𝟰𝟭. 𝗣𝗢𝗩: 𝗗𝗔𝗠𝗢𝗡 & 𝗪𝗜𝗟𝗟

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WILL GRAYSON III

Existem três coisas na minha vida de pai que jamais imaginei que pudessem acontecer:

1. Indie pintar o cabelo aos nove anos sem a minha autorização, apenas com Emmy a acobertando.

2. O ex-namorado de Indie partir para cima dela.

e o terceiro está acontecendo, na minha frente: Indie e Ivarsen aos beijos. Minha filha está montada no colo do filho do meu melhor amigo, parecendo muito constrangida.

Porra, por que em todos os meus pesadelos parentais, a personagem principal tem que ser essa menina?

— Princesa, será que você pode sair do colo do Ivar? Essa imagem já está me assombrando o suficiente – minha voz sai mais autoritária do que eu esperava.

— Damon? – uma voz acima da escada chama a atenção do bastardo que eu insisto em chamar de melhor amigo. Sua esposa, Winter, estava vestida num vestido rosa claro e com os cabelos loiros presos numa trança.

— Já estou indo, amor, tenho outros assuntos para resolver.

Ivarsen e Indie se separam, ficando um de cada lado do sofá. Isso parece um pesadelo. Onde está a minha esposa, inferno?

— Vem aqui – Damon me puxa pelo braço em direção ao seu escritório. Como ele pode parecer tão calmo? O filho dele estava se agarrando com a minha filha.

O silêncio dentro desse escritório é insurdecedor. Estou queimando por baixo do paletó. Isso não era para estar acontecendo, merda. Damon parece muito... despreocupado. Ele está na sua pequena bancada de bebidas, preparando algum tipo de drink.

— Você não vai falar nada? – corto o silêncio desconfortável. Damon me encara com tédio.

Filho da puta. Sem querer ofender Christiane, lógico, estou ofendendo a praga do filho dela.

— O que você quer que eu diga? – ele se senta na poltrona ao meu lado, girando o pequeno copo de Whisky devagar. Estou considerando quebrar esse copo na cara dele. — Pegue, parece que vai explodir a qualquer momento.

Ele se estica, pegando a garrafa com a bebida e um copo que já tem gelo. Se essa é a tentativa dele de me acalmar, pode trazer todos os litros de Whisky que existerem nessa cidade, pois no mínimo, eu preciso entrar num coma alcoólico.

— D., não faça de conta que você não está surtando.

— Eu não estou surtando, Will – ele dá de ombros. — Ao contrário de você.

O filho da mãe me dá um sorrisinho pequeno. Ele está se divertindo com toda essa situação. Situação essa que não tem nada de divertido.

Eu vou matá-lo. Não. Melhor. Eu vou matar o filho dele.

— Se estiver pensando em matar o meu filho, é bom começar a reconsiderar o seu pensamento – essa porra mentes?

— Eu não estava pensando em matar o Ivar, por Deus, o moleque é meu sobrinho, meu afilhado – aponto. Mas porra, eu não consigo esquecer aquela imagem da minha cabeça.

— E por que essa cara, então?

— Porque, eu não sei se você percebeu mas o seu filho – aponto com o dedo para ele. — Estava quase se comendo com a minha garota.

— Sim, isso eu vi. Eu só não entendo o motivo do seu surto – ele me olha com tédio. — Parece que você está falando de um mafioso, não do meu filho.

DARK NIGHT | DEVIL'S NIGHTOnde histórias criam vida. Descubra agora