Capítulo 6.2

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   — O que você está fazendo...? — Perguntei me apoiando na parede para não cair.
   — Estou garantindo uma vida inteira de luxo, isso que eu estou fazendo. Alexander me disse sobre a proposta que deu a você e que você recusou. Era algo simples, ele achou a sua recusa uma traição e deu a mesma missão para mim. Com um adicional de matar você também. Espero que me entenda, amigo, é uma oferta irrecusável.
   — Não me chame de amigo, porra!
   Ryder não expressava emoção.
   — Eu coloquei na sua bebida algo que fizesse você morrer sem dor, seria como pegar no sono e nunca mais acordar. Fiz isso por você ser um grande amigo meu, mas parece que não funcionou, você ainda resiste! — Ele disse puxando o cão da arma. — Parece que vou ter que te finalizar do jeito tradicional, espero que consiga me perdoar..
   — Perdoar o caralho..!
   Havia um vaso próximo a mim, eu o peguei e quebrei na cabeça de Ryder, que desnorteou o ruivo por alguns segundos. Usei esse tempo para pular em cima dele e jogá-lo no chão. Comecei a socar o rosto dele, porém a fraqueza que eu sentia me fez perder as forças. Ryder rapidamente reverteu a situação e subiu em cima de mim me dando alguns socos na cara.
   Por sorte, consegui segurar no pescoço dele, apertei com todo o restante de força que eu tinha até ele, para se soltar do enforcamento, me jogar para o lado. Ele tossiu um pouco e eu ainda estava tonto demais para reagir rapidamente. Ele deu alguns passos tossindo em busca de sua Makarov que havia caído no chão no momento em que eu acertei ele com o vaso.
   No momento em que ele pegou a arma, rapidamente disparou contra mim. Eu consegui me proteger do tiro me escondendo atrás de uma das paredes do comodo. Imediatamente peguei meu revólver da cintura e alí terminaria uma amizade de tempos. Tudo por ambição de Ryder. Tudo por um luxo que ele não conseguiria ter, pois eu estava disposto a mandar ele para o inferno.
   Ryder se jogou no mesmo cômodo em que eu estava, atirando enquanto caia no chão. Um dos tiros acabou acertando meu ombro. Ele achava que esse movimento seria o suficiente para me matar, porém estava enganado, agora ele estava na minha frente caído no chão. Eu logo atirei porém com a visão retorcida eu errei o tiro, fazendo ele se levantar e puxar o gatinho mais uma vez.
   A arma dele ficou sem balas, e o click dos disparos vazios da arma descarregada foi o que eu precisava para acertar três tiros na barriga de Ryder, que caiu no chão com a repulsão dada pelos tiros.
   — Eu não acredito que você tentou me matar. Esperava isso de qualquer um, menos de você. — Disse verificando o número de balas no meu revólver.
   — Você... — Ele tentou se levantar. — ... Caralho! — Ryder levantou com a mão na barriga, o chão já fazia uma pequena poça com seu sangue. — ... Que ideia idiota me jogar assim, gastando todas as minhas balas.. — Ele riu.
   Eu imediatamente apontei o revólver para a cabeça de Ryder. Não queria ouvir o que aquele cara tinha para dizer.
   — Eu.. Você foi um bom amigo, mas nesse mundo de merda garantir uma vida boa... é a melhor opção. — Ele começou a sentir dificuldade para respirar. — Você vai me matar, eu sei...
   — Acertou! — Puxei o cão da arma.
   — Calma... porra! Eu to com medo de morrer! — Ele disse colocando a mão entre o revólver e a cabeça dele. — Olha.. O'Connor... Dean.. seus protegidos estão sendo caçados pelos guardas de Rhodes nesse exato momen..
   Nem deixei que ele terminasse sua fala e atirei. Aquela informação era a única que eu precisava naquele momento e não queria perder mais nem um segundo com aquele maldito traidor. Ryder caiu sem vida no chão com o tiro, o buraco da bala em sua cabeça fez escorrer bastante sangue pelo chão.
   Fui para fora da cabana de Ryder com a mão no ombro recém atirado e peguei minha moto, precisava ir para a casa da Sarah o quanto antes.

   Christopher

   Chegamos na casa de Amélia. Era só esperar O'Connor aparecer e iríamos dar o fora daquele acampamento. Todos os habitantes da área nobre já estavam sabendo de um tiroteio que estaria acontecendo aonde estávamos anteriormente. Dava pra ver alguns guardas altamente armados indo para os portões dar apoio aos soldados que estavam enfrentando a multidão.
   — Tranca a porta! — Disse Amélia.
   Eu tranquei a porta olhando pelas frestas curioso com o desfeixo da situação. De repente um grupo de guardas se aproximou da porta da casa.
   — Tem guardas do lado de fora...
   — Eu cuido da situação. — Disse Amélia suspirando indo em direção à porta.
   Eduardo ordenou que Evelyne e Carol ficassem dentro de um dos quartos escondidas, estávamos com um mau pressentimento sobre aquela situação.
   Amélia abriu a porta e antes que falasse alguma coisa, ela foi puxada para fora e os guardas entraram.
   — Amélia está segura, matem todos!
   Eduardo e eu ainda estávamos na sala quando os tiros começaram a rolar. Eu pulei para trás do sofá enquanto Eduardo se escondeu atrás do balcão da cozinha. Lá ele conseguiu ver as duas armas de O'Connor e arremessou uma próxima a mim, o fuzil de precisão DragunovSVD.
   — Christopher!
   No momento em que pensei em pegar a arma, um dos guardas se aproximou e caiu morto no chão, Eduardo havia atirado nele com a AK-74.
   Eu peguei o fuzil de precisão, porém naquela distância não era tão vantajoso aquela arma. Mas mesmo assim levantei do sofá e, sem usar usar a luneta, disparei. O impacto foi forte, senti um coice em meu ombro que tirou meu equilíbrio e por pouco não fui acertado com um disparo.
   Eu recuei até a cozinha para me esconder melhor e fiquei ali junto com Eduardo usando o balcão como barreira. Preparei mais um tiro em direção à porta da cozinha, e, assim que um dos guardas cruzou a porta, eu atirei, matando imediatamente o guarda.
   Um tiroteio começou a rolar do lado de fora. Eu tinha certeza que era O'Connor e seu amigo vindo para dar apoio. Aproveitei que os guardas que entraram na casa haviam recuado para tentar eliminar a ameaça do lado fora e fui até a porta de entrada. Lá, vi uma garota atrás de um carro e atirando nos guardas. Era uma garota de morena e cabelo curto preto. Aparentava ter uns vinte e um à uns vinte e cinco anos.
   Ela olhou para mim no mesmo momento que eu olhei para ela e a garota pareceu surpresa em me ver. Ela não era a única, por algum motivo eu me senti estranho naquele momento, não lembrava de nada do passado, mas aquela garota, de alguma forma, fazia parte dele.
   No momento de distração com a garota. Eu recebi um tiro no estômago. A dor foi imensa e eu caí no chão imediatamente. Eduardo que estava atrás de mim derrubou o atirador e a troca de tiro se intensificou, dessa vez em duas frentes. Eduardo me puxou para um lugar seguro dos tiros dentro da casa.
   Eu sentia minha respiração falhando. Soluçava um pouco vendo sangue em minha mão, a mesma que eu havia colocado em cima da ferida da bala.
   Comecei a pensar que morreria alí.

A Última Era: Além Da Catástrofe (I)Onde histórias criam vida. Descubra agora