Capítulo 1O

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🍫🍒


Willy demonstra pura satisfação em um sorriso ao assistir a reação que o seu chocolate causou em mim.

A primeira coisa que faço é procurar apoio nele, agarrando com certa força seus pulsos e parte dos antebraços.

— Você precisa relaxar — ele me diz tranquilamente, deixando-se levar pelos risos.

— Desculpe se eu nunca voei antes. Não me solte, por favor — eu imploro.

— É sério. Vamos lá, relaxe. Sinta-se livre.

Sem me largar ou causar ainda mais ansiedade em mim, Willy consegue deslizar com firmeza suas mãos até as minhas, e eu começo a me sentir como uma pipa, pois as minhas pernas insistem em seguir para cima, deixando o meu corpo praticamente inclinado.

— Meu Deus, Willy! — Eu solto um gritinho e rio junto com ele. Por reflexo, afasto a mão da dele com a intenção de cobrir a boca, mas fico imediatamente arrependida e seguro de novo.

— O efeito é muito passageiro. Quero que se divirta antes que acabe — ele fala.

Wonka dá alguns passos para trás, conferindo rapidamente se não há obstáculos em suas costas. É uma mistura de sentimentos engraçados ser puxada dessa forma, ficando no ar, e ele ainda brinca comigo. Giramos uma, duas, três vezes, até eu quase me desfazer de tanto rir e pedir para parar. Ele também parece uma criança a essa altura e olha nos meus olhos a cada segundo.

Quando o meu corpo começa a obedecer um pouco mais as leis da gravidade novamente, Willy envolve a minha cintura com as mãos e me traz para mais perto. Eu apoio as minhas em seu peito ao notar que ele fica meio sem graça, criando um espaço seguro entre nós. Não que eu queira que esses centímetros existam. Vou apenas aproveitar o restante da minha habilidade temporária de flutuar.

Encaro um poste de luz ao nosso lado e estico o braço para conseguir me agarrar nele e não sair voando. Willy Wonka faz questão de continuar segurando a minha outra mão, e é claro que ele tem a ideia de girar comigo de novo, quase como se fosse uma dança incomum.

Nós paramos, e eu retorno aos braços dele. Dessa vez, fica evidente que já consigo me manter com os pés no chão.

— Você gosta bastante de rodar — eu comento.

— Perdão. Te deixei tonta? — pergunta ele, inocente e preocupado. Nem voltou a ficar nervoso com a nossa aproximação de agora e por ter os meus braços em volta de seu pescoço.

Ah. Um beijo seu é que faria isso comigo, meu subconsciente não se contém.

O máximo que ainda me permito é fazer um carinho em seu cabelo e perto da nuca. Passo as pontas dos dedos ali e sinto o corpo dele estremecer.

— Não se desculpe por fazer com que eu fique ótima. Livre, como você disse — respondo gentilmente.

— Esse era o objetivo desde o começo — Willy deixa claro.

Eu poderia mesmo ter me divertido assim vários dias atrás, mas era como se eu fosse outra pessoa. Agora, com partes da minha vida sendo encaminhadas do jeito certo, acho que tudo aconteceu como deveria.

Por falar em tontura, a única coisa além de um beijo que me dá essa sensação agora é a fome.

— Você está bem? — Willy se preocupa e franze o cenho.

Não tem nada de mais acontecendo e ele está sendo um fofo.

— Ignorei a hora do jantar. Estou com fome. — Tento dar de ombros. Aproveito para afastar os braços dos ombros e do pescoço dele, e ele acaba me imitando nisso.

Chocolate com Cereja - Willy WonkaOnde histórias criam vida. Descubra agora