Março de 2018, às 14 horas do dia 20, nascia o grande amor da minha vida: a pessoinha que não me deixou desistir da minha vida.
E apesar de Deus tê-lo colocado na minha vida de uma maneira péssima e terrivelmente fodida, ele acabou se tornando meu bem mais precioso. A antiga eu morreu naquele dia, mas resnaceu com seu nascimento!
E se naquele dia eu não tivesse feito hora extra? E se eu tivesse esperado mais um pouco? Se eu não tivesse parado e nem chegado perto daquele carro?
Nada teria acontecido, ele não teria chegado perto de mim e me colocado dentro daquele carro.
Os flashes daquela noite vêm à minha mente.Flashback on:
Era por volta das 23:00, do dia 26 de junho de 2017
A rua que eu costumava passar quase todos os dias está silenciosa e com pouca iluminação, e estava completamente deserta. Não estava entendendo esse silêncio, porque aos domingos sempre tem algo por aqui. Sempre foi uma rua lotada de pessoas e, por incrível que pareça, hoje está totalmente apagada, quase nenhum poste de luz funcionava. Não havia chovido, não havia tido brigas nem tiroteio.Senti um vento gélido bater contra o meu corpo, deixando em total alerta todos os meus sentidos. Um arrepio percorreu toda a minha espinha. Apressei os meus passos assim que vi um carro não muito novo se aproximando. Tratei de abaixar a blusa do meu uniforme, olhando ao redor procurando por uma única alma viva no meio desse deserto. Minha respiração estava cada vez mais pesada, parecia que eu estava correndo uma maratona durante o dia. O meu coração estava ficando cada vez mais gelado e eu começava a suar frio. De repente, o carro parou ao meu lado e o homem me olhou com um sorriso nos lábios, ainda dentro do carro, me chamou.
xxx: Ei, mocinha? - Olhei-o de relance e continuei andando sem me importar. - Eu só estou querendo uma informação. - Respirei pausadamente, parando e olhando-o.
May: O que você quer? - Mal reconheci a minha própria voz quando ela saiu em um sussurro.
xxx: Vem aqui perto, nessa distância não dá para te escutar direito. - Algo me dizia para sair correndo, mas fui contra eles quando me aproximei, segurando a barra da minha blusa fortemente.
No mesmo instante, um arrependimento corroeu o meu corpo, como se me avisasse o quão idiota eu fui. Só percebi quando ele me puxou com tudo para dentro do carro e um soco de repente acertou o meu rosto. Fiz de tudo para forçar os meus olhos a ficarem abertos, mas foi em vão. Lentamente, minha visão foi se escurecendo, mesmo que eu implorasse para o meu corpo ficar acordado. Foi em vão. Ele me aamarro e me amordaco, trampando o meu nariz.
Acordei sentindo um frio percorrer todo o meu corpo, como se eu estivesse dentro de uma piscina de água gelada. Fui abrindo os meus olhos, piscando lentamente algumas vezes, tentando enxergar algo na escuridão. No fundo do quarto estava ele, um homem alto, de olhos escuros, barba grande e um pouco volumosa. Ele era magro, com uma cicatriz no rosto bem perto dos olhos, e tinha um sorriso diabólico nos lábios que me fez estremecer.
Tentei de várias formas me soltar e percebi que eu estava totalmente amarrada por correntes gélidas de ferro, meus pulsos doíam e logo percebi que eles estavam com alguns cortes pelo sangue que estava em meus braços. Olhei para o meu corpo e me vi nua. Nesse momento, eu percebi o que realmente estava acontecendo. Eu sabia que iria morrer aqui. As lágrimas começaram a cair, meus pensamentos imploravam para Deus não me deixar morrer, para apenas me deixar sair daqui viva, mas eu sabia que isso não seria o suficiente.
Ele veio na minha direção, com aquele maldito sorriso. Os olhos dele brilhavam vendo o meu desespero. Ele ficava cada vez mais perto de mim, isso era horripilante.
Ele se abaixou, ficando na mesma altura do meu corpo. Mil e uma sensações invadiam os meus pensamentos assim que ele começou a passar aquela maldita mão pelo meu corpo.
Assim que ele parou de passar as mãos pelo meu corpo, ele soltou uma gargalhada que fez com que meu corpo paralisasse.
Ele começou a tirar a roupa, e por um segundo que eu olhei para o lado, foi só por segundos, eu senti uma dor insuportável, como se algo estivesse me rasgando por completo. Uma falta de ar veio com tudo assim que tentei gritar, mas era em vão.
Nesse momento, eu me senti morta, porque era isso que eu queria nesse momento. Ele começou a penetrar com mais força e velocidade, eu já não estava mais aguentando.
Até que eu senti algo quente me invadir. É ele sair de dentro de mim com um sorriso grande no rosto.
Xxx: Você é uma delícia bem apertadinha. Quase não consegui me controlar e gozei assim que entrei em você. - falou segurando o meu rosto. Logo após isso, ele tacou a minha cabeça no chão e eu apaguei!
....
Não sei por quanto tempo eu fiquei desacordada, só lembro que eu acordei em um quarto branco e com a minha mãe do meu lado com uma cara nada boa, mas eu não tenho culpa ou será que eu tenho?
Flaviana: O que você aprontou? - perguntou, andando na minha direção com um olhar de raiva.
May: Eu não fiz nada, eu juro, mãe, eu juro. - falei chorando, e ela deu um tapa no meu rosto.
Flaviana: Bem feito, é isso que dá ficar andando na rua tarde da noite. Você queria o quê? Ganhar um celular? Nem pra tirar dinheiro do homem você conseguiu. - falou raivosa.
Ela estava saindo do quarto quando parou no meio dele e simplesmente me mandou embora da casa dela, ainda me xingou. Eu olhei para o lado e tinha uma moça na cama ao lado, observando tudo.
Eu não sei o que eu fiz para merecer isso, eu só queria chegar em casa. Eu trabalhava para nos sustentar. E isso aconteceu comigo. Meu Deus.
Não tenho para onde ir, nem sei se tenho um emprego ainda. Eu só tenho 17 anos, o que será de mim? O que vou fazer se não tenho para onde ir e se a única pessoa que eu tinha acabou de me virar as costas?
Flashback off
Desde então, a minha vida não tem sido fácil, mas tenho fé de que algum dia eu darei a volta por cima...