𝟰𝟳. 𝗙𝗜𝗡𝗡 𝗣𝗔𝗥𝗧𝗘. 𝟮

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FINN GRAYSON

DIAS ANTES

O quão fácil é para destruir algo perfeito? Se eu ainda fosse uma criança, talvez eu diria que era impossível.

Mas agora, eu digo que é bem fácil. É fácil arruinar algo que as pessoas consideram intocável. Primeiro eles começam a destruir os seus pensamentos, depois interferem nos seus sonhos, nas suas ações...

E quando se dá conta, a morte parece só uma velha amiga, não algo temível.

Eu nunca tive medo da morte, no entanto.

Meus pais e meus tios sempre nos ensinaram que temer a morte é só dar a ela o benefício de nos fazer sofrer.

Quando se é criança, você acha que os pais podem fazer mágica, ele te joga para cima quando a sua mãe não está olhando e conta histórias para te fazer dormir.

Mas o olhar que papai me deu quando me achou jogada na calçada da boate, não foi nada agradável. Não era nada dócil, carinhoso, que era o olhar que ele sempre nos dava.

Era puro pânico. Medo. E acima de tudo, raiva. Não posso culpá-lo por estar zangado, afinal, eu poderia ter arruinado o nome da nossa família com a minha imprudência, mas eu não estava pensando em nada além de aliviar a minha dor.

No momento, estou sentada no sofá da sala, com a minha irmã mais velha acariciando as minhas costas. Mamãe arrastou o papai para dentro do escritório já tem pouco mais de uma hora.

Espero que eu não seja a responsável por causar uma ruína no casamento deles, me odiaria pelo resto da vida se isso acontecesse.

— Acha que eles estão bravos? – pergunto para Indie, que passava delicadamente as unhas pelas minhas costas.

— Não, acho que eles só estão confusos – declara, com um olhar suave. — Talvez eles estejam um pouco decepcionados por não perceberem que tinha algo errado com você.

— E se eles estiverem decepcionados comigo? Não posso suportar isso, Indie, não aguentaria ser uma decepção para eles – meus olhos queimam pelas lágrimas que ameaçam cair a todo custo, mas me recuso a chorar de novo.

— Eles não estão decepcionados com você, Finn, e se você quer que eu seja realista, o papai até pode ficar com um pouco de raiva, já que você sabe como o vício quase destruiu ele – ela leva as mãos delicadamente até o meu rosto. — Mas você não é uma decepção, tire isso da sua cabeça.

Ela limpa uma lágrima que caiu no meu rosto. Eu amo a minha irmã. Indie Grayson e tudo que uma filha mais velha e herdeira bilionária deveria ser. Recebemos a mesma educação, mas ela sempre pareceu bem mais elegante e comportada do que eu.

Indie é a mais velha da mais nova geração da família Grayson. Herdeira de quase 60% da fortuna do nosso bisavô, o ex-senador William Grayson I, também herdando mais cinco milhões de dólares em casas, carros e apartamentos ao redor de todo o território dos Estados Unidos e a segunda garota mais rica de Thunder Bay, estando atrás apenas de Athos Fane.

Esse é o poder da minha irmã. E mesmo com todo o dinheiro que tenha em sua conta, ela sempre executou o papel de irmã mais velha muito bem. Sempre nos defendeu de quem tentava se aproximar, ela seria uma mãe incrível.

Por falar em mãe, os cabelos longos e ondulados da minha mãe logo aparecem no meu campo de visão, ela e papai não estão com a cara que eu imaginei que eles estariam.

DARK NIGHT | DEVIL'S NIGHTOnde histórias criam vida. Descubra agora