Ainda Amigos

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As palavras que guardei me fazem pensar, questionar e

Ainda que esteja condenado pela minha própria mente,

A saída se torna mais clara.

As frases sobre nós, os elogios clichês entre jovens seriam desperdiçados,

E mesmo que a gente reencontre a alegria perdida, não é a mesma.

Lembrança tão rara.


Luz que ficou para trás,

A cidade na qual crescemos unidos está distante e fria,

À noite, em suas ruas não há mais os ares antigos.

Os olhares trocados não são como nas memórias de outros dias.

Mas ainda que distantes e diferentes, ainda somos amigos.


Não havia qualquer tristeza nos corações inocentes,

Não havia lamento algum na manhã de nossas vidas.

E hoje, vejo poeira onde sentávamos para conversar,

Nos bancos leais, da praça florida.

Hoje vejo folhas de outono nos lugares que antes eram diferentes,

Caídas, reluzentes.

Que nos verões da alma, nas árvores da simples felicidade,

Agora se encontram ausentes.


Não que o antigo diálogo fosse de fato melhor,

Não que o tempo tenha nos roubado a união e a lealdade,

Ou nos tornado insensíveis e nos deixado perdidos.

É que as lágrimas que caem enquanto estou só,

Lembraram a mim o tempo de outra idade.

E não acho errado querer revivê-lo,

Porém não vejo nisso qualquer sentido

Pois, embora distantes e diferentes.

Embora às vezes falte tempo para a gente,

Ainda somos amigos.

O Livro Sem PalavrasOnde histórias criam vida. Descubra agora