Capítulo 17

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Rachel Sheherazade POV

As gotas de suor escorriam pela minha testa e pairavam sobre o travesseiro, que acomodava minha cabeça. Meu corpo se remexia inquieto em cima do colchão, na tentativa de escapar de mais um pesadelo. E quando consegui acordar, sentei na cama rapidamente, assustando minha gata que dormia ao meu lado.

Coloquei a mão no peito, em busca de acalmar as batidas do meu coração e minha respiração irregular.

Desde aquela fatídica manhã, ter noites mal dormidas são rotineiras em minha vida.

E só em lembrar das minhas palavras cortantes, do olhar magoado da minha garota sobre mim, eu sentia calafrios pelo corpo todo.

Eu tentei de todas as formas falar com S/n. Mandei mensagens durante todos esses dias, liguei quase toda hora e fui até onde a morena trabalha. Mas, fui atendida justamente por quem me causou toda aquela insegurança em meu peito.

FLASHBACK ON

Entrei naquela delegacia com o estômago embrulhado de tanta ansiedade. Na minha cabeça, todas as minhas falas estavam ensaiadas para falar com a mulher.

Ao entrar, as pessoas olharam para mim, algumas com os olhos surpresos ao me reconhecer e outros com um ponto de interrogação no rosto.

Ignorei tudo e todos e fui até a recepção, perguntando pela minha perita. A mulher informou que ela estava, mas não queria ser interrompida em seu laboratório. E eu só não saí como uma louca, entrando na sala da tatuada e a agarrando, porque eu não sabia onde ficava. E minha mente sussurrava que era um sinal, que ela precisava do seu momento sozinha. Que eu fui uma babaca em ter explodido. E por me sentir magoada, a feri.

Respirei fundo, agradecendo a mulher e me dirigindo até a saída. Mas antes, ouvi alguém assobiar e no automático, olhei na direção de onde vinha o som.

Meus olhos encontraram uma mulher alta, o distintivo em sua cintura e a arma em seu coldre afirmavam que a mulher trabalhava ali. Meus olhos bateram contra sua farda, deixando visível seu nome e ao ler, cerrei os dentes.

Melinda Albuquerque.

Franzi minha testa a olhando, minha intuição já gritando algo.

Esperei a mulher caminhar até mim e quando ela estava próxima o suficiente, me analisou de cima a baixo. Eu mantive o olhar em seu rosto, sem demonstrar expressão alguma.

— Está procurando por alguém? - continuou me analisando.

— Sim, estava. Mas, espera... - coloquei a mão no queixo — eu acho que não perguntei informação alguma para você. - a mulher me olhou parecendo irritada.

— A S/n não quer receber visitas. Seja lá o que você fez com ela, você magoou a minha garota. - olhou em volta e aproximou nossos rostos, me olhando com fúria nos olhos.

"Minha garota" uma porra! Meu sangue ferveu e eu fechei meus punhos, me segurando de tentar qualquer ato contra a mulher. A raiva e o ciúmes me consumindo.

— S/n não é a sua garota, pois não foi em você que ela esteve se dedicando durante esses dias. ‐ apontei meu dedo para ela, controlando meu tom de voz.

— E nem a você! Ela tem se dedicado ao trabalho e logo vai esquecer essa aventura idiota e voltar para mim. - gargalhei com ironia, parecendo deixar a mulher com mais raiva ainda.

— S/n Souza vai voltar para onde ela nunca deveria ter saído: meus braços. - dei as costas para a mulher e segui até a saída, mas antes, virei meu rosto e a olhei. — Ah, e ela é incrível no meio das minhas pernas também. - sorri grande, piscando. — Passar bem!

I Want You - Rachel Sheherazade/YOUOnde histórias criam vida. Descubra agora