I Want You - Rachel Sheherazade/YOU

Capítulo 18

S/n Souza POV

— Eu não acredito! Vou surtar! - silêncio - Socorro, já estou surtando!

Ao ouvir aquela voz eufórica, abri os olhos e dei de cara com Clara e Gabriel ali. Passei as mãos pelo rosto, ainda me acostumando com a claridade do cômodo. Olhei para baixo, assustada sobre estar notável que eu e Rachel estávamos nuas, mas o lençol nos cobria até os ombros.

Olhei mais uma vez para os dois em minha frente, sorrindo genuinamente e com o sentimento de saudade se esvaindo do peito.

— Oi, meus pestinhas! - falei com a voz rouca.

— Mano, tá de zoas que você tá aqui? - Gabriel perguntou desacreditado.

— Precisamos planejar nosso dia de hoje. Vamos poder sair, S/n? - Clara indagou dando pulinhos.

— Podemos, hoje eu estou de folga. Só precisamos falar com a mãe de vocês antes. - pontuei.

No mesmo instante, a loira se remexeu ao meu lado. Se espreguiçou de olhos fechados e agarrou meu rosto, depositando um selinho em meus lábios. Quando deitou a cabeça em meu busto, a loira abriu os olhos e se assustou. Nós 3 rimos do susto.

— Mas como? Eu não tranquei a porta? - a voz soou sonolenta.

— Não, mãe. A gente entrou pra chamar vocês, mas ouvimos a voz da S/a desde ontem. - Gabriel falou tímido.

— A voz? Não foi bem a voz, não. - Clara negou com o dedo.

— Clara, para! A mamãe tá vermelha. - o menino gargalhou e apontou para a mulher ao meu lado.

Eu gargalhei enquanto abraçava a loira. Rachel tinha as bochecas ruborizadas, o que eu achava extremamente fofo. Sorri a olhando, me perdendo em seus olhos castanhos e na sua cara de sono. Desviamos nossos olhos quando ouvimos uma garganta pigarrear.

— Pombinhas! Vamos poder sair?

— É, mãe. Vamos, por favor?

— Isso é um complô contra mim? - apontou para si. — Vão para seus devidos quartos e eu vou pensar no caso de vocês. - com o indicador, apontou para a porta e os meninos logo saíram, mas não sem antes soltarem beijos para mim e eu retribuí com um sorriso.

Ao ficar sozinha com Rachel, uma tensão pairou pelo ambiente. Sabíamos que havia um assunto pendente entre nós, mas nos olhávamos sem saber como começar. Resolvi, então, assegurar Rachel de que estava tudo bem e ela criou confiança para começar a falar.

— Eu quero que saiba que aquelas palavras foram no calor do momento. Eu explodi com você porque estava machucada. Me senti insegura e com ciúmes. E fui tola em querer retribuir te ferindo. Mas quando vi a dor em seus olhos, percebi que te ver mal, me deixa três vezes pior. - segurou em minhas mãos e as beijou. — Se você não fosse extremamente importante para mim, S/n, eu não teria aberto a porta da minha casa para você, tampouco teria te deixado entrar tão rápido na minha vida e na dos meus filhos.

Eu assenti, ainda um pouco aérea com suas palavras.

— Loira, eu peço perdão pelo sumiço e ter causado preocupação em você e nos meninos. Mas eu precisava desse tempo para mim. As coisas que eu ouvi de você... - desviei nossos olhos e mordi o canto da boca. — Se elas fossem realmente verdade, eu estaria quebrada até agora.

Rachel segurou em meu rosto, vi quando uma lágrima solitária caiu de seus olhos e ela deu um soluço baixo.

— Ei! Não, não chora. Já passou. Nós vamos nos reconstruir. - afaguei seus cabelos, enquanto puxava a mulher para meu peito.