𝑪𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐 𝟏 - 𝑰𝒎𝒊𝒏𝒆𝒏𝒕𝒆

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𝐏𝐀𝐑𝐓𝐄 𝟏
𝙰 𝙰𝙻𝙰 𝙳𝙰𝚂 𝚁𝙾𝚂𝙰𝚂
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𝑬𝑥𝑖𝑠𝑡𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑒𝑠𝑠𝑒̂𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑝𝑟𝑖𝑚𝑖𝑡𝑖𝑣𝑎 𝑒𝑚 𝑡𝑜𝑑𝑎𝑠 𝑎𝑠 𝑐𝑟𝑖𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑠, 𝑐𝑎𝑝𝑎𝑧 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑒𝑛𝑡𝑖𝑟 𝑜 𝑖𝑚𝑖𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒, 𝑎𝑠𝑠𝑖𝑚 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑜𝑠 𝑝𝑎́𝑠𝑠𝑎𝑟𝑜𝑠 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑐𝑖𝑝𝑎𝑚 𝑎 𝑐ℎ𝑒𝑔𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑎 𝑐ℎ𝑢𝑣𝑎.

𝐑𝐄𝐋𝐓, 𝐨 𝐭𝐢𝐧𝐭𝐞𝐢𝐫𝐨 𝐝𝐨 𝐎𝐞𝐬𝐭𝐞.

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𝐍ão demorei a deduzir o que estava acontecendo quando acordei, amarrada em um quarto corroído pelo tempo, com janelas cobertas por tábuas e paredes repletas de palavras escritas em línguas estranhas. A confusão durou apenas alguns minutos, nos quais me desesperei, tentando soltar as amarras e gritando por ajuda, até perceber que ninguém viria. Então, outro tipo de desespero me tomou: o de que nada do que estava acontecendo tinha chance de mudar, e que eu deveria simplesmente aceitar o que estava por vir.

Conheci meu carrasco naquele mesmo dia, quando ele entrou no quarto, observou os arredores e finalmente encontrou meus olhos, arregalados e inchados de tanto chorar. Ele veio em minha direção, e por um segundo pensei que fosse dizer algo, antes que seu punho acertasse a lateral do meu rosto e tudo escurecesse novamente.

Não era difícil entender minha posição ali: eu era uma prisioneira, obviamente. Mas o que assombrava minha mente, enquanto eu tentava recobrar os sentidos após a pancada, era o fato de que toda minha existência anterior àquele momento era um abismo incerto e vazio.

Por que eu não me lembrava de nada?

A lembrança do meu nome foi uma das únicas que tive, seguida por outra, a última.

Eu era Eostre, e manipulava metais.

Continuar me lembrando disso era a única coisa que importava naquele momento, quando eu não tinha mais nada a que me agarrar.

— Estou aqui para te ajudar, então me escute — disse uma mulher ao jogar meia dúzia de carvões na lareira do meu cativeiro, ainda na noite em que despertei. — Não olhe. Não fale. Não levante a cabeça, e nem respire alto demais perto dele. Faça seu trabalho e nada além disso.

Ela se apressou até a saída antes que eu tivesse tempo de absorver suas palavras, o longo cabelo castanho balançando em suas costas. No entanto, parou com a mão na maçaneta, hesitando por um momento.

Não era uma simples empregada, notei espiando-a por cima da madeira podre da cama; ela vestia o peito de uma armadura sobre o vestido bordô, uma adaga na cintura e tranças firmes nos cabelos.

Era uma sentinela?

Por que uma sentinela se preocuparia em jogar carvões na lareira de uma prisioneira?

𝐂𝐨𝐫𝐭𝐞 𝐝𝐞 𝐏𝐫𝐢𝐦𝐚𝐯𝐞𝐫𝐚 𝐞 𝐋𝐮𝐚𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora