Foi feito correções no dia 16/01/24.
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Um homem de pele tão branca quanto a neve percorria os bosques, seus olhos puros e brancos assemelhavam-se a quartzo resplandecente, destituídos de qualquer mácula de impureza. Seu cabelo curto e branco, levemente espetado, exibia uma maciez e elegância singulares. Com uma estatura que ultrapassava a dos simples mortais, alcançava imponentes 2 metros e 20 centímetros.
Ao afastar o manto negro de seu braço, revelou a mão direita, e uma névoa gélida começou a emanar de sua pele, transformando o entorno em um cenário de neve e gelo, envolvendo plantas e algumas árvores. Não era um frio intenso, apenas uma fina camada que se dissiparia facilmente na primavera.
— Eu... não deveria ter feito aquele acordo... — expressou ele, desgosto tingindo sua voz com repulsa e mágoa, seu tom profundo ecoando como o corte de gelo. — Minha vida... não importava.
— Sua vida importa, Glacies — sussurrou uma pequena luz próxima ao seu ouvido. — Você aceitou para sobreviver; eles tinham o núcleo do gelo.
— Você aceitou para nada! Poderia ter sido falso. Muitas coisas podem ser replicadas, desde que conheçam a essência e magia que emanam — sibilou outra luz de maneira violenta. — Colocamos a vida do príncipe Peverell em perigo por nada!
— Cala boca! — gritou Glacies, silenciando as duas luzes. O ponto de luz vermelho estalou, enquanto o ponto de luz azul cintilou surpreso. — Vocês só estão me atrapalhando! Principalmente me influenciaram em seus estados de pânico quando fomos encontrados por eles. Se controlem! Em situações como essas, é preciso agir com calma, ser perspicaz, estar atento a tudo e fazer perguntas!
— Somos mais fortes que eles. Agora, temos que ter cuidado ao sermos caçados — abriu a boca, revelando dentes afiados capazes de rasgar a pele de qualquer ser facilmente. — Eu não deveria ter aceitado vocês.
Os pontos de luz ficaram em silêncio, apagando-se um pouco e se escondendo no capuz do manto preto. Glacies bufou para os espíritos, reconhecendo que eles tinham muito a aprender, mas ele também.
— Somente temos que controlar nossas ansiedades — suspirou, liberando uma névoa gelada. — O frio... nunca sente ansiedade. Temos que aprender juntos...
— Meu lorde? — uma figura feita de neve se aproximou lentamente. Seus olhos de gelo, cabelo feito de espinhos de gelo e garras, sem nenhum gênero aparente. — A Morte o chama para uma reunião.
— Ele mesmo não pode vir? — questionou Glacies com um tom aborrecido.
— Não, Morte está irritado — desabafou preocupado. — Descobriu seu envolvimento com comminatio (ameaça em latim).
Glacies franziu a testa; se a Morte sabe do seu envolvimento com comminatio, o príncipe Peverell também sabe. Esfregou seu cabelo, soltando um grunhido cansado. Desde que começou a se envolver com aquele homem trouxa, tudo começou a ficar estranho, desde a essência da magia até o passado.
— Por que o tempo está sendo afetado? — perguntou a si mesmo, fazendo um sinal para seu servo que assentiu, desaparecendo em um monte de neve. — A magia...
Seus olhos brancos brilharam junto com o vento ao seu redor. — O passado...
Virou-se bruscamente para trás; um espelho de gelo se formou na sua frente, exibindo um escritório minimalista todo preto, com vários livros abertos e ampulhetas decorando o teto infinito.
Atravessou facilmente, entrando nesse escritório. No trono de obsidian residia a Morte em sua verdadeira aparência esquelética.
— Demorou — disse a Morte, cortando algumas frutas que pareciam bolas brilhantes de líquido néon. — Temos muito o que conversar.
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Além do "Normal" - HP
FanfictionEle sempre foi diferente, não importa se era um "trouxa" ou um "bruxo", olhava tudo além do "normal" descobrindo vários conhecimentos desconhecidos e surpresas. E quando encontrou os olhos vermelhos com pupilas iguais uma cobra, viu a alma despedaça...