capítulo 18

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Naquela manhã, May pensou que seria mais uma manhã produtiva, que iria levar seu filho à escola e, de lá, iria ao postinho visitar seu único amigo, com quem ela estava preocupada.

Até aí, tudo normal. Ela conseguiu desabafar com ele e confessou que foi abusada e que engravidou de seu abusador.

Chegando em sua casa, ela e sua mãe tiveram uma bela conversa falando sobre o passado e tudo mais. E sobre o que tinha conversado com a diretora da escola de Henri.

Mas mal ela sabia que, em outro lugar, havia duas pessoas mal-intencionadas a fazer ela sofrer por algo que ela e seu filho eram vítimas.

Quando deu a hora de ir buscar o seu filho na escola, recebeu a notícia de que ele já não estava mais lá, que alguém tinha o levado.

E para seu desespero, foi tão grande quando soube quem o tinha levado.

Julia: Mas a moça que o levou disse que era a avó dele,- falou a coordenadora.

O seu mundo desabou, e ela mal podia respirar.

May sentiu como se tivesse sido atingida por um raio. Na cabeça dela, só passava uma pessoa: Flaviana, sua própria mãe, que havia levado Henri.

"Não pode ser", sussurrou ela, sentindo-se desmoronar.

May saiu desesperada e sem rumo; ela só corria e gritava pelo seu filho. Mas, em um determinado momento, ela parou, como se uma lâmpada acendesse em sua cabeça, e o nome Foguinho surgiu em sua mente.

Logo em seguida, ela parou um táxi e entrou nele, dando o endereço do Morro Azul. Não demorou muito e o táxi parou; ela saiu desesperada até a entrada onde o Neguinho estava parado.

Neguinho:Qual foi, índia? Tu tá bem?- perguntou ele, preocupado com ela.

May: Eu preciso falar urgentemente com o Foguinho, por favor - ela falou, desesperada.

Ele rapidamente pegou o seu radinho para falar com alguém do outro lado da linha.

E não demorou muito; o Marcão, o dono do morro, apareceu no seu campo de visão.

Marcão:Qual foi? O Foguinho pediu pra te levar lá na boca, que ele não tá podendo descer - falou ele, todo emburrado. Com toda certeza, ele deveria estar ocupado quando o Foguinho pediu o favor.

May sem hesitar deixou de lado seu medo e aversão a toques masculinos e subiu em sua moto sem encostar, mas no momento em que ele acelerou, ela teve que se segurar nele.

Um momento tenso e emocionante!

Aqui vai uma continuação:

May sentiu um arrepio ao se segurar em Marcão, mas não foi apenas por medo da moto. O olhar dele no retrovisor a fez sentir uma conexão inesperada.

Marcão também sentiu isso. Seu coração acelerou, e ele se perguntou se estava apenas ajudando May pelo fato de ela ser a amiga do seu amigo ou se havia algo mais.

A moto avançou pelas ruas estreitas do Morro Azul, com May segura em Marcão. O vento batia em seus rostos, mas eles não podiam desviar os olhos um do outro.

Assim que Marcão parou a moto, May desceu se jogando nos braços de Foguinho, que a abraçou com toda a sua força.

Visualmente assustado e preocupado com ela, ele a pergunta:

Foguinho: O que aconteceu, minha índia? - perguntou.

Sem conseguir falar direito pelo choro em sua garganta, ela o respondeu:

May: Alguém levou o meu menino, levaram ele, Foguinho, levaram o meu filho!- ela falou aos prantos.

Foguinho a olhou com os olhos arregalados.

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