Capítulo 18: End of days of peace PT*1

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Enfrentamos alguns monstros no caminho por onde decidimos seguir, alguns quase me mataram e outros eu derrotei com minhas novas habilidades. Hemocinese e hemodominío se mostraram duas habilidades muito mais versáteis do que eu imaginava. Sempre que possível, eu os usava de forma sorrateira para que Bellator não descobrisse e devo admitir, eu consegui esconder muito bem. Não era difícil visto que ela esquecia da minha existência quando se deparava com algum inimigo. Nisto, convenhamos, ela não é uma boa professora.

- Não estou acostumada á ter aliados. Apenas não fique em meu caminho - ela me dizia.

Com hemodominío eu podia controlar o sangue dentro do meu corpo, com hemocinese eu conseguia controlar o sangue fora dele.

Quando Bellator e eu não estávamos juntos, eu tentava aprimorar essas habilidades treinando-as de forma sutil. Meus primeiros testes aconteceram com certa lentidão.

Descobri com hemodominío que eu podia criar padrões específicos de "dobra sanguínea" utilizando movimentos específicos com meu corpo. Movimentos leves e ágeis de dedos tornava o sangue líquido mais maleável, comigo podendo levitá-lo facilmente em uma distância de aproximadamente 10 metros. Eu podia arremessá-lo em alta velocidade ao ponto de cortar certas coisas como frutas e árvores menores. Movimentos mais duros e rudes fazia com que o sangue endurecesse á tal ponto que eu podia usá-lo para cortar a pele de alguns monstros sem perder meu controle sobre o sangue.

Hemocinese me foi muito útil pois com ele eu podia controlar meu corpo em sua exaustão como se eu fosse uma marionete sendo controlado por fios invisíveis. Aprendi á fazer cortes em meu pulso rapidamente durante uma luta para fazer com que o sangue que jorrasse deles fossem convertido em armas feitas de sangue. Fiz machadinhas, facões, espadas e até mesmo um escudo. São firmes, mas possuem uma resistência limitada além do alto custo da minha saúde durante a luta. Posso acabar ficando anêmico se abusar dessa habilidade. Quanto mais sangue eu uso, mais poderoso e resistente serão minhas armas ou ataques. Mas não compensa morrer por isso. Curar anemia demorava mais e consumia bastante mana. Para este problema eu ainda não tenho uma solução. Logo, foquei-me nas sessões de treino de combate físico com Bellator para evitar demorar muito em uma luta e saber me virar na pura força física.

Embora meu poder de cura estivesse ficando melhor, mais potente e utilizando menos mana, meu poder de corrupção não avançava com igual velocidade. Ele era extremamente útil. Bastava um toque para que eu visse um monstro qualquer perder um dos seus membros. Mas isso significava que eu deveria conseguir tocar nesta criatura e isto era muito difícil visto que não consigo ser tão rápido ou ágil á ponto de conseguir isso sem me ferir ou quase ser morto em nossas aventuras.

Ao voltar, sempre tínhamos alguma coisa para comer. Treinávamos combate direto todos os dias durante 5 horas. Bellator ficou mais agressiva, mais rigorosa também. Passou para mim diversos conselhos que ela ouvira em seu treinamento tanto com os elfos quanto com as harpias. Eu somente percebia minha evolução quando estava diante dos monstros. Antes disso, somente dores e ferimentos em todo o meu corpo.

- Impossível te derrotar! Você é muito mais forte e resistente. Meus golpes em você não fazem nada! - eu protestei após cair exausto de um treinamento.

Bellator olhou para mim com uma expressão dura que atingiu minha alma. Eu sabia o que ela pensava de mim. "Você é patético para um homem do seu tamanho!" - eu imagino que é o que ela tenha pensado.

- Você é mais alto que eu e mais pesado - disse a elfa, sentando-se no toco de uma árvore, enxugando uma única gota de suor do seu rosto.

Naquela altura, já estávamos um tanto acomodados naquela caverna. Pequenos utensílios foram criados com a madeira deixada pelos monstros que nos atacaram na árvore, um short maior para mim foi feito com a pele de um lobo da noite, garfos de madeira e até duas pequenas panelas. Era incrível o tanto de habilidades de sobrevivência que Bellator tinha. Com ela aprendi diversas coisas tanto sobre Despair Land quanto sobre ela e até sobre mim mesmo. Nossas caminhadas continuavam frequentes, mas agora mais pareciam uma jornada exploratória entre amigos do quê uma luta pela sobrevivência em missão divina. Estávamos mesmo muito mais próximos.

Despair Land - A Queda Dos DeusesOnde histórias criam vida. Descubra agora