capítulo 9

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Dona Ana

Oi meus queridos, vocês estão bem??

Eu sou a Ana Ferreira, mas pode me chamar de tia Ana.

Bom, eu moro no Morro Azul há muitos anos. Já vi de tudo um pouco nesse lugar. Já passaram vários donos e milhares de pessoas como frente desse morro, um pior que o outro.

Até que um dia chegou o famoso c3, e esse fez o que nenhum outro foi capaz de fazer, ele era bom com todos os moradores, ele distribuía cestas básicas e fazia várias outras coisas.

Até que um dia ele foi na pensão da minha mãe, aí nesse dia kkk meu mundo girou de uma forma que ninguém nunca tinha feito antes, até que em um sábado nós ficamos juntos mas sem compromisso, e depois começamos a nos envolver.

Eu pensei que íamos seguir em frente, que pudéssemos assumir o nosso amor, mas infelizmente coisas aconteceram.

E uma dessas coisas foi a minha gravidez não planejada, que eu já amava porque era um fruto do nosso amor. Veio a notícia.

Que ele morreu, o meu mundo deu uma parada. Até eu descobrir como aquele filho da mãe, que eu mais amei, morreu. Ele morreu com uma puta sentada pelada no colo dele.

E infelizmente, no mesmo dia, eu acabei sofrendo um aborto e tive uma complicação que me fez perder o meu útero.

E aquele ano foi o pior ano da minha vida inteira, eu perdi o homem que eu amava e o bebê fruto do nosso louco amor, pelo menos da minha parte.

Mais isso ficou no pasado, e bem enterrado junto com os amares da minha alma.

Neste momento, estou tentando salvar uma criatura pela qual me importo muito e que é como um filho para mim.

Ele é meu filho do coração, assim como os outros meninos, sim, meninos, e é assim que eu os vejo, como meus meninos.

Está sendo muito difícil para mim ter que retirar essas malditas balas que estão quase matando meu menino, e eu não posso suportar perdê-lo, de jeito nenhum.

Eu conheço cada um deles, na palma da minha mão, mas o foguinho a esse é o que me dá mais trabalho e o mais carinhoso.

Falando nele, o meu menino tá aqui deitado em uma maca improvisada e numa situação horrível, e eu não sei se vou conseguir salvá-lo dessa vez.

Eu só peço aos meus guias e ao meu pai Oxalá que eles me ajudem a salvar o meu menino e livrá-lo do mundo dos mortos.

D°ana: Meu pai Oxalá, que o senhor me dê sabedoria e discernimento para ajudar nessa situação do meu menino, me dê paciência para cuidar desses ferimentos. Assim que terminei a minha prece, saí do quarto deixando a menina Mayara com ele, e fui para os fundos da minha pensão acender uma vela para o foguinho.

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Marcão

Do nada, a tia Ana saiu do quarto com uma expressão estranha no rosto. Logo pensei que meu mano tinha partido dessa para, tá ligado? Até pensei que ela ia vir até nós para dar a pior notícia, mas não, ela foi para os fundos da pensão. Deixei passar uns cinco minutos e fui atrás dela.

Marcão: Tia Ana? - chamei assim que a vi agachada no chão, acendendo uma vela branca.

D°ana: Oi, meu filho, só espere um minuto que já lhe dou atenção - falou sem olhar para trás. Assim, eu esperei até que ela se levantou e limpou os olhos com a palma das mãos.

Antes dela se virar para mim, os meus olhos se encheram de lágrimas.

Marcão: Ele vai ficar bem, não vai, tia? - perguntei assim que ela chegou ao meu lado.

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