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Retorno para a minha casa o mais depressa que consigo e como as sobras do jantar de ontem. Quando o dia começou, eu tinha em mente a ideia de passar por algum estabelecimento para comer, mas tudo virou de cabeça para baixo. Eu não esperava que fosse seguir assim.
Lido com a pouca louça e subo em direção ao banheiro. Preciso urgentemente me sentir limpa e só não lavo o cabelo porque fiz isso antes.
Nem mesmo a água quente da banheira foi capaz de aliviar certas tensões do meu corpo. Não é como se eu tivesse que sentir alguma grande culpa por ter uma casa confortável e poder tomar um bom banho, mas também é um pouco triste lembrar dos meus amigos, da Noodle e, principalmente, queria que Willy estivesse comigo.
Em meu quarto, na frente do espelho maior, fecho o colar de pérolas açucaradas ao redor do pescoço, que se acomoda quase que perfeitamente ao colarinho da minha blusa de tecido fino e branco, e mangas curtas. A saia vermelha de cintura alta alcança e esconde os meus joelhos, combinando com as luvas de renda delicada e de um bege tão claro que é quase branco. Meus saltos moderados não incomodam, e a chave da loja do Wonka vem comigo em uma pequena bolsa branca sem alças.
Quero me sentir bem comigo mesma e estar apresentável para o que estou prestes a fazer, tal qual foi da primeira vez — ou quase isso. Sem lenços.
Antes de fechar completamente a porta de casa, o resto das coisas e materiais meus que não arrumei me fazem lembrar da infeliz fala que a Alva cuspiu para mim hoje. Não me arrependo de nada do que faço, e os meus sonhos podem esperar mais um pouquinho quando os sonhos de alguém que amo estão correndo perigo.
Recorri a um táxi para chegar ao meu destino por conta da pressa e, por sorte, o motorista foi muito educado e compreensivo comigo a respeito disso.
Estando prestes a atravessar o espaço que leva até a loja de Willy, sou abordada por um dos policiais que normalmente tomam conta daqui. Não se trata do chefe, porque o seu uniforme é mais simples, mas ele tem um ar sério quando olha para mim, mantendo as mãos atrás das costas e uma boa postura.
— Nada de chocolates Wonka por hoje? — o policial pergunta. Sua seriedade não é capaz de esconder a gentileza que ele usa, me surpreendendo um pouco. Ando meio paranoica e esperava outra coisa.
— Por quê? — respondo com outra pergunta e quase arqueando uma sobrancelha. Não quero ser grosseira. Estou apenas tentando usar a cautela.
Ele não responde de imediato, olhando para os lados, como se não quisesse que as pessoas em volta escutassem.
— Tudo bem. Você me pegou... — Ele se aproxima um pouco mais. — Os chocolates dele são os melhores da cidade.
— Nisso você tem razão — respondo e abro um pequeno sorriso. Ainda estou tentando assimilar o que acabei de ouvir de uma autoridade que considero duvidosa.
O policial toca a aba curta do quepe para me cumprimentar, e eu assinto de volta.
Depois disso, logo estou na frente da loja de doces, pegando a chave na minha bolsa e abrindo a porta. Acendo um pouco das luzes quando a entrada se fecha e consigo ver melhor todas as cores vibrantes de sempre.
"Faça o que o seu coração mandar." Foi o que Willy disse para mim quando me entregou a chave deste lugar que nunca falha em trazer as melhores lembranças e a sensação de estar em um mundo separado de tudo o que há de ruim lá fora.
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Chocolate com Cereja - Willy Wonka
Fiksi PenggemarO jovem Willy Wonka está apenas iniciando seu longo e incomum caminho para se tornar o chocolateiro mais famoso e talentoso de todos. Com a primeira loja recém-aberta e muita coisa para fazer, o inventor de doces precisa se concentrar, mas uma visi...