Bem, conte-me suas confissões, querido, qual é a pior?
Sim (sim, qual é o pior?)
Batize em suas coxas até doer (você sabe que dói)
Porque estou prestes a levar você de volta para a igreja (oh, sim)
Eu vou mantê-lo acordado até o pôr do sol
Falando em línguas, sim, ainda não terminamos, sim
Não tire meus versos do contexto (sim)
Eu sei que isso está pesando na sua consciência
E eu continuarei guiando vocêChurch -Chese Atlântic
França, Paris
16 de abril de 2019Não, é óbvio que eu não conseguiria dormir...
Não faço isso a tempos.
Estou nesse exato momento zanzando pelo apartamento espaçoso, procurando algo para ocupar a mente sem acordar todos que estão dormindo.
Minhas mãos tremem levemente e gotas de suor escorrem pelo meu corpo, consigo sentir elas passando pela minha barriga e indo de encontro a virilha. O que mais me deixa nervosa é o fato de que está muito frio e eu estou assim.
Passo por uma mulher bote de cabelos brancos, totalmente estirada em meu sofá, suas pernas entrelaçadas as da garota de olhos puxados e lábios rosados ao seu lado, lutando pela divisão de espaço, quando vou em direção à varanda.
Eu PRECISO fumar!
Pego a caixa de cigarros dentro da gaveta do pequeno criado mudo ao lado da porta de vidro que divide os cômodos. Com o cigarro, pego também o isqueiro.
O ascendo e sinto a fumaça toxica entrar em meus pulmões, junto a ela, um alívio de ter algo ruim entrando por meu corpo. Estico as mãos observando o tremor aos poucos sair delas.
A brisa gélida faz mechas dos meus cabelos negros voarem para trás. Conforme o vento bate e a nicotina adentra ainda mais, a paz me deixa leve e bem.
Eu estava bem. Eu estou bem, não estou?
E não, a resposta é um belo e redondo não. É óbvio que eu não estou bem.
-Não deveria estar aqui a essa hora da madrugada. Deveria estar dormindo.
Olho para trás quando escuto a voz grossa e rouca do pequeno diabo. Ele estava sentado em uma cadeira, no canto da varanda. Seus olhos pregados em mim como dois botões verdes cintilantes, dois imãs que sugavam e absorvia toda minha alma. Todo o meu ser.
Eu não tinha prestado atenção antes, mas aqueles olhos... Eles parecem ter muito a dizer, parecem esconder histórias e momentos que só eles o viu.
A luz do luar bate em seu rosto de forma tão similar as ondas do mar colidindo na costa que me fazem imaginar como deve ser a sensação da maresia correndo pelo meu sangue.
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REVENGE
De TodoEliza parece ser uma garota normal com uma vida perfeita, uma família perfeita, a casa perfeita, a cidade perfeita. Algo que quase ninguém sabe é que a nossa pequena garotinha adora fazer as noites das pessoas da França um verdadeiro caos. Assombrar...