capítulo 6

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Mayara

Havia muitos tiros e muitas pessoas gritando. Foi uma correria desesperadora. Saimos de trás do balcão e fomos para a cozinha, que fica na parte de trás e é mais segura.

Nunca na vida tinha presenciado um tiroteio. Só ouvia falar pela televisão Estou bem assustada, estou me corroendo por dentro ao ver que a dona Ana só está com um pinguinho de preocupação já à Jõ bem e sem um pingo de medo.

Talvez esse pinguinho de preocupação seja pelo foguinho, por que pelo o que eu vejo eles se conhecem a muitos anos e tem bastante intimidade.

Eu também estou um pouco preocupada com o foguinho, ele em tão pouco tempo se tornou uma pessoa muito especial para mim.
Que todos do universo o proteja e o traga em segurança!

Foi mais de três horas de tiroteio, até tudo se acalmar pelo menos aqui na rua da pensão, mas ainda dava para ouvir os, grito de algumas pessoas e o que, mas me agoniava era ouvir o choro de algumas mães!

D°ana: vamos meninas, já dá para sair daqui e vamos ver o estrago que tá! Lá fora e ver se podemos ajudar em algo. - dona Ana falou como se já passasse por isso a anos.

Jô: aí já tinha uns meses que não rolava uma troca de tiro assim viu, o pior que nós nem sabe se foi os, cana ou algum morro inimigo. - falou olhando da janela.

May: eu nunca na minha vida tinha presenciado um tiroteio juro, eu só ouvia pela televisão e muito mal viu.- assim que eu terminei de falar, alguém começou a esmurrar a porta da pensão

Fiquei, mas nervosa do que antes!

Marcão: dona Ana abre aí, o foguinho levou um tiro preciso da ajuda da senhora - não sei o que me deu só sei que tudo escureceu.

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Horas antes do tiroteio

Marcão

Tava tudo na maior paz a favela, as crianças brincando na rua moradores tomando uma cervejinha no portão de casa, plena quinta-feira, um calorão que só o rio de Janeiro tem.
Tava na boca trocando um papo com os, caras falando do movimento pro final de semana que vai rolar um baile, já ia deixar o dinheiro dos cana já separado.

Para não rola pereco pro lado de cá, e deixar o baile fluir naturalmente. Aqui não é bagunça não aqui tem ordem e quem não segue a ordem vai de ralo!

Muitos pensam que o crime, o creme, que é só curtição, mas não é não aqui tem que ter sangue no olho papo e reto.

Foguinho: pó mano ta rolando uma movimentação estranha lá perto da mata do sul, tem uma moto que tá! Passando e fazendo barulho. Tem que ficar no alerta. - já chegou falando e olhando pros lados.

Marcão: é qual foi, chega falando de vagar cara calma aí - falei para ver se ele se acalmava ele nunca ficou, ele é o que, mas gosta de larga o dedo no gatilho.

Foguinho: Porra tu é burro hein, o vou lá na tia Ana ver a Índia e depois eu volto.-falou e saiu de novo

Não deu nem dois segundos, e os fogos foram lançados no céu e uma chuva de tiros logo em seguida, foi tudo muito rápido no começo eu fiquei parado olhando para os moradores que tavão todos desesperados chamando as crianças e uns tentando acha uma casa para se abrigar, uns caindo no chão porquê tropeçou.
Parecia até a minha primeira vez em um tiroteio.

Zipe : bora porra reage merda os, cara só tá! Esperando uma ordem tua para meter bala. - ele falou me sacudindo!

Marcão: mete bala em tudo e depois pergunta e isso e fé para nós - falei tirando a minha clock da cintura e atirando em todos que não era do meu morro.

Em algum momento, eu me separei do Zipe , e não ouvia a voz dele pelo rádio a preocupação já bateu né, ele e todo doido, mas é um moleque bom.

Já passava de três horas de tiroteio e nada deles recuarem e nem do foguinho aparecer o bagulho ta dê verdade, tem alguns dos meus feridos, mas nem um morto!

Mareca: porra chefe eles tão vindo com o blindado fudeu pra nós - falou pelo rádio.

Marcão: se recua vai leva bala no cu filho da puta, aqui é o crime e não o creme.se for para morre que morra igual homem de guerra - falei já estressado!

Foi, mas de cinco minutos pra eles recuarem e a paz voltar até e eu ouvi a voz do Zipe.

Zipe: aí chefe achamos o foguinho e ele não tá bem - falou pelo rádio!

Marcão: leva ele lá pra tia Ana da pensão que eu tô indo. - falei e sai correndo para pensão.

Papo reto eu nunca tive medo de perder ninguém, eu sempre fico com um certo pesar e nada, mas mais agora o medo tá me ganhando.

O foguinho é, mas do que meu braço direito é, mas do que um amigo ele é um irmão e um moleque bom que tem um coração puro, as vezes dá uma vontade de mata ele pelas fofocas e as, vadiagem dele.

Eu peço proteção a todo que nós proteja e não deixa nada de tão grave acontece com ele.

Quando cheguei na porta da pensão um carro parou e dele desceu o zipe e um vapor carregando o foguinho e isso me abalou pra caralho

Marcão: dona Ana abre aí, o foguinho levou um tiro preciso da ajuda da senhora - falei com os olhos cheios de lágrimas!

Assim que a dona Ana abriu uma parte da porta deu para ver uma pessoa caída no chão.

D°ana: minha nossa senhora, foguinho o que fizeram com você meu filho - ela falou passando a mão na cabeça dele!

Marcão: quem é essa que tá no chão - perguntei olhando para morena, e lembrando ser a tal Índia que o foguinho vive falando.

Jô: ela passou mal pelo nervosismo e depois que ouviu você fala do foguinho aí ela desmaiou. - falou olhando para amiga no chão.

D°ana: levem ele pro quarto dos fundos que eu já estou indo, - ela falou e saiu para algum lugar adentro da pensão!

Eu espero que o foguinho fique bem ainda tem o pateta do taubinha, que foi para uma missão no Uruguai e até agora não deu um sinal de vida.

Aos poucos a tal Índia foi acordando e te fala ela é a maior gata!
Assim que ela olhou ao redor e viu uma penca de homens armados ela se assustou e se encolheu perto das messas.

Isso foi bem estranho, será que ela é uma x9 dos inimigos ou só tem medo de arma???

Terei que puxar toda a ficha dela, vai ser uma pena se ela for x9, porque se ela não for, talvez eu dê uma oportunidade dela me conhecer melhor. Só talvez.

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