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— Ah, não, Lola — Noodle me adverte e repreende ao mesmo tempo. Ela foi capaz de decifrar as minhas possíveis intenções em segundos apenas olhando para mim.
Ah, sim, Noodle.
— Pretende se desfazer do presente que o Willy te deu desse jeito? — questiona ela, levemente enojada com esse cenário. Noodle nem estava mais tocando o colar, e eu mesma não gostei dessa parte e nem de vê-la se afastando repentinamente.
— Não. Claro que não. — Nego com a cabeça também.
Estou sendo sincera. Ainda não consegui organizar tudo em minha mente, mas entregar o colar que acabei de receber não está exatamente nos meus planos. Independente de Willy ter dito que guarda pérolas extras sabe-se lá em qual lugar, preciso investigar por conta própria o quão burra ou manipulável a dona da lavanderia pode ser.
— Menos mal. Seria literalmente como jogar pérolas aos porcos. — Noodle suspira, e vejo o alívio dela sendo transformado em algo condensado pelo frio enquanto ela cruza os braços de uma forma que parece estar envolvendo a si mesma em um abraço por cima de seu casaco bege.
Toco as pérolas por reflexo.
— Eu concordo. É uma boa comparação, mas me ajude um pouco, Noodle. Você conhece aquela gente melhor do que ninguém. Acha que posso descobrir alguma coisa? — peço. Por pouco a minha voz não sai em um tom a mais de súplica, porque estou ficando sem tempo.
— Dona Alva é maleável com tudo o que tenha a ver com dinheiro, como quase todo mundo é, na verdade. — Ela se mostra decepcionada com a segunda parte. — Mas ainda não entendi direito o que vai fazer, Lola.
Levo um dedo ao canto da boca para pensar, dando batidinhas ali.
A ideia que me veio à mente quando eu estava com Willy agora há pouco não tinha nada a ver com isso, mas... acabei me esquecendo de contar para ele sobre as minhas intenções. Depois de ter batido tanto o pé sobre confiança, nada mais justo que ele e os demais saibam, aconteça o que acontecer.
— Te explico o que eu conseguir enquanto voltamos. Você ainda pode ficar por perto e escutar o resto, não? — falo. Em seguida, seguro o suporte que Noodle geralmente utiliza para puxar o carrinho de sacos e roupas. Ele não foi necessariamente projetado para que duas pessoas façam isso, mas ela e eu temos mãos pequenas, o que facilita.
— Posso tentar — Noodle considera a ideia e vem puxando o carrinho junto comigo.
— O que estiver ao seu alcance, Noodle. Eu com certeza não quero que você seja castigada por nada.
Um homem de chapéu e sobretudo passa por nós e paramos de falar. Minha mão se fecha com mais força ao redor de onde estou segurando só de imaginar uma cena em que essa linda menina é punida injustamente de alguma forma e, sim, chegamos ao ponto de esperar conspiração de tudo e de todos, inclusive de estranhos na rua.
Com o caminho de volta feito, nós duas nos mantemos em uma espécie de ponto cego ao lado do local. É perto o suficiente da janela embaçada — que realmente não se enxerga quase nada através dela — e parece seguro por pouco tempo. Noodle compreendeu mais ou menos o que eu estava pensando, mas ainda faltava algo importante a ser dito:
— Willy me entregou a chave da loja — eu conto a ela.
A garota levanta as sobrancelhas em um segundo, levemente surpresa.
— E onde você guardou? — ela faz a pergunta que eu não queria que fizesse, olhando bem que não tenho bolsa e nem mais nada comigo.
— Bom, hm... As roupas têm suas utilidades além de vestir — respondo, um pouco desconcertada.
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Chocolate com Cereja - Willy Wonka
FanfictionO jovem Willy Wonka está apenas iniciando seu longo e incomum caminho para se tornar o chocolateiro mais famoso e talentoso de todos. Com a primeira loja recém-aberta e muita coisa para fazer, o inventor de doces precisa se concentrar, mas uma visi...