Eliza parece ser uma garota normal com uma vida perfeita, uma família perfeita, a casa perfeita, a cidade perfeita.
Algo que quase ninguém sabe é que a nossa pequena garotinha adora fazer as noites das pessoas da França um verdadeiro caos. Assombrar...
Meninas más fazem isso bem Viva rápido morra jovem Meninas más fazem isso bem Minha corrente atinge meu peito Quando estou batendo no painel
~Bad Girls -M.I.A.
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França, Paris 1 de Abril de 2019
Eu não estou aguentando mais
Não consegui ficar muito tempo com a minha família, me sentia mal demais para isso. Subi as escadas praticamente correndo, assim que abri a porta do banheiro um enjoo forrou meu estômago de um jeito que minha cabeça não pensou duas vezes antes de por tudo para fora, tudo o que não comia a dias.
Senti as náuseas aumentarem conforme vomitava, não parava mais. Minhas pernas fraquejaram e eu cai de joelhos no chão. Tinha a sensação que poderia desmaiar a qualquer momento, meus olhos pesaram e minha visão ficou turva, mas eu não iria me render.
Apoiei minhas mão na borda do vazo, o suficiente para me manter de pé enquanto me escorava no balcão da pia. Fico um tempo parada, sem mexer um músculo, tentando voltar ao normal e conseguir se algum jeito escapar de tudo, tudo isso. Preciso escapar.
Não sei bem quando tempo me mantive ali, mas sei que foram longos minutos, que para mim se tornaram horas. Ergo minha cabeça aos poucos e me distancio da borda da pia, indo em direção ao quarto.
Seja qual for o estado do banheiro, vou ter que deixar para limpar amanhã.
Entro em meu quarto e busco pela jaqueta de couro marrom que apoio atrás da porta, uma bolsa e a minha carteira. Eles só aceitam dinheiro.
Coloco um boné em minha cabeça para disfarçar as minhas mecha bagunçadas e calço um tênis aleatório, estou tão mal que nem consigo saber se ambos meus pés vestem o mesmo modelo.
Não vou conseguir dirigir, então pego o meu novo celular e chamo um carro. Vasculho minha bolsa atrás de algum comprimido.
Vamos, qualquer um, não é pedir muito.
Saio pela porta da frente ainda de cabeça baixa e olhando cada bolso e compartimento possível de encontrar, mas não achei nada.
Talvez alguém tenha pego...quem sabe seu irmão. Não é uma ideia impossível.
-PARA DE FALAR- grito, sem nem perceber que estava em público ou que estava brigando com as vozes em voz alta
Isso nunca tinha acontecido quando eu não estou em uma crise, isso me assustou por um momento mas logo ignorei.
Parece que é só isso que sabe fazer. Ignorar.
Volto minha atenção para o mundo real quando o uber para em minha frente e pergunta se eu era a Eliza que chamou o carro, o que confirmo.
