Nós vivemos e morremos por belas mentiras
Você sabe disso
Oh, nós dois sabemos disso(Nothing Breaks Like a Heart — Mark Ronson feat. Miley Cyrus)
JosephO dia parece correr, quase como se eu estivesse trabalhando contra o relógio. A angústia toma conta do meu peito enquanto faço inúmeras ligações para a empresa de segurança, exigindo que me enviem as filmagens do dia. Me pergunto os motivos que levaram alguém a chegar em um ponto tão baixo, temo saber a resposta.
E, além disso, tudo, tenho que lidar com o meu próprio serviço acumulado, e com o prejuízo no meu caixa. Tudo parece estar de pernas para o ar, o caos completamente formado. Não consigo nem mesmo almoçar, ou conversar com Abbe durante o dia. Abbe que deve estar sofrendo com essa situação ainda mais que eu. Espero que ela tenha força para aguentar, até que eu possa resolver isso.
Minha mente dá voltas em torno do problema das fotos, se minhas suspeitas estiverem certas precisarei de mais que minha palavra para comprovar alguma coisa. Precisarei de algo que não possa ser usado contra mim, algo que realmente comprove tudo, suspiro e passo a mão pelos cabelos enquanto minha mente cheia me deixa ainda mais cansado.
A equipe de segurança me prometeu que me entregaria as filmagens ainda essa semana, mas a urgência para solucionar isso quanto antes, me consome por dentro. Preciso fazer isso, não só por mim, mas também por Abigail. Apesar de saber que ela é uma mulher independente e capaz de enfrentar seus problemas sozinha, que tipo de namorado eu seria se não a apoiasse nesse momento crítico?
Quase no final da tarde, consigo fazer uma pausa. Levanto da mesa e alongo as costas que estão doloridas de ficar tanto tempo na mesma posição. Caminho devagar até a mesa de Abigail, só para encontrar sua cadeira vazia, como se ela já tivesse ido embora há muito tempo.
Olho em volta, e não vejo nenhum vestígio dela por ali. Fico confuso, sem entender o que está acontecendo. Pergunto então para o primeiro funcionário que vejo na minha frente.
— Escuta, você sabe o que aconteceu com a Abigail? Ela já foi embora? — Tento não ser rude, mas estou tão exausto hoje que é quase impossível.
— Abigail?
— Sim, a mulher que trabalha naquela mesa. — Respondo, apontando para o seu lugar vazio.
— Ah, pelo que sei, a mulher que trabalhava ali foi demitida.
— Demitida? — Repito, incrédulo.
— Sim, foi o que ouvi falar pelo menos.
Não perco mais tempo com ele. Saio de perto do funcionário e subo até a diretoria, sem acreditar que Christopher pudesse ter feito algo assim. Sei que em uma empresa grande como essa, os rumores se espalham rápido. Christopher é uma pessoa sensata o suficiente para não dispensar uma das poucas pessoas em quem confiamos nessa empresa. Além disso, ele teria me avisado se tivesse feito isso. Faz apenas algumas horas que falei com ele. Ele teria mencionado.
Passo pela secretária e entro na sala espaçosa sem bater. Christopher levanta os olhos para mim com uma expressão de surpresa.
— O que aconteceu com a Abigail? — Pergunto e ele abre um pouco mais os olhos, como se a simples menção dela fosse algo angustiante.
— Tivemos uma briga e eu a demiti. Alguém levará os documentos para ela na próxima semana, já que ela parece determinada a não pisar mais aqui.
— Briga? Quando foi isso?
— Pela manhã. — Christopher parece tranquilo em suas respostas, mas posso perceber que ele está nervoso.
— Por que você não me contou isso antes? — Pergunto e ele dá de ombros.
— Ela era só uma funcionária Joseph, você não tem nada a ver com as contratações ou demissões na minha empresa. Você já está fazendo um péssimo trabalho cuidando apenas do seu setor.
— Sobre o que vocês brigaram para você estar tão passivo agressivo? Foi devido à maldita foto, não foi? Pensei que éramos amigos e que ao menos teria hombridade de me contar a situação das coisas quando falei com você hoje. — Desafio, sem me importar com o clima tenso que parece fluir pelo ar.
— Desculpa se a sua namoradinha é uma vagabunda Joseph, não quero gente como ela aqui. Isso não é sobre nossa amizade, me esforcei demais para construir esse lugar para alguém como ela dizer… — Christopher se levanta enquanto diz as palavras, nervoso, mas recua antes de terminar a última sentença.
— Dizer o que Christopher? O que ela te disse que te afetou tanto?
— Não é da sua droga de conta. Não me importo com você Joseph, se prefere aquela mulher a nossa amizade, a tudo o que construímos e a isso aqui. — Ele diz acenando em volta. — Se fez sua escolha, pode ir pelo mesmo buraco que sua puta.
— Pare de chamá-la assim! Lide com as coisas como um adulto, porra. Ela te disse algo que não queria ouvir? Isso é problema seu. Não é sobre minha decisão ou sua empresa é sobre sua dificuldade de encarar as verdades. Esse sempre foi seu problema.
— Chamo aquela cadela como quiser. Não adianta defender uma puta Joseph, daqui a pouco não conseguira passar pela porta tamanho os chifres que ela colocará em sua cabeça. Eu disse que você deveria se afastar dela, não disse…
— Você está dizendo isso por experiência própria, Christopher? Parece que você entra muito bem pela porta, apesar de Lisa… — Deixo a frase no ar, subentendida.
— Apesar da Lisa o quê? O que está dizendo?
— Sabe muito bem o que estou dizendo Christopher. Mas, um dia você perceberá que a vadia aqui não é a Abbe. — Viro as costas e me preparo para sair, mas Christopher me segura pelo braço antes que eu possa fazer qualquer coisa.
— Diga na minha cara o que está insinuando Joseph. Seja homem uma vez na vida.
Movo meu braço com agilidade e me solto de sua pegada. Encaro seus olhos com raiva, por se achar em uma posição tão superior. A Abigail. A mim… fecho meu punho e antes que perceba atinjo seu rosto com ferocidade. Quando ele arregala os olhos e coloca a mão sobre o rosto, eu finalmente falo.
— Não sou um homem de meias-palavras, e sou muito mais homem que você já foi um dia. Eu nunca precisei me rebaixar a isso, nunca pensei que iria precisar chegar a esse ponto com você. Somos amigos, droga, não é a porra de um rei Christopher, tudo o que conquistou o fez porque teve ajuda de várias partes. Está na hora de descer do seu maldito salto imaginário e encarar a realidade. Aproveite para perguntar a Lisa onde ela estava quando você passava suas noites sozinho.
Me viro outra vez, mas dessa vez ele não me segura. Caminho para fora enquanto ele me encara com olhos chocados. Só respiro novamente quando saio de sua sala e meu celular toca, Abigail.
— Droga, vou pegar um avião. Chego aí o mais breve o possível. Obrigado por me avisar. Aguente firme linda, por favor. Logo estarei chegando.
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The stripper
RomanceDe cima do palco, é fácil confundir meu trabalho. A luz neon bate no meu corpo e realça minhas curvas já visíveis graças a pouca roupa que eu estou usando. O pole, é como um velho amigo, ou como um amante, nos misturamos e nos unimos com graça e s...