Capítulo 6

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🍫🍒


É muito bom ter uma folga por hoje, e me dou ao luxo de dormir o que não pude depois de um longo banho quente na banheira. Bem, pelo menos deveria ter sido um belo de um descanso, mas acabei não dormindo tanto quanto achei que conseguiria.

Notei que eu estava um pouquinho ansiosa pelo o que aconteceu essa noite. Enquanto bebo um chá e belisco um muffin ou outro de padaria na minha pequena cozinha, os olhos claros de um certo alguém surgem em meus pensamentos. Ele teria disposição para abrir a loja ainda hoje? E se eu voltasse para checar?

— Não, Lola. Você acabou de vir de lá. O que ele vai pensar? — reflito sozinha. — Que ótimo. Estou falando sozinha, com os muffins, talvez. — Dou um tapinha na testa escondida pela franja e suspiro, deitando a cabeça por cima do meu braço na mesa.

Depois de arrancar e comer mais alguns pedaços do bolinho, convenço a mim mesma de que Willy não pensaria nada de mais se eu aparecesse na loja outra vez. Ele não faz o tipo que julga seriamente por esses detalhes. Tem o jeitinho dele.

Está decidido. Em um pulo ajeito as coisas que ficaram na mesa e volto ao meu quarto para me arrumar.



O movimento nas ruas havia aumentado durante o tempo em que fiquei em casa. Não dava para esperar menos de um fim de semana agradável e sem toda aquela neve caindo como antes. No entanto, ainda batia um certo friozinho de vez em quando, mas nada que o meu casaquinho por cima do vestido fofo e rosado, lenço no pescoço e meia-calça não pudessem ajudar. Levo minhas chaves e o par de luvas na pequena bolsa vermelha. É o suficiente.

As proximidades da galeria também estão com sua movimentação habitual, deixando-me imediatamente esperançosa de que a loja do Wonka esteja aberta. Seus doces sempre atraem todas as pessoas em volta. Falo sério. Não é exagero.

Minha curiosidade acaba assim que avisto o estabelecimento que me interessa um pouco mais adiante.

Sim. Está aberto, meu subconsciente comemora.

Após não conseguir conter um sorrisinho, não paro de caminhar. Nem uma dupla de senhoras carrancudas que estavam claramente cochichando sobre o meu cabelo quando passei por elas podiam estragar o meu humor. Elas não foram as únicas, mas quem se importa agora?

Willy Wonka estava na frente de sua loja e ainda não havia me visto, ocupando-se em dar sorrisos simpáticos aos clientes que se aproximavam, principalmente as crianças acompanhadas por seus pais. Sou obrigada a parar um instante para admirar a cena. Não achava que ele poderia ficar ainda mais bonito até o momento em questão. Com seu lenço roxo em volta do pescoço e o sobretudo de cor semelhante ao vinho por cima das outras peças de roupa, Willy toca a própria cartola marrom com os dedos ao cumprimentar um garotinho que está indo embora junto do pai enquanto tenta morder um enorme pirulito em espiral.

Me falta moral para julgar o tamanho desse doce nas mãos de outra pessoa, mas com certeza Willy Wonka não precisaria ficar ali fazendo propaganda se não quisesse. Seu negócio e suas criações são um absoluto sucesso. Ele está sendo muito gentil.

Sou pega encarando quase que fixamente quando ele repete o mesmo gesto com a cartola e sorri para mim. Sinto o meu coração bater da mesma forma de quando éramos apenas nós dois, e não demoro nem um segundo a mais parada no lugar.

— Quanta energia depois da noite de hoje. Casa cheia — digo a ele depois de me aproximar o suficiente.

— Digamos que o enigma cor-de-rosa do seu cabelo vá me manter ocupado por um tempo. — Willy acena para alguém e volta a falar comigo. — Eu adoro um desafio.

Chocolate com Cereja - Willy WonkaOnde histórias criam vida. Descubra agora