Despair Land - A Queda Dos Deuses

*Capítulo especial* - O demônio e a boneca.

Em sua cabana nas montanhas do Reino Drixxie, Sir Roland e Eustoma encontraram uma paz tranquila e calmaria durante vários anos.

O reino Drixxie, também conhecido como "o pequeno reino" tinha como habitantes os pacatos gnomos, os traiçoeiros duendes, as fadas mentirosas e os halfings como especialistas em roubo - ou, era isso que contavam para os outros reinos. Realmente visitantes costumavam sofrer roubos constantes, mas somente como um meio de "defesa" desses habitantes tão frágeis em um mundo tão cruel como Despair. O rumor era uma espécie de "repelente" contra pessoas e criaturas mal intencionadas que pensavam duas vezes antes de invadir um pequeno reino com tão má fama.

Esses seres em específico tinham uma habilidade superior aos outros. Conseguiam ver a bondade no coração das pessoas. Aqueles que julgassem bons jamais sofreriam qualquer maldade da parte deles. Com Eustoma e sir Roland não seria diferente. Foram muito bem acolhidos e, de verdade, ainda muito os ajudavam.

Sir Roland, agora somente "Roland Weiss", ainda os assustava por sua aparência. Era alto, mal-encarado e muito desajeitado. Esmagava tudo o que tocava, esbarrava nas pequenas casas constantemente e era incapaz de segurar uma flor sem desmanchá-la com suas mãos calejadas. Os braços do ex paladino eram fortes e grandes demais mesmo para um lenhador.

Eustoma, totalmente o oposto, já sabia ser muito mais delicada. Seu rosto quase sempre sorridente, sua presença e voz contagiava todos ao redor e cantava todas as manhãs enquanto catava ervas na floresta. Pode-se dizer que um completava o outro.

Viveram em segredo, evitando chamar a atenção das criaturas mágicas e habitantes do reino. Roland continuou seu trabalho como lenhador, enquanto Eustoma utilizava suas habilidades de curandeira para ajudar os moradores próximos.

Houve uma festa que durou semanas e contagiou toda a cidade quando decidiram organizar um casamento. Nem mesmo Eustoma ou Roland poderiam imaginar que todos da cidade iriam comparecer ao casamento deles. Ainda mais sabendo que eram necessários 3 dias de viagem da cidade até a cabana nas montanhas.

A alegria deles cresceu quando sua filha, Edelweiss, nasceu. Seu nome era uma combinação da vila onde se conheceram e do sobrenome de seu pai, simbolizando a união de suas vidas. Edelweiss cresceu e floresceu, revelando as melhores qualidades de seus pais. Era uma criança corajosa, com a determinação de seu pai, e ao mesmo tempo, possuía a bondade inerente de sua mãe, Eustoma.

— "Ela é o melhor de ambos!" — todos pensavam.

Edelweiss tinha um espírito aventureiro e constantemente era vista escalando árvores dezenas, até 1 centena de vezes maior que ela. Também, nunca faltara as aulas de seus pais e era tão versátil em magia de cura quanto nas habilidades de esgrima e magia de chamas azuis - herdada pela sua linhagem Weiss.

Sempre que ia a cidade, a menina enchia os moradores de perguntas e comentários os quais todos respondiam com carinho. Era tudo perfeito naquela vida que levava a pequena família da cabana na floresta.

No entanto, a felicidade da família foi abalada quando, aos 12 anos, Edelweiss contraiu uma doença misteriosa e sem cura. A doença transformou seus pulmões em um jardim sombrio, onde flores amaldiçoadas se espalhavam rapidamente por seus órgãos internos, tomando conta do seu pequeno corpo pouco á pouco. A menina enfrentou um destino trágico, sufocando lentamente sob o peso das flores que floresciam dentro dela.

Eustoma havia sido tomada pelo desespero de não conhecer magia alguma capaz de salvar sua filha. A bruxa sabia que aquela doença não havia acometido sua filha de forma aleatória. Não, não havia. Aquilo havia sido algo predestinado. Uma consequência de experiências de magia negra imputadas em seu corpo por Nerfertari Cleópatra, sua ex mestra.