Capítulo 21: The Gates of Penthesilea

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- Tome, filha, é melhor que use isto! Estes homens não devem saber que você é uma elfa, caso o façam, nem mesmo um cubo arco-íris iria salvar sua pele de sua fúria! - disse o anão me fitando nos olhos.

O anão me ofereceu seu chapéu e prontamente o recusei.

- Não me importa quem ou quantos sejam, eu os matarei caso me ataquem! - respondi ao anão.

Afro tomou o chapéu do anão e pôs em minha cabeça, quase de maneira forçada.

- Ninguém morrerá sem necessidade - respondeu o rapaz de cabelos brancos.

Senti vontade de insultá-lo pela afronta, mas seu sorriso por um momento me fez esquecer qualquer vontade de contrariá-lo. Talvez não fosse tão má idéia esconder quem sou dessa vez. Nossa pequena jangada se aproximou mais da saída e, camuflados, surgiram diversas pessoas de raças diferentes. Haviam reptilianos, humanos, gnomos, halfings e até mesmo uma ninfa da floresta. Conforme fomos nos aproximando, as rostos se tornaram mais visíveis, Alcier parecia aliviado e Afro atento como deveria.

Um homem réptil, suas escamas reluzem sob a luz do sol, criando um contraste com a armadura verde que veste. A espada que segura é imponente, e seus olhos ferozes e avermelhados. Seu peitoral sem emblemas, escudos ou insígnias mostravam que ele era um cavaleiro mercenário, pois não servia á nada e nem ninguém que não o dinheiro.

- Está atrasado, Alcier-sama! - disse o homem - deveria estar aqui há 3 dias! Meus homens já estavam pensando em ir na frente - completou levantando uma das suas mãos para pegar Alcier da jangada e levá-lo até o chão. Outros se mobilizaram para nos tirar da jangada em seguida.

- Houve uma série de problemas no caminho que você me recomendou, Palia-dono. Acabamos nos perdendo do maldito bardo e, bem, aqui estou! - respondeu Alcier.

- Hah, já o disse várias vezes para não viajar com o bardo. Ele sempre faz o que quer, vai onde e com quem quer - respondeu sorrindo.

De repente os olhos do reptiliano encontraram os meus e senti meu corpo sendo observando por ele com tanta curiosidade quanto estranheza. Em seguida seus olhos tatearam o corpo de Afro.

- A baixinha e o grandão, quem são? - perguntou.

- Meus guarda-costas reservas. A "baixinha" é Bella, como pode ver por sua beleza incomum que faz jus ao seu nome. E o "grandão" é Afro. Não tem nada tão chamativo nele quanto seu dom para os negócios - respondeu o anão ruivo rindo.

Os olhos do reptiliano se mantiveram em mim durante alguns segundos. Por um momento imaginei que ele tivesse desconfiado de que eu fosse uma elfa e coloquei meus dedos sobre o cabo de Adasco. Meus olhos correram rapidamente sobre os outros que nos cercavam. Imaginei como deveria matar á todos o mais rápido possível. Considerado que são 15 pessoas, talvez Afro fosse necessário para isso. Ele com certeza iria cooperar. Iria?

- Prazer, sou Afro! Afro de Escendente. E devo dizer, é a primeira vez que conheço alguém como você! - respondeu o rapaz negro quebrando o silêncio tenso como a tese de um arco sendo puxado - o que você é, hein? Um crocodilo, um jacaré, um lagarto.

- Sou um homem-crocodilo, sir Afro. Chame-me de Palia de Árgoristi - respondeu o reptiliano.

- Árgoristi? Nunca conheci ninguém de lá! - respondeu Afro entusiasmado.

- Também nunca conheci ninguém de um lugar chamado"Escendente".

Proposital ou não, a interrupção do Afro seguida de diversas perguntas parecem ter acalmado Palia. O anão também tinha muito o que falar.

Despair Land - A Queda Dos DeusesOnde histórias criam vida. Descubra agora