente pára de funcionar por um instante é que o sono pode se instalar e arrastá-las para as profundezas.

É assim que acho que as pessoas se apaixonam. Algumas se entregam facilmente, parecem ser tão despreocupadas. Amam livremente, sem constrangimento. Essas pessoas são umas idiotas. Ou, bem, era assim que eu costumava pensar. Até agora.

Tentei não me envolver emocionalmente com Sarah na noite passada, mas cada vez que acreditava ter conseguido afastar qualquer emoção verdadeira, ela me beijava, ou sussurrava algo doce que me ligava a ela mais uma vez.

No fim, parei de tentar resistir e cedi. Sabia que era algo tolo a se fazer, considerando nossa situação, mas não pude me controlar.
E, agora, ela está atrás de mim, seu corpo envolvendo o meu como se nunca mais fosse me deixar ir embora.

Sinto a respiração dela, morna e constante, em minha nuca, enquanto ela dorme, felizmente sem saber que estou ficando mais tensa a cada segundo.

Na posição em que estamos, cada centímetro de minhas costas nuas está pressionada contra cada centímetro do corpo nu de Sarah e minha cabeça descansa em um braço, enquanto o outro está em volta da minha cintura.

Suspiro e aperto meus olhos já fechados. Não deveria ser tão bom sentir essa proximidade junto ao corpo de uma mulher, especialmente uma que não posso ter.

Tento afastar o braço dela da minha cintura, mas Sarah não se move. Droga. Estúpida musculosa!

— O que você está fazendo? — murmura ela, sua voz carregada de sono.

— Preciso ir embora.

— Não, você não precisa.

— Sim, preciso. Tenho tarefas para fazer.

— Eu também. Todas elas envolvem estar dentro de você. Sair daqui não é uma opção.

Tento empurrar o braço dela novamente. É pesado como uma barra de ferro.

— Você não tem malas para fazer?

— Estão prontas. Vou jantar com minha mãe e meu pai hoje à noite e amanhã de manhã eles vão me levar para o aeroporto. Fora isso, estou livre. — Sarah afrouxa seu aperto e me vira, então se inclina para me beijar.

— Isso está convencendo você a ficar?

— Hummm. Não tenho certeza. Talvez você deva tentar com mais vontade.

Ela pressiona sua ereção muito óbvia contra meu quadril.

— Isso é vontade suficiente?

Todo o meu corpo reage.

— Ah, bem, vai ter que servir.

— Cara, você é fácil. Graças a Deus!

Grito quando ela me prende contra o colchão.

Quarenta minutos e dois orgasmos mais tarde, estou acabada. Entro e saio do mundo dos sonhos e quando abro os olhos, Sarah está lá, com a cabeça apoiada na mão, olhando para mim.

— Estou confusa. — diz ela, fazendo uma careta.

— Sobre o quê?

— Você diz que teve namorados que te deixaram por outras mulheres.

Impiedoso Coração (Sariette G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora