Capítulo 33

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🍫🍒


Despistar o segurança do zoológico e fazê-lo adormecer com uma "surpresinha" foi a coisa mais fácil para Willy. Atento à minha reação com o ocorrido, ele logo diz:

— Já fiz isso antes, lembra?

— Sim. É claro. — Reviro os olhos e dou um sorrisinho.

Leite de girafa, docinhos e um belo passeio com a Noodle. Eu não estive presente quando tudo começou, mas lembro do que me foi dito.

— Fico com isso e cuido do carro. Tragam a senhorita Abigail o mais rápido possível. — Ábaco balança a chave que pegou escondido. Não tem como ser mais óbvio de que é algo relacionado a uma girafa; está literalmente escrito, fora o pingentinho no formato do animal.

Willy assente, pega a minha mão esquerda e vamos por um lado enquanto Ábaco segue por outro. Infelizmente não há tempo de apreciar a beleza do lugar ao redor. Estamos com pressa, mas faço uma nota mental para que voltemos aqui para um passeio.



— "Girafa". — Passando o dedo em um sublinhado invisível, Willy identifica a palavra na porta como uma criança faria e fica contente com o próprio feito.

Compartilho do mesmo sentimento e sorrio. Que graça vê-lo dessa forma. São várias as vezes que ele deixa o menino interior dele falar mais alto.

— A Noodle te ensinou muito bem — comento.

— Ela teve um trabalhão, na verdade. — Ele admite e toca a maçaneta para abrir a porta, revelando a tão esperada girafa.

As balas que Willy me deu continuam comigo quando aperto mais o punho fechado. Nunca interagi com um animal tão grande e é normal ter certo receio nos primeiros segundos. Percebendo a minha leve hesitação, Willy volta a pegar minha mão livre para me tranquilizar.

— Não precisa ter medo. Venha — ele pede. — Sei que costuma soar idiota quando se pede para não sentir algo que não controlamos, mas é um fato.

— Certo. Me diga quando tiver que oferecer os doces a ela — peço também.

A outra mão dele pousa em minhas costas, encorajando-me e guiando uma aproximação calma.

— Você saberá o que fazer, embora uma coçadinha no queixo seja muito bem-vinda. O aroma doce e irresistível irá atraí-la naturalmente — Willy explica com tranquilidade.

De fato, quando suas orientações chegam ao fim, Abigail balança as orelhas como se prestasse atenção e compreendesse a conversa toda. Nem tão hesitante quanto eu, ela abaixa a cabeça na nossa direção, provavelmente procurando as balas que carrego.

— Que saudade, minha amiga — Wonka se dirige a ela com entusiasmo. A girafa parece reconhecê-lo imediatamente, e as mãos dele já não estão mais me tocando, mas sim fazendo carinho no queixo dela.

O lugar onde estamos não é nada ruim. Abigail tem bastante espaço, é tudo limpo e até arejado, com uma porta maior para que ela possa sair. Eu só tenho um pouco de dificuldade em imaginar uma cena onde Willy ordenha o leite dela para os chocolates.

Afastando os meus devaneios num instante, Abigail passa a sua atenção para mim.

— Oh. Olá, fofinha — eu a cumprimento da mesma forma que Willy. Ela gosta do que faço mesmo sem os doces, o que é um bom sinal.

— Abigail, você acaba de conhecer a garota que eu amo: Lola — Wonka diz, deixando-me corada.

A girafa simpática faz um som engraçado com a boca e balança a cabeça antes de pedir mais carinho. De repente, ela tenta cheirar o meu cabelo, e isso me arranca uma risada enquanto desvio do avanço por reflexo.

Chocolate com Cereja - Willy WonkaOnde histórias criam vida. Descubra agora