𝟯𝟯. 𝗠𝗢𝗥𝗜 𝗕𝗨𝗦𝗜𝗡𝗘𝗦𝗦 - 𝗝𝗘𝗧𝗧 & 𝗠𝗔𝗗𝗦

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MADDEN MORI

Eu senti que alguma coisa estava errada assim que eu coloquei os pés na casa dos meus pais. Eu não conseguia escutar minha mãe falando com alguém no telefone ou a música alta que sempre vinha do quarto de Jett.

Isso não estava me cheirando a coisa boa. Tirei meu sobretudo e o coloquei cuidadosamente em um dos ganchos. Deixei minhas luvas sobre a mesinha onde o meu pai colocava as chaves e caminhei em direção a cozinha.

Geralmente, a casa dos meus pais, a minha casa, não era tão silenciosa. Claro, meu pai era um apreciador da paz de espírito, mas mamãe e Jett eram como dois furacões. E levando em consideração que a história de romance entre os meus pais não foi exatamente um exemplo de tranquilidade, graças ao meu tio, Damon, e ao meu avô, cujo qual nós não mencionamos o nome por motivos de força maior, eu fico um tanto surpreso que o meu pai não tenha ficado louco no meio do caminho.

Então, obviamente, os genes a anormalidade vieram para mim.

Eu não era exatamente um exemplo para interações sociais, festas, bailes ou coisas do tipo. Eu preferia locais silenciosos onde eu pudesse ler sem ter a chance de ser interrompido. Mas, algumas vezes, eu me obrigava a participar do caos. Mas não é algo que eu faço todos os dias.

Eu realmente prefiro o silêncio. Mas esse silêncio que está bailando pela casa dos meus pais, não é sinônimo de um bom sinal.

A cozinha estava completamente, e devo dizer, exageradamente limpa, como se ninguém estivesse por aqui antes. Minha avó sempre fazia uma mesa cheia e repleta de variedades de comida durante o café da manhã, mas parece que hoje não foi o caso.

E eu não acredito que os meus pais e a minha irmã tenham ido até a casa dos meus avós sem me avisarem, já que eles sempre faziam questão de me avisar sobre tudo.

Mads? Mads, é você? – a voz de Marina, nossa governanta, me liberta do meu transe.

— Bom dia, Marina. Os meus pais ou a minha irmã estão em casa? – pego um biscoito dentro do pote e o coloco na boca, limpando a mão com um lenço que achei ali perto.

— Ah, não, querido, eles saíram bem cedo – ela confirma minha teoria da casa estar vazia. — Sua mãe foi para o gabinete, eu imagino, já que ela saiu bem mais cedo do que o normal, e o seu pai e Jett foram para a casa dos senhores Grayson.

Ok, isso é estranho.

— Eles não falaram nada?

— Sua mãe saiu em total silêncio, mas, que ela não saiba que eu disse isso, ela parecia um pouco perturbada, pensei até que algo tinha acontecido com você – ela me dá um sorriso pequeno. — Damon esteve aqui bem cedo, então fiquei preocupada.

Marina era nossa governanta desde sempre. Ela criou mamãe quando ela ainda morava sobre o mesmo teto que o meu avô, mas pelas histórias que eu já ouvi, a maior parte da criação da minha mãe foi dada pelo meu tio, então Marina só tentava fazer as coisas parecerem pouco mais "normais". Mesmo com o passar dos anos, ela permanecia fielmente ao lado da minha mãe. Claro, sua disposição já não é mais a mesma, mas ela faz o que pode.

— Eu estou bem, fui dormir na cobertura que o meu avô me deu com os meus primos, e eu os avisei, antes que me pergunte.

— Que bom. Então, eu imagino que tenha algo a ver com a campanha, sabe como ela fica durante esse período – ela dá uma risadinha, mas logo assume sua "pose" de cuidadora da casa. — Quer que eu prepare algo para você comer, querido? Posso preparar algumas torradas ou bolo...

DARK NIGHT | DEVIL'S NIGHTOnde histórias criam vida. Descubra agora